Foto: Dourados Agora
Em comemoração ao 24º aniversário de emancipação político-administrativa de Vicentina, o Prefeito Municipal de Vicentina, Marcos Benedetti Hermenegildo “Marquinhos do Dedé” (PMDB), entregou e lançou obras no município e no distrito de São José, na tarde de sexta-feira.
A antiga Comunidade Vicentinense teve origem em 1951 no governo de Eurico Dutra, a partir de colonizações agrícolas realizadas às margens do rio Dourados na altura da MS/376 (rodovia que liga Dourados a Glória de Dourados).
Os primeiros ocupantes eram principalmente migrantes do interior paulista que vieram atraídos pela excelente qualidade da terra. Aqui eles construíram e viveram de muita fartura. Seu Eutácio Caetano Braz, que chegou em 1952 jogava fora de 10 a 20 sacas de feijão por safra, pois era pouco o consumo e não tinha para quem vender. Aqui era só mato e para construir sua casa, o migrante tinha que entrar na mata virgem e derrubar árvores.
A distribuição de terras naquela época era feita com a presença do colono, que também ajudava a abrir picadas e em seguida recebia o protocolo do seu lote.
Por Vicentina estar situada a 10 km da margem direita do Rio Dourados e possuidora de solos férteis atraiu muito interesse de fixação dos que por aqui passavam.
Uma família tradicional, que chegou aqui em 1953 diz que naquele tempo no centro de Vicentina havia um agrupamento de casinhas, ou seja, eram 04 (quatro) casinhas de pau-a-pique que eram de Antonio Roberto Dias, Jubelino Mamédio, Erço Carlos do Nascimento e outro lote era dos catarinenses que foi comprado pela missão Palotina através do Pe José Daniel que por aqui passava.
Estas 04 (quatro) casinhas também eram conhecidas como Subsede que eram onde faziam as compras e vendiam o que produziam, compras e vendas só de cereais. A casa da qual vendia cereal era do seu Antônio Roberto Dias.
Era ali na Subsede que aconteciam as festas.
Em uma dessas esquinas da Subsede tinha uma casa que funcionava como escola, igreja, casa do padre, centro de reuniões, etc. Dina Morishita diz que na escola tinha muitos alunos, mas poucos professores. Os professores daquela época eram D. Luzia e D. Lurdes que eram professoras municipais.
Seu Morishita chegou a Vicentina no ano de 1959 e já estava aqui José Ferreira Nascimento, Antônio Roberto Dias, Pedro Marcelino, Jubelino Mamédio e Kikujy Yasunaka.
Seu Morishita ao chegar, logo abriu sua casa de comércio com o nome Casa Adamantina, a casa era de tábua e tinha 02 (duas) portinhas pequenas.
De Vicentina até a Linha do Barreirão era toda feita de picadas, mas de lá em diante era só mata.
Os meios de transportes eram a pé ou de bicicleta, pois havia muitos tocos e não dava pra andar a cavalo. Nos dias de festa a chamada Subsede era muito movimentada.
Na Casa Adamantina vendia só o que as pessoas mais precisavam, principalmente ferramentas agrícolas, mas o povo pedia mais e cada vez mais.
Quando seu Morishita chegou aqui comprou suas terras por 150 mil réis, era muito dinheiro, mas naquele tempo como era de fartura dava até para comprar mais.
Naquele tempo também tinham autoridades que eram: o sargento Anastácio, o delegado era seu Pedro (sapateiro). Médicos eram da associação dos japoneses e para maiores urgências era preciso se deslocar para Dourados, onde quem atendia era o Dr. Alemão.
Se os moradores Vicentinenses quisessem obter maiores compras tinha que ir ate Dourados, que era uma cidade pequena, mas vila de muita abundância e tinha grandes oportunidades de compra e venda isto de 1956 a 1959.
Kikujy Yasunaka que chegou aqui em Vicentina no ano de 1954 veio morar dentro do mato, desmatando para construir sua casa, era só toco. O único poço d’água existente pelas proximidades era dentro do terreno dele.
O povo da vizinhança inclusive seu Eutácio saiam de suas casas e iam até a casa de seu Kikujy para se abastecerem de água que era de boa qualidade.
Foto Padre José DanielPadre José Daniel promoveu a assistência social fundando a escola, instruindo os agricultores e implantando a fé. Em 1963 foi fundada a Casa Paroquial.
Mas um dos grandes sonhos do Padre era construir uma igreja grande e alta como a fé do povo vicentinense, sonho que se tornou realidade pouco tempo depois.
O Padre José Daniel só andava junto ao seu jipe, amigo inseparável, pois arrastando madeira com ele construiu a igreja de tábua a mesma foi derrubada quando a atual já estava em fase de acabamento. Passaram por nossa paróquia muitos padres nos quais podemos citar alguns:
1955 – Padre Amadeu Amadori;
1959 – Padre José Pascoal Bussato, Padre Roberto Fulco do Nascimento, Padre Genésio, Padre Mateus;
1960 – Padre Bonfilho e Padre Antônio Segato.
Pe José Daniel se vê maravilhado vendo ao meio da mata os alicerces da sua escola, com verbas vindas de outras províncias, de pequenas promoções e com ajuda de seu Bernardo Baur que ganhava algum dinheiro vindo da Europa, assim conseguiu erguer o Colégio em 1962, conseguiu fundar o colégio chamado Ginásio Comercial “Vicente Palotti” que passou a se chamar Escola Estadual de 1º e 2º Graus “Rainha dos Apóstolos” e hoje em sua homenagem Escola Estadual Padre José Daniel, contendo 02 (dois) andares e 25 salas confortáveis.
Em 1968 foram fundados e os Cursos Técnicas de Comércio e o Curso Normal. Desde 1963 começaram a ser feitos os primeiros desfiles para aumentar a animação e a cultura do povo Vicentinense. Naquele tempo não tinha muitas alegorias e sim mais pelotões de alunos. Os desfiles eram feitos nas ruas ainda cheias de mato, mas já com bastantes casas.
Foto Padre José Daniel No decorrer dos anos novas casas foram sendo construídas, estas de madeiras e telhas que eram transportadas de carroças puxadas por boi em 1965, foi feita a primeira montagem de uma caldeira que pertencia ao Sr. João Kintschev com a finalidade de industrializar madeiras para a fabricação de moradias e de casas comerciais em vicentina.
No dia 09 de julho de 1974, com a entrega do Presidente Geisel e o Governador Garcia Neto houve uma grande festa, pois foi ligada a energia para todos os habitantes de vicentina e um posto telefônico onde a 1ª recepcionista foi Maria Helena Xavier Marangão.
Antes os meios de comunicações eram muitos difíceis, era somente por cartas e demorava de 10 a 20 dias para chegarem ao seu destino. Estava ficando cada vez mais fácil os meios de transporte e comunicações para Vicentina e o sonho dos vicentinenses estavam aos poucos se realizando, mas ainda tinha muito a desejar, queriam tornar-se donos de seus próprios destinos, isso fez com que as lideranças políticas exigissem que vicentina tornasse distrito, para daí então começar a arrancar para os destinos que a faria município.
O povo e as lideranças nunca perderam as esperanças de que a nossa região que um dia subsede poderia ser um município, desmembrando-se de Fátima do Sul que pouco queria e desejava o nosso progresso. As lideranças que se pronunciaram e trabalharam para realizarem esse sonho desejado por todos nós, foram: Lucas Mamédio do Nascimento, Padre José Daniel, Professor Bernardo Baur, Jacinto Galego, Odilson Roberto Dias, Eutácio Caetano Braz, José Ferreira do Nascimento, Padre Roberto Fulco do Nascimento, Pedro Marcelino e Levy Dias.
O núcleo urbano se expandiu e foi levada a categoria de distrito, daí em diante foi quando aconteceram plebiscitos, como grande parte dos eleitores tinham mudado outros falecidos, quase que o quorum era impossível de ser alcançado com as pressões das lideranças políticas, o Governador Garcia Neto (MT), fez com que através da Lei n.º 4.999 torna-se Vicentina um município.
Vieram às primeiras eleições, concorrendo ao cargo de prefeito arena 1 – Júlio Ferreira Bastos, e arena 2 – não houve concorrente, pois não conseguiu registrar candidatura o MDB através do candidato Arnaldo Agostinho, saindo eleito Júlio Ferreira Bastos que administrou Vicentina por 10 meses quando ocorreu a queda do município e frustração geral da população.
Finalmente em 1986 através do recenseamento eleitoral determinada pelo Presidente Sarney, fez desaparecer todos aqueles eleitores cadastrados e que não mais existiam em nosso município.
Foi criada em Vicentina a Associação de Amigos de Vicentina, que tinha como objetivo a qualquer preço conseguir a independência de Vicentina, como município, foi uma espécie de sangue novo onde todos lutaram sem pretensões pregando a união como forma de vencer todas as dificuldades futuras.
Foi eleita a primeira diretoria da Associação Amigos de Vicentina (AAV) que assim ficou composta, Presidente: José Ferreira do Nascimento, Secretário: Gerson Pereira de Souza, Tesoureiro Jacinto Galego, Conselho Deliberativo: Levy Dias, Odilson Roberto Dias e José Salustiano de Souza, Suplentes: Manoel Severino Fernandes, José Martins Neto e Carlos Farinha, diretoria esta na quais os membros faziam inúmeras viagens e incansáveis não perdiam o desejo nem a esperança de conseguir apoio político para a realização do plebiscito e o possível apoio da Assembléia Legislativa do Estado.
O projeto de lei da criação de Vicentina foi de autoria do Deputado Ivo Cerzócimo, que em conjunto com os demais parlamentares aprovaram por unanimidade. O plebiscito ocorreu no dia 07 de fevereiro de 1987, que obteve a maioria esmagadora de votos pelo SIM.
Graças ao trabalho da diretoria da Associação de Amigos de Vicentina que fez 18 reuniões em todas as partes do Município mostrando a população os documentos os quais estavam garantidos nossos direitos e a necessidade de sermos independentes, para que não acontecesse o continuísmo do estado de abandono que a população estava mergulhada sem estradas, sem assistência medica, sem transporte para estudantes e ignorados pelo poder publico.
O ex-governador Marcelo Miranda veio à praça pública e sancionou a lei n.º 725 de 20/06/87 e publicada a 22/06/87 no D. O. n.º 2091 que põe fim a esta polêmica de desenvolver ao povo vicentinense a sua liberdade e seus próprios destinos.
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