'Sintonia' leva de volta às telas MC JottaPê, ex-'Menino da porteira' que emplacou versão funk de 'Old town road'
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Série criada por Kondzilla que vai estrear na Netflix é estrelada por ator do filme 'Menino da porteira', que hoje também é cantor e acaba de estourar com versão brasileira de Lil Nas X.
JottaPê em 'Menino da porteira' (esquerda) a 'Old town road'. Agora, ele estrela 'Sintonia', nova série de Kondzilla na Netflix — Foto: Divulgação
De "Menino da porteira", filme de 2009, à versão funk de "Old town road", hit de 2019, João Pedro Correia de Carvalho fez sucesso encarnando jovens caubóis. Agora, o ator e cantor conhecido como JottaPê tenta a sorte no cenário urbano ao protagonizar "Sintonia", nova série de Kondzilla na Netflix
Quem comemora é o próprio Kondzilla, diretor e empresário que trabalhou por quatro anos no projeto da série sobre amigos na periferia de SP. Às vésperas do lançamento, o ator principal JottaPê, MC agenciado por ele, emplacou seu primeiro hit nacional. Sintonia com o universo pop?
Pode ser sorte, mas também esperteza: "Old town road" já dominava nos EUA (o country rap de Lil Nas X igualou o recorde de tempo no topo das paradas por lá). A versão "Sentou e gostou" cavalga neste fenômeno e alcançou a 11ª posição do Spotify no Brasil no início desta semana.
O currículo do astro de "Sintonia" já é de respeito:
aos 3 meses, começou a fazer comerciais de TV;
aos 3 anos, apareceu no filme "Acquária" (2003), de Sandy & Junior;
aos 9 anos, estrelou o filme "Menino da porteira" (2009), com Daniel;
aos 12 anos, na novela "Avenida Brasil" (2012), viveu Jerônimo, o capanguinha do vilão Nilo (José de Abreu);
aos 18 anos, se jogou na carreira de funkeiro e assinou com a Kondzilla.
aos 19, está estourado com 'Sentou e cavalgou' e vai estrelar 'Sintonia'.
Leia mais: Ele cresceu! MC JottaPê, capanguinha do Nilo em 'Avenida Brasil' e ator em 'O menino da porteira', vira funkeiro
Kondzilla falou sobre o "timing" na escalação e sobre a criação de "Sintonia":
G1 - O que você levou do seu trabalho anterior como diretor e empresário para esta série?
Em primeiro lugar, a Kondzilla hoje agencia artistas. Por que eu precisei agenciar? Para conseguir usar os conteúdos sem autorização de ninguém. Acha que coloquei quantas músicas do meu catálogo dentro da série? Todas que eu podia.
O JottaPê é um MC da Kondzilla. Deus é tão bom que nosso planejamento deu super certo. Ele tá com música estourada. O cara que canta com ele é o MC M10, coadjuvante da série. Acho que a sorte faz parte da nossa vida, só não dá para contar com ela. A gente tem que cavar, construir a nossa própria sorte.
G1 - O trabalho como diretor de série é muito diferente como diretor artístico e de clipe?
É diferente porque eu sempre fiz projeto grandes, mas nunca tão longo. Estou nele há 4 anos. Uma vez por semana, eu saia do Tatuapé e ia lá para a Vila Madalena encontrar com dois roteiristas. Só de trânsito eram três horas por dia. No início seria só um curta-metragem.
G1 - Como esse curta evoluiu?
Eu pensava: "como vou chamar atenção para um dia virar um cineasta?" Porque não fiz faculdade na FAAP, na USP, não conheço ninguém no cinema. Pensei: "vou fazer um trailer, como se fosse um filme, e quando eu chegasse lá no Bial, no Jô, eu ia falar: 'na verdade eu não tenho filme'". Imaginei uma coisa maluca assim.
Aí em 2013 a gente começou a ser muito criticado pelo trabalho que a gente estava fazendo no funk de SP por causa da ostentação. Falavam que eu estava incentivando os jovens a fazer coisa errada para conquistar bens materiais, tênis, relógio, não sei o que.
Mas só sou um diretor de clipe, estou registrando o olhar de um moleque numa favela. Aí falei: "vou contar a história de três moleques correndo atrás para comprar um tênis, esses de mil reais, caros". A ideia surgiu aí.
Dei a ideia para um amigo fotógrafo [Felipe Braga]. Ele falou: "cara, isso não é um curta, é um longa. Vou te apresentar para um amigo roteirista, que escreveu o último longa do Babenco [Guilherme Quintella]". E aí ele falou: "Não, isso não é um longa, é uma série". Beleza. O Felipe é sócio da Alice Braga, que estava negociando "Samantha" com a Netflix em Los Angeles. Aí fechou a conta.
O JottaPê veio mais para o final. E quando chegou na Netflix, já tinha sinopse da primeira temporada e arco da segunda e terceira. Se não fosse com eles, eu não deixaria a ideia morrer. Ia ser outro player.
G1 - Acha que a série pode ajudar a divulgar o funk no mundo? Apesar de feitos como de Anitta, de hits como "Bum bum tam tam", o funk não explodiu lá fora de verdade. 'Sintonia' tem esse olho lá fora? A Netflix tem uma série sobre bossa nova ('Coisa mais linda'), com esse tom de exportação...
Nem todas as séries da Netflix estreiam globalmente, algumas ficam só no país de origem. A nossa sim, são os 190 países. A gente trabalha para isso. Mas estamos vivendo o momento da música urbana: kizomba, kuduro, cumbia, reggaeton, hip hop, tudo isso conversa muito.
Para o funk, dificulta a questão do idioma. Mas uma coisa que eu tenho percebido é que o comportamento do jovem de favela em qualquer lugar no mundo é igual. Notei quando fui para os EUA, França, Egito. Todos esses jovens sentem a necessidade de serem vistos, buscar seu lugar de fala. É isso que a gente procura comunicar em todo conteúdo que a gente faz.
G1
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