MP investiga se houve direcionamento de licitação no autódromo do Rio
Brasil - Ações Públicas - Procedimento Preparatório
Empresa vencedora foi criada 11 dias antes do certame, tem capital social de R$ 100 mil e, como mostrou o G1, ofereceu garantia de empresa que não está apta pelo Banco Central.
Imagem do projeto do novo autódromo do Rio de Janeiro — Foto: Divulgação
O Ministério Público do Rio (MPRJ) abriu um procedimento preparatório de inquérito civil para apurar se houve direcionamento de licitação no novo autódromo do Rio, em Deodoro, na Zona Oeste. A empresa vencedora foi a Rio Motorpark, criada 11 dias antes do certame.
No documento, datado do último dia 12, o órgão quer saber se houve improbidade administrativa e violação ao princípio da impessoalidade na escolha da Rio Motorpark para a construção do empreendimento.
A Rio Motorpark afirmou, em nota, que não foi notificada sobre a abertura do procedimento e só se irá se pronunciar quando souber o teor do processo.
"A empresa reitera que, em o todo o decorrer da concorrência, agiu integralmente dentro da mais absoluta correção e conforme todas as legislações vigentes", diz o texto.
Na sexta-feira (19), a licitação foi suspensa por conta de outro problema: a Justiça Federal determinou a paralisação até que haja um estudo de impacto ambiental e seja concedida a licença prévia do empreendimento.
A decisão foi tomada a pedido do Ministério Público Federal (MPF) – que apura o licenciamento ambiental da obra na Floresta do Camboatá, terreno que pertencia ao Exército Brasileiro e foi cedido.
Durante a investigação, o MPF identificou também indícios de direcionamento da licitação e enviou uma notícia-crime para o MP estadual (MPRJ), que é o responsável pelos casos na esfera municipal – a licitação é feita pela prefeitura.
O órgão federal pediu a apuração de crime da Lei nº 8.666/93, a Lei das Licitações. O MPF considerou que houve redução das exigências no edital, curto espaço de tempo e divulgação restrita, limitando a entrada de concorrentes.
Como o G1 mostrou no mês passado, a Rio Motorpark tem capital social de R$ 100 mil e a obra está avaliada em R$ 697 milhões. O presidente da empresa, José Antonio Soares Pereira Júnior, é sócio da Crown Assessoria, que ajudou a montar o edital.
A empresa e a prefeitura negam irregularidades.
O procedimento, segundo resolução do MP, pode durar de três a seis meses, entre depoimentos, inspeções e requisição de documentos. Os primeiros papeis solicitados pelo órgão foram:
processo administrativo no Tribunal de Contas do Município sobre a licitação
edital feito pela prefeitura;
ofício do Banco Central que confirme se a Maxximus Bank, que emitiu a garantia para a obra, está autorizada a operar com a emissão de fiança bancária;
ofício da Superintendência de Seguros Privados (Susep) que confirme se a empresa Maxximus Bamk está autorizada a emitir seguro-garantia.
O edital definia que a Rio Motorpark precisava oferecer uma garantia de 1% do valor da obra: ou seja, R$ 6,97 milhões. O seguro foi oferecido pela Maxximus Bank. No entanto, o G1 revelou que a empresa não é uma instituição autorizada pelo Banco Central.
A prefeitura, no entanto, havia aceitado a garantia e informado que se tratava e "um banco de primeira linha". A própria Maxximus negou ao G1que seja um banco.
Ouvido pela reportagem, o professor de Direito Econômico da UFPR e membro da OAB do Paraná Egon Bockmann Moreira diz que há ilegalidade quando a empresa que oferece a garantia não está apta para oferecê-la.
"A carta-fiança e o seguro-garantia só serão válidos se dados por pessoas autorizadas pelo Banco Central e pela Susep. Se não derem, não vale e a proposta não vale também", afirma.
Licitação suspensa
Na sexta-feira, a Justiça suspendeu a contratação do consórcio que ganhou a licitação do autódromo do Rio até que haja o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA-rima).
A ação civil pública foi movida pelo Ministério Público Federal (MPF), que também já havia sinalizado indícios de direcionamento de licitação. Como a licitação foi realizada pela Prefeitura, no entanto, o caso saiu do MPF para o MPRJ — exceto a questão ambiental.
Outra investigação contra a Rio Motorpark corre na Comissão de Valores Mobiliários. Os técnicos do órgão manifestam preocupação com possíveis prejuízos a investidores e consideram que "a situação cadastral, patrimonial e física da Rio Motorpark não é compatível com o porte do empreendimento".
G1
Galeria de Imagens / Fotos / Turismo
Eventos
-
1º Encontro dos Amigos da Empaer
Cidade:Dourados
Data:29/07/2017
Local:Restaurante / Espaço Guarujá -
Caravana da Saúde em Dourados II
Cidade:Dourados
Data:16/04/2016
Local:Complexo Esportivo Jorge Antonio Salomão
Balcão de Oportunidades / Empregos(Utilidade Pública)
Cotações
Moeda | Taxa R$ |
---|---|
Dólar | 5,604 |
Euro | 6,388 |
Franco suíço | 6,817 |
Yuan | 0,779 |
Iene | 0,039 |
Peso arg. | 0,005 |
Atualizado
Universitários
Serviço Gratuito