Sábado 21/06/2025 21:56

Veja as expectativas de economistas sobre o novo governo após 6 meses de mandato

Brasil - Ações Públicas - Política

G1 voltou a ouvir 6 analistas sobre a capacidade do governo Bolsonaro para promover a retomada do crescimento, aprovação de reformas, reequilíbrio das contas públicas e geração de empregos.

 

Foto: Divulgação 

A posse de Jair Bolsonaro na Presidência da República completou seis meses no último domingo (30) e, após o primeiro semestre de mandato, economistas seguem acompanhando com atenção a condução da pauta econômica pelo novo governo.

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Em novembro de 2018, 30 dias após a eleição do novo presidente, o G1 ouviu 6 economistas sobre suas expectativas a respeito da capacidade do governo de promover o crescimento da economia, conseguir aprovação de reformas, reequilibrar as contas públicas e gerar mais empregos. No dia 1º de fevereiro, 1 mês após a posse, a reportagem ouviu novamente os mesmos profissionais. As entrevistas se repetiram nos dias 1º e 2 de julho, quando o mandato completou seis meses.

O levantamento mostra que, embora a confiança na aprovação da reforma da Previdência tenha aumentado, houve piora na expectativa de que o governo vá conseguir promover o crescimento da economia, equilibrar as contas públicas e gerar mais empregos. As estimativas são piores no caso das contas do governo: apenas 2 dois 6 economistas ouvidos acreditam que elas serão equilibradas.

Veja abaixo o que mudou nas expectativas dos economistas:

Participaram do levantamento Alessandra Ribeiro (Tendências Consultoria), Alex Agostini (Austin Rating), André Perfeito (Necton), José Francisco de Lima Gonçalves (Banco Fator), Luís Paulo Rosenberg (Rosenberg Associados) e Marcel Caparoz (RC Consultores).

Além de responder "sim" ou "não" às perguntas, os economistas também fizeram análises sobre as questões levantadas. Leia abaixo:

Crescimento da economia

Entre os entrevistados, 2 disseram que o governo Bolsonaro não conseguirá promover o crescimento da economia – 1 a mais que no levantamento anterior.

Embora não haja consenso sobre a dimensão do crescimento da economia até o final dos 4 anos de mandato de Bolsonaro, entre os economistas é unânime a avaliação de que, para 2019, o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) não deve ser forte.

“O ritmo de crescimento da economia brasileira está diminuindo com o passar dos meses”, comenta Caparoz, dizendo ainda que “o alto nível de ociosidade da indústria e o desemprego podem dificultar a retomada econômica no curto prazo”.

Perfeito credita essa projeção ao fato de as medidas econômicas anunciadas até agora serem todas com efeito esperado de médio e longo prazo, em um cenário que nem a taxa de juros baixa consegue aquecer. “Isso faz sentido com o estilo do (ministro da Economia) Paulo Guedes, ele tenta trazer ajustes de longo prazo. Mas esse ajuste está cobrando um preço alto no curto prazo”.

Os economistas listam ainda outras razões para a perspectiva fraca neste ano – diferente do que se projetava meses antes. A pesquisa Focus, do Banco Central, por exemplo, já registrou 18 pioras seguidas na projeção do mercado para o PIB deste ano.

“Está havendo um ajuste do que os mercados esperavam do governo e o que o governo efetivamente tem feito”, diz Gonçalves.

Uma das razões apontadas por ele é a falta de perspectiva de investimentos no curto prazo. “O ponto é que não há investimento, e não há como mudar uma decisão que foi tomada um ano atrás. Nem governo nem setor privado investem assim de uma hora para outra.”

Agostini também não espera um bom crescimento em 2019, “mas só a partir de 2020”. Ainda assim, ele condiciona essa projeção à aprovação da reforma da Previdência “sem frustração de receitas”.

Alessandra Ribeiro também diz que a aprovação da reforma é essencial para o crescimento, mas espera que a retomada de uma expansão econômica mais robusta aconteça somente a partir de 2021. Entre as razões que ela aponta para isso estão o cenário internacional, que não depende diretamente de medidas do governo, e o problema fiscal – que, esse sim, “depende na veia de governo”.

Outro fator apontado por ela é a persistência do clima de incertezas, que posterga decisões de consumo e, principalmente, de investimentos. “Outra coisa que o governo poderia fazer é reduzir a incerteza, que atrapalhou esse ano. Um governo mais centrado, menos fonte de problemas, crises e tensão, que é um pouco a marca do governo. Ele gera as próprias crises", diz. Nesse quesito, a analista prevê que o problema deve seguir atrapalhando a economia durante todo o mandato.

“Nós não contemplamos um nível de incerteza muito baixo nesse governo. A gente joga para frente que vai ser um governo marcado sim por tensão no ambiente político", diz Alessandra.

Assim como ela, Rosenberg também aponta que o cenário externo e as crises internas não ajudam. “Se é verdade que a inflação é um tópico que sumiu do mapa, a perspectiva de uma recessão com os juros tão baixos como estão no mundo assusta”, diz. “Aqui dentro, o ponto mais negativo é o ‘desfocar’ do presidente. Ele dá uma importância a cadeirinha no banco traseiro para criança, permissão de armamento, fofocas entre filhos e militares absolutamente desproporcional”, critica o analista. No entanto, ele destaca que as expectativas em torno da equipe economista seguem positivas.

“A convicção da equipe econômica e o talento dela são pontos muito positivos, e isso se mantém. A gente está desanimado no presente, mas a perspectiva de um Brasil mais moderno não sumiu”, diz Rosenberg.

Reformas econômicas

Neste levantamento, diferente dos demais, todos os economistas disseram que acreditam que a reforma da Previdência vai ser aprovada pelo Congresso – embora ainda haja dúvidas sobre os moldes que o texto final terá, além de incertezas sobre outras reformas econômicas. Segundo os analistas, essas dúvidas são resultado da dificuldade que eles enxergam na articulação do governo com o Congresso.

“O governo tem demonstrado dificuldade na articulação junto ao Congresso, o que poderá dificultar o avanço de outras reformas, com destaque para a tributária”, diz Caparoz.

Perfeito comenta que os ruídos entre governo e Congresso pioraram nos últimos meses, em sua avaliação. “O Samuel (deputado Samuel Moreira, relator da reforma) apresentou, e o Guedes veio a público criticar fortemente a versão dele. Isso mostra uma dificuldade de articulação muito forte.”

Ribeiro aponta que, nesses 6 meses, “não se viu uma liderança do governo em relação ao Congresso e o encaminhamento da agenda de reforma”, mas diz que “um movimento surpreendente é que o próprio Congresso vem ocupando esse vácuo”.

Contas públicas

Entre os economistas entrevistados, 4 apontam que o governo não conseguirá terminar o mandato com as contas públicas equilibradas – 2 a mais que no levantamento anterior.

Os analistas voltaram apontar que o resultado da reforma da Previdência não deve vir no curto prazo. Eles também citaram novamente a expectativa de receitas extraordinárias com concessões e privatizações. No entanto, ainda não está claro se isso será colocado em prática, e de que forma.

“A privatização da Eletrobras, que parecia mais tranquila, não foi feita. Mesmo a dos Correios ainda está emperrada. Tem que ver exatamente como eles querem fazer”, diz Perfeito. Já Agostini acredita que a aprovação da reforma da Previdência “vai condicionar o ambiente para uma forte e ampla pauta de concessões”.

Ainda que não haja consenso sobre quando as contas devem voltar ao equilíbrio, Rosenberg diz que a trajetória já é de melhora desde o governo de Michel Temer, e isso está sendo mantido. “Se eu estou fazendo as reformas qualitativas na área fiscal, como a tributária, se estou tendo uma postura de austeridade como esse governo está tendo, o que estamos discutindo é velocidade.”

“Desde que se continue esse processo, a questão fiscal é administrável. Era muito mais preocupante há 3 anos do que é hoje. Ainda que esteja com endividamento mais alto, pelo menos reverteu a tendência explosiva”, avalia Rosenberg.

Caparoz e Alessandra destacam as ações do governo para reduzir o gasto com funcionalismo. Alessandra, da Tendências, fala sobre a previsão de crescimento do salário mínimo apenas ligeiramente acima da inflação, o que ajuda a segurar os gastos públicos. Já Caparoz comenta: “o governo tem demonstrado esforços para conter o avanço dos gastos relacionados ao funcionalismo público, seja pela paralisação de alguns concursos públicos, seja pelo reajuste dos salários abaixo da inflação”.

Gonçalves, por outro lado, aponta que a fraqueza da economia dificulta a colocada das contas públicas em ordem – já que, sem crescimento, a arrecadação não se recupera. “Não tem como. Pode falar que terá reformas, mas, se tiverem efeito, são de médio para longo prazo. Eles não têm intenção de fazer nada de política econômica para curto prazo e, se a economia não vai andar, você não vai arrecadar.”

Caparoz também fala sobre a falta de perspectiva de melhora da arrecadação, mas como ponto positivo diz que “a queda dos juros, por outro lado, reduzirá as despesas financeiras do governo federal referente a sua dívida pública, contribuindo para o reequilíbrio das contas públicas”.

Criação de empregos

A pergunta sobre a capacidade do governo em aumentar a geração de empregos dividiu os entrevistados. 3 disseram que a gestão Bolsonaro conseguirá aumentar a criação de vagas, enquanto outros 3 disseram que não. No levantamento anterior, 4 economistas disseram que o governo conseguiria gerar mais empregos.

Perfeito afirma que as condições atuais da economia não permitem garantir o que acontecerá com o mercado de trabalho, que depende da recuperação da economia em si. “Os economistas acreditavam que bastava o choque de confiança e os juros caírem fortemente. O choque de confiança aconteceu, mas o problema é que o mundo não vive só de confiança. E não adianta ter os juros no lugar certo e a economia no lugar errado”.

Nesse sentido, Caparoz comenta que “a frustração sobre o ritmo de crescimento econômico no Brasil tem reflexos diretos sobre o mercado de trabalho, que demonstra dificuldades para elevar o número de novas contratações”.

Já Alessandra ressalva que, ao fazer previsões sobre o mercado de trabalho, é preciso olhar os números com cuidado, sem considerar apenas a redução da taxa de desemprego. Isso porque, nos últimos meses, a queda da taxa de desemprego vem sendo sustentada pelo mercado informal. À medida em que a economia melhorar, esses postos devem perder lugar para os empregos com carteira, além do fato de pessoas que haviam desistido de procurar podem voltar à busca.

Agostini diz que a geração de empregos deve acontecer “de forma mais consistente somente a partir de 2020”.

G1

Ações Públicas, Política, Novo Governo, 6 meses de mandato

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