Mortes praticadas pela polícia em serviço aumentam 17% no 1º quadrimestre em SP; nº de policiais mortos cai 65%
Brasil - Pesquisa - Dados
Já as mortes cometidas por policiais de folga caíram 29%, segundo análise do Instituto Sou da Paz. O número de armas apreendidas também caiu entre janeiro e abril de 2019.
Ação contra ladrões de banco termina com troca de tiros e 11 mortos em Guararema, SP — Foto: Reprodução/JN
O número de pessoas mortas pela polícia em serviço cresceu 17% nos primeiros quatro meses deste ano no estado de São Paulo, segundo dados das Corregedorias das Polícias Civil e Militar analisados pelo Instituto Sou da Paz. Ao mesmo tempo, as mortes cometidas por policiais de folga caíram 29%. Quando as duas situações se somam, a letalidade policial cresce 7% no 1º quadrimestre de 2019.
De janeiro a abril, 252 pessoas foram mortas por policiais em serviço, contra 216 em 2018. Em 4 de abril, uma operação policial em Guararema, na Grande São Paulo, terminou com 11 suspeitos de roubo mortos.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) "defende a investigação rigorosa de todas as ocorrências e tem trabalhado para reduzir os casos de morte em decorrência de intervenção policial" (leia nota completa abaixo).
Por outro lado, o número de policiais mortos caiu 65% no período: foram oito mortes, contra 23 no 1º quadrimestre de 2018.
Assim, aumentou a razão entre civis mortos para cada policial morto no estado, que chegou a 36:1, superior àquela considerada razoável por especialistas, para quem uma proporção acima de 15:1 pode indicar que a força letal tem sido usada para fins que não a preservação da vida.
Considerando apenas as mortes em serviço, o resultado foi pior, com 50 civis mortos para cada policial morto.
Para Ivan Marques, diretor-executivo do Instituto Sou da Paz, os resultados do 1º quadrimestre mostram que houve orientação aos policiais para não se exporem, mas o aumento da letalidade preocupa. Em 2018, houve redução da letalidade policial em 10%, se comparada ao ano anterior.
“A redução da vitimização policial merece comemoração, especialmente nos casos fora de serviço, o que pode indicar que a corporação tem orientado os policiais sobre os riscos a que estão expostos nessas circunstâncias e como devem agir para minimizá-los. Mas o aumento expressivo dessa proporção indica que o uso da força letal pelas polícias paulistas demanda atenção das autoridades”, diz Marques.
Ao mesmo tempo que a letalidade policial aumentou, outros crimes violentos e patrimoniais caíram.
Nos quatro primeiros meses do ano, foram registrados 98.769 roubos (incluindo os de veículos) no estado, queda de 10% em relação ao 1º quadrimestre de 2018, quando houve 109.279 roubos. O número de armas apreendidas também caiu entre janeiro e abril de 2019: 4.477, contra 4.701 nos quatro primeiros meses de 2018 (-5%).
Segundo o Sou da Paz, outro indicador de produtividade policial que pode ser analisado em paralelo ao número de mortes em confrontos policiais é o das prisões e apreensões em flagrante.
No 1º quadrimestre de 2019, 47.969 adolescentes e adultos foram detidos em flagrante no estado, ante 48.927 detidos no mesmo período do ano anterior (-2%). Ou seja, no 1º quadrimestre de 2019, uma pessoa foi morta a cada 165 detidas em flagrante, proporção que foi de um morto para cada 181 detidos no 1º quadrimestre de 2018.
“Há várias métricas possíveis para analisar a variação no número de mortes cometidas por policiais. Seja qual for a escolhida, a conclusão é a mesma: o crescimento da letalidade policial no estado no 1º quadrimestre de 2019 preocupa por romper com a tendência de queda do ano passado e por contrastar com o cenário da segurança pública paulista no período”, diz Marques.
“Precisamos acompanhar os índices dos próximos meses, além de buscar os possíveis fatores por trás desse aumento, que não se explica apenas pela ocorrência de Guararema”, alerta.
Outro crime que cresceu no quadrimestre foi o feminicídio (54%), como o G1 mostrou.
Nota SSP
"A Secretaria da Segurança Pública defende a investigação rigorosa de todas as ocorrências e tem trabalhado para reduzir os casos de morte em decorrência de intervenção policial. A fim de garantir maior eficácia nas investigações de mortes em decorrência de intervenção policial, a SSP editou a Resolução SSP 40/2015, que determina o comparecimento das Corregedorias e dos Comandantes da região, além de equipe específica do IML e IC nesses casos. Todas ocorrências são investigadas por meio de IPM pelos batalhões e também pela Polícia Civil, além de serem acompanhadas pela Corregedoria da PM.
Desde o início do ano, as ações de patrulhamento ostensivo e preventivo têm sido ampliadas e permitiram a prisão de mais de 62.003 mil criminosos e a apreensão de 4.477 armas de diferentes calibres, incluindo fuzis de uso restrito, em todo o Estado. A SSP seguirá trabalhando para reduzir ainda mais os indicadores criminais e garantir a segurança da população".
G1
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