Segunda-Feira 23/06/2025 06:28

Caminhão colidiu com helicóptero de Boechat a 40 km/h, aponta laudo de perícia em SP

Brasil - Ações Policiais - Investigação

Documento do Instituto de Criminalística indica que motorista estava na velocidade permitida ao sair de pedágio. Acidente que matou jornalista e piloto completa um mês nesta segunda.

 

Laudo do Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Científica informa que tacógrafo de caminhão registrou que veículo estava a 40km/h no momento da colisão com helicóptero que levava Boechat e piloto em São Paulo — Foto: Reprodução/Polícia Técnico-Científica

 

Laudo do Instituto de Criminalística (IC) de São Paulo aponta que o caminhão que colidiu com o helicóptero que levava o jornalista Ricardo Boechat e o piloto Ronaldo Quattrucci estava a aproximadamente 40 km/h no momento da batida ao sair da praça de pedágio do Rodonel em direção à Rodovia Anhanguera. A morte de Boechat e Quatrucci completa um mês nesta segunda-feira (11).

O G1 teve acesso com exclusividade ao documento do Núcleo de Engenharia da Polícia Técnico-Científica do Instituto de Criminalística que comprova que o veículo trafegava dentro do limite de velocidade permitido para a via. Ele analisou o tacógrafo do caminhão conduzido pelo motorista João Adroaldo Tomackeves, que sobreviveu à colisão, saindo com ferimentos leves.

Boechat e Quattrucci morreram em decorrência de politraumatismoscausados pelo impacto entre o helicóptero e o caminhão, ocorrido em 11 de fevereiro.

A reportagem não conseguiu localizar o representante do Ministério Público responsável por acompanhar o caso para comentar o assunto nesta semana.

Para a Polícia Civil, que investiga o acidente, ainda não há elementos para responsabilizar alguém criminalmente pela colisão e pelas mortes. O entendimento da investigação, até então, é de que o que aconteceu foi uma “fatalidade”.

Além do laudo do IC, que atesta que o motorista estava em velocidade compatível para o trecho, outra prova corrobora com a hipótese de que não houve crime na colisão que deixou dois mortos.

Vídeo gravado por câmeras de segurança, por exemplo, mostra que o helicóptero tentava um pouso de emergência, após pane ainda não identificada pela perícia, quando se chocou com o caminhão, que saía da praça de pedágio perto de 40 km/h.

'Fatalidade'

Procurado pelo G1 para comentar o resultado do laudo do IC sobre o tacógrafo do caminhão no momento da colisão com a aeronave, o delegado que investiga o caso informou que o documento será anexado ao inquérito policial.

“Em análise é o tacógrafo, que é o equipamento que mede a velocidade do automóvel. A velocidade na hora do impacto era de 40 km/h, que é compatível com a via, o limite da via”, disse o delegado Alexandre Marcos Kerckhof Cardoso e Silva, do 46º Distrito Policial (DP), em Perus, onde o caso foi registrado.

O caminhão, que tinha equipamento Via Fácil para não parar no pedágio, estava a 80 km/h antes de se aproximar da cabine da praça no Rodoanel, segundo o laudo do Instituto de Criminalística. Depois, reduziu para 60 km/h, e em seguida 40 km/h. Na desaceleração, saiu de 20 km/h, ao passar pela cancela do pedágio, subiu novamente para cerca de 40km/h e colidiu com o helicóptero.

"As linhas desordenadas (rabiscos) impedem uma medição mais precisa e não fazem parte do funcionamento regular do equipamento (surgiram por conta do impacto do veículo com a aeronave)", informa trecho do laudo do IC sobre a leitura do tacógrafo, que aponta a velocidade em torno de 40 km/h como a que o caminhão estava no momento que colidiu com o helicóptero.

Segundo o delegado, até o momento, as provas do inquérito indicam que o acidente que deixou Boechat e Quattrucci mortos não foi criminoso.

Uma fatalidade. O piloto realizou a manobra de emergência e o motorista do caminhão também vinha em velocidade compatível
— delegado Cardoso e Silva

Diante disso, não há como a polícia criminalizar o motorista Tomackeves pela batida e, muito menos, pelas mortes.

“Ele [o motorista] mesmo alega que sequer teve ciência do que aconteceu. Ele foi atingido em cheio, não teve tempo de ver, freou posteriormente ao impacto, e só tomou ciência do que o atingiu depois que foi retirado do caminhão”, falou o delegado.

O G1 não conseguiu localizar Tomackeves para comentar o assunto nesta semana. Quando prestou depoimento na delegacia, o motorista se referiu assim ao acidente: "Do nada cai uma coisa lá do céu em cima da tua cabeça."

Causas

Além das eventuais responsabilidades pelo acidente que deixou mortos, a polícia apura as causas do que possa ter causado a pane no helicóptero

“O que a gente tem até agora: responsabilidade criminal a gente não tem a quem imputar”, disse Cardoso e Silva. “Talvez trata-se de um acidente por motivo ainda a esclarecer e o que vai restar agora é a responsabilidade civil e administrativa. Pelo menos o que a gente tem até agora, não responsabilizando criminalmente ninguém pela fatalidade.”

Policiais militares que atenderam a ocorrência no dia, uma mulher que ajudou a socorrer o motorista do caminhão, e o filho do piloto, que era sócio de Quattrucci na empresa aérea criada pelo pai, já prestaram depoimento na delegacia.

O inquérito do acidente ainda não foi concluído e depende do resultado de outros laudos. Dentre os quais, o da Aeronáutica, que apontará as prováveis causas da pane no helicóptero, até este momento desconhecidas.

Motor desligado

Peritos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) disseram em conversas com policiais que é provável que o piloto Quattrucci tenha desligado o motor do helicóptero ao notar a pane, como medida de segurança para procurar um local seguro e pousar, evitando alguma explosão, por exemplo.

“Não está fechado o diagnóstico, mas ele [o piloto] provavelmente recebeu algum alerta da própria aeronave e efetuou o desligamento dela e fez aquele pouso”, disse Cardoso e Silva. “Algum tipo de informação de que a aeronave estava com problema, seja no motor ou seja... alguns dos sensores dela, e ele identificou o problema e tomou uma decisão”.

Ainda segundo análise preliminar da perícia da Aeronáutica, helicópteros como o que se acidentou, um modelo Bell 206B, costumam fazer pousos de emergência entre 60 km/h a 80 km/h quando estão com motor desligado.

Aeronautas acreditam que a aeronave de Quattrucci estava com essa velocidade média, seria seguro fazer um pouso forçado, que manteria a cápsula da aeronave intacta e poderia salvar as vidas do piloto e de Boechat.

Exames toxicológicos do Instituto Médico Legal (IML) feitos nas vítimas não acusaram nenhuma substância nelas durante o acidente.

Técnicos dos fabricantes da aeronave, a Bell Helicopter, e do motor, a Rolls Royce, acompanham o trabalho dos peritos. A turbina, por exemplo, que faz parte do motor, foi levada para ser periciada em Belo Horizonte, Minas Gerais, porque lá o fabricante possui laboratório e oficinas conveniadas.

Laudo do Cenipa sobre as prováveis causas do acidente com o helicóptero não irá apontar culpados, mas trará diretrizes de segurança no voo para evitar que novos problemas ocorram com aeronaves do mesmo tipo.

G1

Ações Policiais, Perícia, Investigação, Acidente, Helicóptero, Ricardo Boechat

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