Ipea: produtos básicos são 83% das exportações brasileiras para China
Brasil - Economia - Relações Internacionais
Nos os últimos dez anos, as exportações do Brasil para a China cresceram de US$ 1,1 bilhão para US$ 30,8 bilhões, levando o país à posição de maior importador de produtos brasileiros, absorvendo 15,2% do total exportado. Mas a pauta de exportações tem se concentrado cada vez mais em produtos básicos, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
De 2000 a 2009, segundo o levantamento, os produtos básicos passaram de 68% para 83% da pauta de exportações brasileiras para a China. No ano passado, apenas os minérios corresponderam a 40% dessa conta. Oleaginosas representaram 23%, enquanto a fatia de combustíveis minerais ficou em 13%;
‘Pode-se afirmar que ao longo dos últimos 10 anos, para cada dólar que o Brasil adquire de suas exportações para China, 87 centavos vêm de produtos primários e de manufaturas intensivas em recursos naturais, 7 dos produtos de média intensidade tecnológica e apenas 2 centavos das vendas de produtos de alta tecnologia’, diz o Ipea no estudo divulgado nesta sexta-feira (7).
Nas importações, no entanto, o movimento observado foi o oposto: de 2000 a 2010, as importações de produtos chineses de alta tecnologia passaram de US$ 487 milhões para quase US$ 10 bilhões. De 2000 a 2009, a participação dos produtos de média tecnologia no total das vendas da China para o Brasil cresceu de 16% para 44%.
‘Dessa forma, o saldo comercial do Brasil com a China, por intensidade tecnológica do produto, registra superávits crescentes nos produtos primários e nas manufaturas intensivas em recursos naturais. Para as demais categorias (baixa, média e alta tecnologia) ocorre um aprofundamento do déficit comercial, particularmente para no caso dos produtos de mais alta intensidade tecnológica’, aponta o Ipea.
Para o pesquisador do Ipea Eduardo Costa Pinto, o Brasil precisa ampliar a pauta de exportações e incluir produtos de maior valor agregado. O objetivo é evitar desequilíbrios, no médio prazo, da balança comercial com a China.
‘Se a gente se especializa cada vez mais nesse tipo de bem [commodities], quando a China chegar a um patamar mais elevado e deixar de precisar desses produtos a balança comercial com o país asiático pode ficar deficitária’, disse.
Segundo ele, o país deve negociar com a China a participação na cadeia produtiva de bens de alta tecnologia, como a produção de componentes de carros e máquinas. ‘Batalhar por exportar tecnologia à China é tarefa inglória, mas podemos criar instrumentos de negociação para participar da cadeia produtiva de produtos de alta tecnologia, por exemplo, a produção de elementos de um carro’, afirmou.
Investimentos
Segundo o instituto, as aquisições chinesas de empresas que operam no Brasil entre 2009 e 2010 cresceram tanto em termos de operações (de 1 para 5) quanto em termo de valor (de US$ 0,4 bilhão para US$ 14,9 bilhões). As aquisições ocorreram, principalmente, no setor de petróleo (US$ 10,17 bilhões) e na exploração do pré-sal brasileiro. O setor financeiro foi destino de US$ 1,8 bilhão, enquanto mineração e energia elétrica tiveram US$ 1,22 bilhão e US$ 1,72 bilhão, respectivamente.
‘Fica evidente a estratégia chinesa de garantir o acesso as fontes de recursos naturais, bem como o de tentar influenciar no preço desses setores’, mostra o Ipea.
De acordo com Eduardo Costa Pinto, o Brasil deve buscar maior reciprocidade no acesso de empresas brasileiras à China. O pesquisador explicou que as empresas estrangeiras encontram dificuldades em produzir em território chinês porque a elas são impostas barreiras pelo governo do país asiático. Segundo Costa Pinto, o governo brasileiro precisa negociar acordos bilaterais que ‘afrouxem’ essa regulamentação restritiva, que faz parte, segundo ele, da ‘estratégia de defesa nacional da China’.
‘Existem muitas dificuldades na entrada de empresas brasileiras na China, mas há uma abertura para negociação. Temos que pensar em acordos bilaterais, porque a China não vai derrubar totalmente sua estrutura de regulamentação da produção de bens. Temos uma carta na manga para a negociação, que é a exportação de alimentos e energia. A China em crescimento acelerado precisa muito desses bens’, explicou.
G1/ V.H.
Galeria de Imagens / Fotos / Turismo
Eventos
-
1º Encontro dos Amigos da Empaer
Cidade:Dourados
Data:29/07/2017
Local:Restaurante / Espaço Guarujá -
Caravana da Saúde em Dourados II
Cidade:Dourados
Data:16/04/2016
Local:Complexo Esportivo Jorge Antonio Salomão
Balcão de Oportunidades / Empregos(Utilidade Pública)
Cotações
Moeda | Taxa R$ |
---|---|
Dólar | 5,649 |
Euro | 6,333 |
Franco suíço | 6,769 |
Yuan | 0,780 |
Iene | 0,039 |
Peso arg. | 0,005 |
Atualizado
Universitários
Serviço Gratuito