Desastre no Japão pode acelerar mudança de produção ao exterior
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O desastre triplo do Japão pode acabar dando um impulso final para companhias transferirem produção para o exterior, para longe dos riscos que lançaram incertezas sobre a cadeia global de suprimentos.
Uma alta do iene para recorde contra o dólar somente piora a situação para grandes exportadores do Japão como Toyota e Sony sobre os riscos cambiais sobre a manufatura no país.
Uma mudança para operações internacionais não seria algo novo. Mas a combinação de terremoto, tsunami e crise nuclear pode ser um alerta para empresas do Japão acelerarem o processo, dizem analistas.
"O risco país associado à produção no Japão subiu", disse Takahide Kiuchi, economista-chefe na Nomura Securities. "Tivemos o terremoto e a crise nuclear. Adicione um iene mais forte ao mix e há um claro risco de que a saída da base de manufatura vai acelerar."
O processo já viu produção de companhias japonesas no exterior subir de 6 por cento do total para 20 por cento nas últimas duas décadas.
A história sugere que a tendência agora vai acelerar após o terremoto de 9 graus de magnitude e do tsunami de 10 metros de altura que deixaram pelo menos 21 mortos ou desaparecidos.
Nos três anos após o terremoto de Kobe em 1995, a relação de produção das empresas japonesas fora do país subiu de 8,3 para 11,6 por cento. Pouco depois do terremoto de Kobe, o iene subiu para um recorde que somente foi superado na semana passada, após o último abalo.
O custo do mais recente terremoto foi muito maior. Enquanto em Kobe as estimativas foram de 100 bilhões de dólares em danos, o deste ano gerou impactos diretos e indiretos à terceira maior economia do mundo que podem superar os 250 bilhões de dólares.
No Japão, a Sony informou que 16 fábricas de um total de 25 foram impactadas pelo desastre. A empresa informou na terça-feira que se problemas de produção continuarem vai mudar produção para unidades no exterior onde há disponibilidade de componentes.
O Japão produz um quinto dos chips de computadores do mundo e exportou 7,2 trilhões de ienes (91 bilhões de dólares) em componentes eletrônicos no ano passado, segundo a empresa de pesquisa Mirae Asset Securities.
A Toyota, maior montadora de veículos do mundo, informou que todas as suas 12 fábricas no Japão vão ficar fechadas até pelo menos 26 de março.
Portal Exame/ V.H.
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