Foto: Painel Floretal

O 2º Seminário" Plantar Florestas é um Bom Negócio! Eucalipto e Seringueira", realizado na Cidade de INOCÊNCIA/MS, foi encerrado ontem (24/11), seguindo a programação evento divulgada pelo site Painel Florestal, Sindicato Rural e Prefeitura Muinicipal de Inocência.

Conforme relato, o representante do Portal Assisthe, Marco Cerqueira encerrou a rodada de palestras realizadas no primeiro dia, sendo que no dia de ontem (24/11) foram feitas visitação a campo com todos os participantes para conhecimento das potencialidades e possibilidades de cultivo de florestas, conforme programação.

O Evento

 Após a abertura do “2º Seminário Plantar Florestas é um Bom Negócio! Eucalipto e Seringueira”, o ciclo de palestas foi iniciado com seu enfoque principal. A seguir, com o tema: “O manejo correto da seringueira”. O engenheiro florestal, Marcos Roberto Murbach, destacou pontos essenciais para um bom plantio. “É importante verificar o local, pois é preciso que a área seja de solo profundo, sem excesso de água, porém deve-se escolher uma área próxima a um reservatório de água, são necessários 1.300 a 1.500 milímetros de chuva, ausência de geada, não pode ter erosão no solo. É preciso lembrar que brachiaria e seringueira não combina. E, a fertilidade do solo não é limitante”, explica o engenheiro.

Outro ponto destacado foi a época do plantio, “a seringueira deve ser plantava na entrada do verão, para um bom resultado”.

Em outra palestra, engenheiro agrônomo Pedro Frâncio Filho, compara o potencial e a produtividade brasileira com a de países europeus. Para Pedro, a Europa é um continente muito procurado pelos brasileiros para fazer turismo, porém o Brasil é assediado pelos estrangeiros para investimento industrial. O Brasil possui cerca de 60 milhões de áreas degradadas sendo que 43 milhões estão totalmente degradados. O País hoje é o mais atrativo da América Latina para investimentos, porém o Brasil possui apenas 0,7% do território nacional com florestas plantadas.

O palestrante destaca ainda que várias empresas de papel e celulose já descobriram o potencial brasileiro, especialmente o estado de MS por estar em uma região estratégica para escoamento de produção e principalmente pelo solo produtivo que apresenta.

Ainda no evento, o gerente florestal da Florestal Brasil Antônio Ricardo Alckmin, informou que pela primeira vez, fundos de pensão brasileiros investiram em florestas plantadas em áreas degradadas. A empresa atua principalmente nas regiões de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

A Florestal Brasil trabalha com parcerias com produtores rurais, cerca de 70% de todo o programa é feito em área terceirizada. Ricardo Alckmin explica que existem dois tipos de contratos, o de parceria e o de arrendamento. “A vantagem para o produtor é que ele aproveita as áreas degradadas ou ociosas da propriedade, diversifica as atividades e a empresa faz todos os investimentos financeiros e tecnológicos necessários”, avalia.

Na ùltima palestra do dia, com o tema "mercado de seringueira e novas tecnologias", Marco inicia sua apresentação fazendo um alerta aos novos produtores, “as pessoas que desejam entrar no negócio devem primeiro conhecer como funciona a cadeia, desde os fornecedores de insumo, passando pelos produtores, depois pelas usinas de beneficiamento até chegar à usina final”, declara.

A borracha natural é utilizada na fabricação de preservativos, na indústria médica e automobilística. Na Ásia, principal continente produtor a madeira também é bastante comercializada na construção civil, para pisos, revestimentos em azulejos e painéis que podem substituir os de MDFs. Só a Malásia fatura cerca de 2 bilhões por ano apenas com a exploração da madeira de seringueira que é comercializado entre US$50 e US$ 220 por m³.

Os países asiáticos juntos produzem 93% da borracha consumida no mundo, porém eles também são os principais consumidores, são responsáveis por 70% do total produzido. “O governo asiático incentiva a cultura dos seringais replantados, já depois da primeira sangria o produtor extrai a árvore e vende a madeira”, explica Cerqueira.

A Tailândia, Malásia e Indonésia são responsáveis por 70% da produção mundial, porém não existe nenhum grande produtor. “È um trabalho de formiguinha, explica Marco, tem produtor que possui apenas 300 árvores, mas é de pouco em pouco que esses países garantem essa produção astronômica”, declara o palestrante.

O Brasil possui 150 mil hectares de área plantada com seringueira, cerca de 6 bilhões da espécie. Porém esse número é insuficiente para manter o consumo do País e para repor a depreciação das árvores. Para o Brasil se tornar auto-suficiente, o País teria que plantar pelo menos 10 vezes mais do que se planta atualmente.

O Brasil é hoje o principal produtor da América Latina, mas se comparado a padrões mundiais, o País é responsável apenas por 1,2% da produção mundial. “Infelizmente não somos os atores principais dessa cena, por isso não ditamos regras, apenas acompanhamos o que nos é imposto pelo mercado asiático”, revelou Marco Cerqueira.

Para Marco o principal problema que afeta a produção brasileira é a do produtor não reconhecer que a cultura do seringal é a longo prazo, e a medida que o mercado aquece os produtores investem no plantio, e quando o preço cai recuamos a produção, sem pensar que esta indústria é rentável em 10 anos.

Marco Cerqueira acredita que o mercado asiático embora muito aquecido no momento, não possui mais área livre para plantio. “A tendência é de que o Brasil seja o principal fornecedor de borracha natural nos próximos 20 ou 30 anos e para suprir essa demanda teremos que plantar 16 bilhões de pés”, conclui.

Organização do evento: Painel Florestal