Aumento da Violência: os demagogos e o crime...
Brasil - Comportamento - Números Cruéis
Com raras exceções, as polícias dos estados brasileiros têm sido responsáveis pela aceleração do agravamento do quadro de violência
(Google Imagem)
A polícia brasileira mata cinco vezes mais que a norte-americana. Sua ação é incomparável com a da polícia inglesa, que matou menos de 30 pessoas nos últimos 30 anos. Demoraria anos para igualar-se à trágica performance brasileira.
A frieza dos números revela um escândalo que não escandaliza mais. No ano passado, 5.012 pessoas foram mortas por policiais no Brasil— 790 a mais (19%) que em 2016, de acordo com o Núcleo de Estudos da Violência da USP. No mesmo período, 385 policiais foram assassinados — número menor que o do ano anterior, mas não menos lamentável e preocupante.
Os casos são registrados como morte decorrente de intervenção policial ou resistência seguida de morte. Ou seja, supõem que os policiais fizeram uso da força em legítima defesa e no estrito cumprimento do dever legal.
O Rio de Janeiro é o estado com o maior número absoluto de mortos por policiais (1.127) e de policiais mortos (119). São Paulo tem a maior proporção de mortes por policiais no total de crimes violentos. Dois em cada dez homicídios resultam de ação policial.
Em vez de reduzir os índices de homicídios, as polícias dos estados brasileiros têm sido responsáveis pela aceleração do agravamento do quadro de violência. Nos últimos anos, o problema, antes dominante no Sudeste, piorou nas regiões Norte e Nordeste, onde estão oito das dez polícias mais letais do país.
Gestores de segurança argumentam que a alta letalidade é decorrência da atuação dos policiais no enfrentamento ao crime. Especialistas independentes, no entanto, atribuem essas mortes por intervenção policial à falta de comando e de treinamento para agir de forma inteligente, coordenada e preventiva. Polícia matar deve ser a exceção, não a regra.
A impunidade dos assassinatos cometidos por policiais facilitou o fortalecimento das milícias, que já dominam extensas áreas em bairros do Rio. Muitas delas têm intricadas relações políticas, por trás de ações covardes, como o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
As mortes decorrentes de intervenções policiais são a segunda maior causa de assassinatos em todo o Brasil, ultrapassando os feminicídios e latrocínios. É mais provável ser vítima de um tiro da polícia do que ser morto por um assaltante durante um roubo, ressaltam especialistas.
O quadro gravíssimo exige que novas abordagens sejam estudadas e propostas pelos candidatos a presidente da República e a governador dos estados. No entanto, precisam ser propostas responsáveis, exaustivamente discutidas, sem apelo a populismos baratos e interesses duvidosos.
A ação técnica e correta de uma policial militar que matou um assaltante nesta semana em São Paulo embute diversas lições. A cabo Kátia Sastre mostrou preparo, destreza e coragem ao conter um homem que ameaçava pais e crianças na porta de uma escola. Já o governador de São Paulo, Márcio França (PSB), revelou-se oportunista, aproveitador e irresponsável ao tentar manipular o episódio com fins eleitorais.
O país precisa debater, priorizar, organizar e empenhar-se na redução da mortalidade decorrente de violência criminal e da ação policial. É tarefa urgente, que dispensa demagogos vaidosos.
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