Domingo 08/06/2025 05:55

60 dias depois, polícia não tem dúvidas da participação de milicianos

Brasil - Geral - Caso Marielle

Nomes de suspeitos estão sendo cruzados com dados de telefones celulares na tentativa de descobrir se algum deles esteve na região próxima ao crime. Polícia ainda busca motivação do crime que matou vereadora do PSOL e o motorista Anderson Gomes.

Foto: Assassinato de vereadora carioca Marielle Franco provocou debate sobre direitos humanos nas redes sociais (Renan Olaz/CMRJ)

Neste domingo (13), os assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes completam 60 dias. Passados dois meses, os investigadores não têm dúvidas sobre o envolvimento de políticos, milicianos, policiais e ex-policiais com o crime.

O que no início eram diferentes linhas de investigação, agora se reúnem em um único caminho a seguir, de acordo com policiais ouvidos pelo G1, para se chegar aos responsáveis pelo crime.

A Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro cruza nomes obtidos em depoimentos e investigações com números de telefones celulares numa tentativa de descobrir quem estava no local do crime na noite de 14 de março passado.

A polícia tenta comprovar e saber o que há de real no depoimento de um delator apresentado por três delegados federais no fim de abril. O caso foi revelado pelo jornal O Globo. O delator, que chegou a integrar uma milícia, está sob proteção do Estado do RJ.

A partir da sua apresentação, ele prestou três depoimentos a policiais da Divisão de Homicídios do RJ: dois no Círculo Militar, na Urca, na Zona Sul do Rio, e um na própria delegacia na Zona Oeste da cidade. Os relatos aconteceram entre 30 de abril e 4 de maio.

A testemunha apresentou mais de 10 nomes, entre policiais da ativa, reformados, além do ex-PM, Orlando de Oliveira Araújo, que comandaria da cadeia uma milícia na Zona Oeste do Rio, e do vereador Marcello Siciliano (PHS), com base eleitoral na mesma região da cidade. Os dois últimos como mandantes das mortes.

Na quinta-feira (10), o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou que entre os investigados no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco estão um vereador, um policial militar e um ex-PM, que está preso acusado de chefiar uma milícia.

"O que eu posso dizer é que esses e outros são investigados e que a investigação do caso Marielle está chegando à sua etapa final, e eu acredito que em breve nós devemos ter resultados”, disse o ministro.

Vereador e ex-PM preso negam participação

Tanto Orlando, como o vereador, negam o crime. Por meio de suas defesas, eles dizem não se conhecer. Em entrevista coletiva, o vereador chamou a história de factoide.

O ex-PM conhecido como Orlando Curicica foi transferido do presídio de Bangu 8 para o presídio de Bangu 1, considerado de segurança máxima. Está em regime disciplinar diferenciado (RDD), ficando dentro da cela 22 horas seguidas com duas horas de banho de sol.

Em carta, ele também negou as acusações e disse que não conhece Siciliano e nunca tinha ouvido falar de Marielle Franco.

Mesmo no isolamento, o advogado Renato Darlan, que defende Orlando, quer tirá-lo da unidade: na segunda-feira, ele promete protocolar um pedido para que o miliciano deixe Bangu 1 e vá para a carceragem da Divisão Anti-sequestro (DAS), na Zona Sul do Rio.

"O pedido de transferência interna é analisado pela Seap. Ele corre risco de vida", afirma o advogado Renato Darlan.

Até o momento, na análise feita, os policiais não encontraram todos os citados pelo delator. Alguns nomes já foram descartados, já que se comprovou que não estariam no local do crime.

Apesar de não terem identificado ainda o mandante e os autores do crime, os investigadores não tem dúvidas de que a morte de Marielle Franco tem a ver com a sua atuação política e que tenha sido planejada e executada por milicianos.

Entre os motivos citados pelos investigadores ouvidos pelo G1 que indicam a participação de milicianos estão: o cuidado dos executores de não serem vistos à espreita da vereadora diante da Casa das Pretas, na Lapa; a precisão dos disparos contra Marielle feitos com o carro em movimento; e a decisão do local onde o crime foi realizado, em pontos cego das câmeras.

Uma única rajada, diz polícia

Os policiais buscam comprovar ainda quem forneceu a arma para os disparos contra Marielle, uma submetralhadora MP5 e a munição de lote desviado da Polícia Federal. A reconstituição reforçou a certeza de que uma única rajada foi disparada contra o veículo onde estava Marielle. Ainda há dúvidas se foi usado ou não um supressor de ruído na arma.

Se os laudos comprovarem a utilização da submetralhadora representará que quem atirou na vereadora tem perícia com armas, já que a arma é de difícil manuseio. Um policial de um batalhão da Zona Norte do Rio é investigado.

"Milícia sempre foi uma linha de investigação. Estamos investigando com todo o sigilo. Esse é um caso que vai ser resolvido", afirmou o general Richard Nunes, na sexta-feira (11), em entrevista à rádio CBN. O general disse, na ocasião, que o vazamento dos depoimentos retardou a conclusão das investigações.

Os tiros foram disparados, segundo a polícia, logo após a saída do sinal de trânsito da rua do Estácio, no início da rua João Paulo I. Os dois carros estavam em movimento - o de Marielle e o dos atiradores.

Após os disparos, o carro de Marielle só foi parar próximo a algumas árvores, do lado esquerdo da rua João Paulo I. Não há imagens, até agora, do carro dos atiradores deixando a cena do crime.

G1

Investigações, ação de milicianos, Marielle Franco

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