Famílias ainda sofrem com vazamento de esgoto em chácaras
Saneamento - Contaminação / Vazamento de Esgoto
Criança que mora no local foi submetida a cuidados médicos por mal-estar, dois dias após o incidente que afetou três chácaras na região
Peixes ainda continuam morrendo no local - Crédito: Vinicios Araújo
Quatro dias após o vazamento que matou cerca de cinco mil peixes em três chácaras localizadas na região do bairro Canaã III em Dourados, famílias ainda esperam por respostas da Sanesul, responsável pela rede de tratamento de esgoto onde ocorreu o incidente.
O Dourados News retornou ao local nesta terça-feira (27) e em conversa com moradores foi informado de que a empresa apenas retirou os pescados dos tanques.
A proprietária de um dos lotes atingidos, Simone Alves, 34, contou à equipe de reportagem que apesar da retirada dos peixes mortos, os efeitos do vazamento sobre os animais ainda continuam e todos os dias são encontrados mais peixes infectados nos tanques. “Estamos enchendo uma carriola todos os dias. A água ficou infectada, não para de morrer peixe” lamentou.
Ela contou também que o filho, de 10 anos, precisou ser encaminhado para o Posto de Saúde do bairro nesta segunda-feira (26) após mal-estar provocado pelo mau cheiro no local.
“Meu filho estava com dor de cabeça, febre e dores na barriga, ânsia de vômito. Ontem ele foi para o Posto de Saúde e tomou soro”, explicou a mãe relembrando que no dia do fato a criança não mediu esforços para tentar salvar os peixes da família, saindo e entrando da água suja na tentativa de diminuir o prejuízo.
Acordo
Os produtores disseram à reportagem que nenhum acordo foi feito com a Sanesul até o momento.
A proprietária Maria das Dores de Araújo, 70 anos, contou que um servidor da estatal teria proposto uma forma de recuperar os peixes perdidos.
Segundo a idosa, ele teria sugerido a retirada dos pescados e a devolução de animais para os tanques da propriedade.
“Eu falei não, isso eu não quero. Toda essa água está contaminada, eu quero a remoção dessa água, eu quero a retroescavadeira para tirar a lama que está contaminada, porque isso vai ficar com mau cheiro, tudo podre” relembrou, alegando ter acionado advogado para tratar do assunto.
Outro Lado
O Dourados News procurou contato com a assessoria da Sanesul, diretamente com o presidente da estatal Luiz Carlos da Rocha Lima e também com o gerente de Sistema de Esgotamento Sanitário da Sanesul, Mario Augusto Loureiro Leites, para apurar a informação e buscar saber quais medidas estão sendo tomadas para recuperação do prejuízo, mas não obteve atendimento.
Enquanto Isso
E até o momento, as famílias produtoras de peixe aguardam o posicionamento da empresa. A produção, que teve início desde a fase inicial da vida dos pescados, com cuidados diários de alimentação e manutenção dos tanques seria comercializada nesta semana, em que se comemora a Páscoa.
Para a dona Maria das Dores, o prejuízo foi estimado em R$ 35 mil. Ela disse que esse seria o primeiro ano que iria comercializar os peixes e que um restaurante já havia se comprometido em comprar os pescados para o final de semana de Páscoa.
“Eu estou com a minha saúde abalada. Quando vou deitar não consigo dormir porque fica passando um filme na minha cabeça ao ver a mortandade dos peixes. Eu espero agora que a Sanesul responda por isso e faça de tudo para recuperar todo nosso prejuízo” afirmou a produtora, ressaltando que nos momentos de calor durante o dia, a situação fica ainda mais difícil.
O local do vazamento ainda chama atenção pelo impacto. O pasto, que antes permitia a circulação e criação de aves, agora é ocupado por resíduos de fezes e urina frutos do vazamento. A vegetação foi comprometida e os animais estão trancados dentro dos cercos para evitar a contaminação e o risco de morte.
Dourados News /PH
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