Montadoras sabiam de riscos com airbags da Takata desde 2003, diz processo nos EUA
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Recalls dos chamados 'airbags mortais' começaram só em 2014. GM, Volks, FCA e Mercedes responderão na Justiça.
Foto: Airbag da Takata pode lançar pedaços de metal contra os passageiros (REUTERS/Joe Skipper)
General Motors (GM), Volkswagen, Fiat Chrysler e Mercedes-Benz foram acusadas de ter conhecimento sobre os problemas com airbags da fabricante japonesa Takata pelo menos desde 2003, cerca de 10 anos antes do início do maior recall da história, informam as agência Reuters e AP.
A acusação apareceu em três processos movidos por proprietários em Miami, nos Estados Unidos, e traz trocas de e-mails e documentos sobre encontros entre as montadoras e a Takata para discutir os possíveis defeitos.
O problema foi reconhecido pela Takata só em 2013, quando começaram os recalls - mais de 2 milhões de carros foram chamados só no Brasil. A falha foi relacionada a pelo menos 22 mortes e 180 feridos no mundo inteiro.
O airbag defeituoso pode abrir com muita força. A peça que abriga o gás que enche a bolsa (chamada insuflador) se parte, e pedaços de metal são atirados contra os ocupantes dos carros, podendo causar graves ferimentos.
Os processos nos EUA afirmam que as montadoras continuaram a usar os dispositivos da Takata, porque o preço era menor frente a outras fabricantes que usam outros componentes.
"Essas montadoras estavam cientes dos riscos de segurança dos airbags da Takata há muito tempo, mesmo assim levaram anos para informar o público e tomar ações", afirmou Peter Prieto, advogado dos requerentes.
Um porta-voz da GM afirmou que o processo "não tem fundamento" e que faz afirmações incorretas sobre fatos materiais. A Mercedes-Benz declarou que a acusação é infundada.
A Fiat Chrysler ainda não fez comentários porque alegou não ter recebido cópia do processo. A Volkswagen também não comentou o caso.
Documentos
Ainda em abril de 2003, a GM comunicou à Takata que havia uma "variável balística" nos airbags, que abriam com muita ou pouca força, de acordo com os documentos. No mesmo ano, um engenheiro da GM visitou uma fábrica da empresa japonesa e afirmou que os dispositivos não atendiam às especificações necessárias.
Em 2004, funcionários da Takata se encontraram com executivos da GM para falar sobre explosões de airbags. Dois anos depois, um relatório da empresa diz que os dispositivos continuam a ter "comportamento agressivo" e que eles não conseguiam melhorar os resultados dos testes.
G1
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