Joesley depõe em SP sobre participação de Marcelo Miller em acordo de delação
Brasil - Ações Judiciais - Depoimento
Ex-procurador é acusado de atuar em favor dos irmãos Batista quando ainda era vinculado ao MPF.
Foto: O dono da JBS, Joesley Batista, deixa a sede da Polícia Federal, na Lapa, zona oeste de São Paulo, e segue rumo ao Aeroporto de Congonhas (Felipe Rau/Estadão Conteúdo )
O empresário Joesley Batista, dono da J&F, prestou depoimento nesta terça-feira (27) em São Paulo, onde está preso, sobre a participação do ex-procurador Marcelo Miller no acordo de colaboração assinado com a Procuradoria-Geral da República (PGR). A audiência começou por volta das 11h40 e durou cerca de dez horas.
Marcelo Miller é suspeito de ter atuado em favor dos delatores enquanto ainda era procurador da República, sem o conhecimento de seus superiores.
Miller se desligou da PGR em abril de 2017 e, em seguida, passou a trabalhar para o escritório Trench Rossi Watanabe, que presta serviços para a J&F, holding dos irmãos Batista que controla também a JBS.
Miller teve, porém, reuniões com os executivos da JBS quando ainda integrava o Ministério Público Federal. Miller admite os encontros, mas nega que tenha dado orientação jurídica para redigir o acordo de delação.
Segundo o advogado de Joesley que acompanhou o depoimento, André Callegari, o empresário "nem tinha como ter conhecimento que Marcelo Miller integrava ou pudesse integrar os quadros do Ministério Público Federal. Portanto ele desconhecia essa dupla função, se é que ela existiu nesse momento".
O advogado disse que Joesley conheceu Miller apenas como advogado, e não como procurador de Justiça, e que o empresário declarou que nunca pagou nada ao então procurador. Callegari disse também, à GloboNews, que, para Joesley, o auxílio dado por Miller ao acordo havia sido prestado "já como advogado integrante dos quadros do escritório TRW", e que todos os pagamentos foram feitos diretamente ao escritório.
Rescisão de acordo
Nesta segunda-feira (26), a Procuradoria-Geral da República rescindiu o acordo de delação de Wesley Batista, um dos donos da J&F, e do ex-executivo Francisco de Assis e Silva. Segundo a PGR, eles omitiram de forma intencional que, na época da assinatura do acordo, o então procurador estava prestando serviços para a J&F antes de se desligar oficialmente do Ministério Público.
No caso de Joesley e Saud, assim que o acordo foi rescindido o ministro Luiz Edson Fachin determinou a prisão dos dois por omitir informações.
As quatro rescisões esperam a homologação do ministro Fachin. Se o ministro homologar a rescisão dos acordos, todos perdem os benefícios, mas as provas apresentadas por eles continuam válidas.
À TV Globo, a J&F informou que as defesas de Wesley Batista e de Francisco de Assis não se pronunciarão sobre o assunto. A defesa de Marcelo Miller declarou que ele não recebeu qualquer remuneração de fonte privada antes de abril de 2017; que ele já havia pedido exoneração quando começou atividades preparatórias no setor privado; e que essas atividades não estavam relacionadas com as atribuições que ele ainda tinha no Ministério Público Federal.
G1
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