Sábado 07/06/2025 21:17

Investigado, Yunes relata à PF apenas um negócio com Temer

Brasil - Corrupção - Lava Jato

(Foto: Google Imagens)

O advogado e ex-assessor da Presidência da República José Yunes relatou em depoimento à Polícia Federal, no dia 30 de novembro, que realizou apenas uma operação de venda de imóvel para o presidente Michel Temer. A GloboNews obteve a íntegra do depoimento de Yunes, que é investigado por suspeita de corrupção na Lava Jato.

Ele respondeu a 30 questões sobre a sua relação com presidente, de quem é amigo há 50 anos e de quem foi assessor no Palácio do Planalto, no inquérito que investiga suposta propina a Temer no Porto de Santos. Yunes pediu demissão do cargo em dezembro de 2016, após ser delatado pela Odebrecht.

Na pergunta de número 24, Yunes é questionado pelo delegado Ricardo Ishida sobre quais negócios realizou com Temer e se já havia vendido algum imóvel ou repassado algum valor ao presidente. Yunes respondeu:

"QUE nunca vendeu nenhum imóvel para ele como pessoa física; QUE há cerca de vinte anos, quando o declarante tinha uma incorporadora, MICHEL TEMER comprou um andar em um prédio comercial da incorporadora do declarante à época; QUE o andar adquirido é o da Rua Pedroso Alvarenga, 900, 10º andar, sendo tudo contabilizado e informado nas declarações de imposto de renda do declarante e de MICHEL TEMER; QUE não se recorda de nenhum outro negócio envolvendo o Presidente TEMER; QUE nunca fez repasses de valores para Presidente TEMER ou para qualquer emissário dele ou do partido PMDB".

O único negócio com Temer citado no depoimento de Yunes à PF foi o andar no prédio aonde fica localizado o escritório político do presidente.

O advogado de Yunes, José Luís Oliveira Lima, negou ao blog que tenha havido qualquer omissão no depoimento de Yunes à PF. Segundo ele, quando Yunes prestou depoimento, respondeu a todas as perguntas que lhe foram feitas: "Esclareceu que o presidente Temer comprou há vinte anos um imóvel comercial de uma incorporadora que lhe pertenceu. Essa operação foi devidamente registrada no IR", explicou.

Yunes é apontado pelo operador financeiro Lúcio Funaro, que fez uma delação premiada, como um dos responsáveis por administrar as propinas supostamente pagas ao presidente e por fazer o "branqueamento" dos valores. De acordo com Funaro, para lavar o dinheiro e disfarçar a origem, Yunes investia os valores ilícitos em sua incorporadora imobiliária.

Em julho passado, a revista "Veja" revelou que a família de Temer comprou do advogado dois escritórios, uma casa e o andar de um prédio em áreas nobres de São Paulo que valeriam atualmente, segundo a reportagem, R$ 18,4 milhões, e foram adquiridos entre os anos 2000 e 2010, quando Temer era deputado federal.

Indagado sobre o fato de não terem sido citados outros imóveis que foram negociados entre as famílias Yunes e Temer, o advogado afirmou que não houve perguntas a respeito.

Um desses imóveis é um andar do ediíficio Spazio Faria Lima, no Itaim Bibi. Em relação ao andar do edifício Spazio Faria Lima, no Itaim Bibi, zona nobre de São Paulo, Oliveira Lima disse que o imóvel foi "vendido pela empresa YUNY, a qual José Yunes não tem nenhuma relação societária". A empresa YUNY foi fundada por Yunes e pertence aos seus filhos. O imóvel foi comprado por Temer três anos antes do seu lançamento, em 2003.

Em junho de 2010, Yunes comprou uma casa no bairro Alto de Pinheiros, zona também nobre de São Paulo, por R$ 750 mil. Um mês depois o imóvel foi vendido à atual primeira-dama Marcela Temer por R$ 830 mil, quantia doada a ela pelo marido antes da compra, segundo informou a assessoria do Planalto à revista.

Sobre a casa de Marcela Temer, primeira-dama, o advogado afirmou que "em momento algum José Yunes foi indagado pela autoridade policial sobre qualquer operação comercial efetuada com a Sra. Marcela Temer, se tivesse sido perguntado teria esclarecido pois a mesma foi absolutamente regular e inserida no IR".

Yunes e Temer são amigos há 50 anos. Costumam se encontrar quando o presidente viaja a São Paulo, nos finais de semana. Uma dessas vezes ocorreu no dia 10 de novembro, na casa do presidente da Fiesp, Paulo Skaf. Outra, no dia 26 de novembro, quatro dias antes do depoimento à Polícia Federal. Temer estava em recuperação no hospital Sírio Libanês e foi visitado pelo advogado. Uma semana após o depoimento, já em dezembro, eles se encontraram novamente em São Paulo no escritório político do presidente.

Sobre o encontro de Yunes com Temer quatro dias antes do depoimento, o advogado José Luís Oliveira Lima disse que "José Yunes e o presidente, como é sabido, são amigos há 50 anos e a visita ao hospital Sírio Libanês foi fruto dessa amizade".

Mais perguntas

Entre as perguntas feitas a Yunes, a Polícia Federal também quis saber de Yunes se Michel Temer, os ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral), Eliseu Padilha (Casa Civil) ou o ex-assessor de Temer Rodrigo Rocha Loures pediram a ele que recebesse algum valor, servido de "mula".

"Que o declarante recorda-se de uma única ocasião, já relatada à Procuradoria-Geral da República, em que recebeu um pacote a pedido de Eliseu Padilha, que em nenhum momento soube que havia dinheiro no interior do envelope/pacote, mas que todos os detalhes em relação a isso já foram fornecidos à PGR, que recorda-se que, depois de uns 40 minutos após ter recebido o pacote/envelope, uma terceira pessoa retirou o envelope, que quem entregou o envelope foi Lucio Funaro, mas não sabe dizer quem retirou o pacote/envelope. Que à época da entrega desse pacote/envelope o declarante não conhecia Lucio Funaro".

Nas 50 perguntas enviadas a Temer pela Polícia Federal, nesta investigação, o delegado Cleyber Malta Lopes perguntou se o presidente teve conhecimento sobre o caso no qual Lúcio Funaro mandou entregar recursos financeiros para José Yunes, se Yunes foi orientado por ele e qual a origem do dinheiro.

Yunes também foi questionado sobre se tinha conhecimento da relação de Temer com com a Rodrimar e com o setor portuário. O ex-assessor afirmou desconhecer informações sobre isso.

G1

Brasil, investigação policia federal, corrupção, José Yunes

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