Deputados argentinos ainda debatem a reforma da previdência em meio a protestos e greve
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Deputados tentaram votar nova previdência durante a madrugada. Greve nos transportes começou à meia-noite, mas não havia impacto no início da manhã desta terça.
(Foto: Martin Acosta / Reuters)
Deputados argentinos passaram a madrugada desta terça-feira (19) tentando votar a reforma da previdência. O projeto provoca manifestações no país desde quinta-feira (14) e uma greve nos transportes, deflagrada à meia-noite, pode aumentar a tensão em Buenos Aires.
O Sistema de Atenção Médica de Emergências de Buenos Aires informou, na noite de segunda (18), que 109 pessoas foram atendidas, entre civis e policiais, durante os protestos. O Ministério de Segurança da Cidade informou que 60 pessoas foram detidas.
Os partidos aliados do governo anunciaram que há quórum suficiente e que a votação deve ocorrer, apesar de manifestantes continuarem nas ruas, no início desta manhã.
Após o início da sessão, havia conflito entre manifestantes e policiais na porta do Congresso Nacional.
Nesta madrugada, os manifestantes fizeram panelaço na frente do Congresso, sem conflitos com policiais.
A oposição pediu a suspensão da sessão, mas em uma votação foram derrotados por 128 a 114 (e uma abstenção).
A sessão, que teve início por volta das 14 horas, foi prolongada porque 44 deputados pediram para fazer uso da palavra antes que fosse iniciado o debate sobre a reforma, o que aconteceu apenas pouco depois das 20 horas. A grande maioria usou seu tempo para criticar a proposta e a decisão de prosseguir com a votação apesar dos protestos e do que chamaram de uma clara mensagem da população de descontentamento com a reforma.
Protestos
A polícia disparou balas de borracha, gás lacrimogêneo e jatos de água e em retribuição recebeu pedradas. Segundo o jornal "Clarín", o confronto teve início por volta das 13h30 e durou mais de duas horas naquele ponto. A Guarda Nacional foi acionada.
Após derrubarem as grades de proteção da praça em frente ao Congresso, os manifestantes foram dispersados e a polícia voltou a controlar o local. A multidão então se dirigiu à Avenida 9 de Julio, uma das principais da cidade, onde novos conflitos foram registrados e mais tarde dispersados.
Greve
"Respeitamos o eleitorado que lhes elegeu (nas eleições de meio de mandato em outubro), mas não para que tomem medidas que prejudicam grande parte da sociedade. Vamos protestar com uma paralisação", disse Carlos Acuña, um dos líderes da principal central sindical CGT (peronista).
Segundo a France Presse, a CGT iniciou, ao meio-dia, uma greve geral de 24 horas sem marchar para o Congresso, mas o transporte urbano só iria parar a partir de meia-noite para não atrapalhar a manifestação, anunciou a direção sindical. Por volta de 6h40 não havia impacto na capital.
Os órgãos de direitos humanos aderiram à mobilização "contra a repressão e a desapropriação", segundo um comunicado.
Nos aeroportos Aeroparque e Ezeiza, cerca de 650 voos foram cancelados, afetando 60 mil passageiros. Empresas aéreas brasileiras tiveram os seus serviços afetados e recomendam que passageiros procurem o call center da empresa para verificar a situação dos voos.
Reforma
Entre os principais pontos da reforma proposta pelo governo estão a mudança do ajuste da mobilidade de aposentadoria, que passaria de semestral a trimestral e uma alteração na fórmula de ajuste que passsaria a ser determinada por um composto de 70% da taxa de inflação e 30% da variação no salário médio dos trabalhadores estáveis.
Outro ponto determina que mulheres com 60 anos de idade e homens com 65 anos e, em ambos os casos, um mínimo de 30 anos de contribuições, podem optar por prolongar a vida ativa até 70 anos.
Mas, uma vez que o trabalhador complete 70 anos e atenda aos requisitos necessários para acessar o Benefício Único Universal (PBU), o empregador pode intimá-lo a iniciar os procedimentos relevantes. A partir desse momento, o empregador deve manter a relação de trabalho até que o trabalhador obtenha o benefício e por um período máximo de um ano.
De acordo com a AFP, a reforma impacta a receita de cerca de 17 milhões de aposentados, pobres e deficientes, entre outros, em uma população de 42 milhões.
G1
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