Editorial desta quinta do Correio do Estado - "Lama e Tristeza"
Estado - Ponto de Vista - Lama Asfáltica
A quinta fase da Lama Asfáltica promete dissabores e desdobramentos que podem mudar de forma radical os rumos da política (...)
Foto: Divulgação
Mais uma vez, a população em Mato Grosso do Sul é surpreendida pelo resultado de investigações da Polícia Federal, que está vindo à tona em momento nevrálgico da política estadual, justamente quando as discussões sobre os rumos dos partidos para as próximas eleições começam a ganhar corpo.
Porém, uma verdadeira pancada tirou todos do prumo, deixando várias dúvidas sobre os próximos passos e nenhuma certeza do que irá acontecer em 2018.
A nova fase da Operação Lama Asfáltica, denominada Papiros de Lama, é a primeira em que a delação premiada ganha protagonismo, neste caso, do pecuarista Ivanildo da Cunha Miranda, figura que circula nos bastidores da política há anos e, de acordo com apuração da Polícia Federal, seria o articulador dos recursos ilícitos da gestão André Puccinelli.
Os dois teriam se conhecido em 2006. Nos vídeos da PF, Miranda relata como o dinheiro do caixa 2 era repassado pelos empresários da JBS para as mãos dos envolvidos, em pagamento à concessão de incentivos fiscais.
Há trechos surpreendentes, em que os milhões eram enviados em caixas de papelão e de isopor. Ele relata, ainda, propina no valor de R$ 10 milhões que foi enviada de Barueri em espécie.
A justiça decretou a prisão preventiva do ex-governador, o primeiro a ter ocupado o cargo em Mato Grosso do Sul a ser levado para prisão.
O filho dele, advogado André Puccinelli Junior também foi detido, suspeito de envolvimento. Aliás, por conta do esquema relacionado à compra de livros jurídicos é que a ação policial foi denominada Papiros. O prejuízo estimado impressiona: R$ 235 milhões relacionados a fraudes contratuais e propinas pagas aos integrantes das negociações.
A investigação é uma bomba para o PMDB. Em maio deste ano, na quarta fase da operação, denominada Máquinas de Lama, Puccinelli foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica, medida que foi substituída por comparecimento mensal em juízo para justificar atividades, além de pagamento de fiança de R$ 1 milhão.
Desta vez, com base na argumentação da PF, de que o ex-governador ainda teria ligação com as práticas ilegais, a Justiça Federal determinou a prisão, sendo ratificada ontem à tarde, na audiência de custódia.
Entre os períodos dessas detenções, Puccinelli começou a construir de forma mais contundente sua candidatura ao governo do Estado, sendo nome que despontava nas pesquisas eleitorais.
Agora, o partido se pergunta se ainda é possível que ele consiga se reerguer deste baque. A convenção da legenda, marcada para sábado, está na berlinda e sua manutenção será discutida amanhã.
Seja qual for o desfecho para o PMDB, por enquanto, o que permanece para população de Mato Grosso do Sul é absoluta tristeza pela forma como estado figura nacionalmente como exemplo negativo, pela suspeita de envolvimento do poder público em esquemas de corrupção.
Estamos pagando preço alto com exposição que aumenta o descrédito dos eleitores. A quinta fase da Lama Asfáltica promete dissabores e desdobramentos que podem mudar de forma radical os rumos da política sul-mato-grossense.
Correio do Estado
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