Coalizão de Macri vence eleições legislativas na Argentina; Cristina Kirchner é eleita senadora
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Cambiemos teve vitórias nas principais províncias do país, dentre elas Buenos Aires. Ex-presidente Cristina Kirchner consegue vaga no Senado, mesmo perdendo disputa contra candidato governista.
Foto: Mauricio Macri celebra vitória do Cambiemos junto com a governadora de Buenos Aires, Maria Eugenia Vidal (Marcos Brindicci/Reuters)
A coalizão Cambiemos, do presidente da Argentina, Mauricio Macri, ganhou as eleições legislativas de meio mandato realizadas neste domingo (22), com vitórias nas cinco maiores províncias do país, segundo os resultados oficiais. O pleito foi considerado o primeiro grande desafio do presidente desde que ele assumiu o poder, em 2015.
Até às 03h55 desta segunda, 99,22% das urnas foram apuradas e a coalizão que dá apoio ao presidente venceu em 13 das 23 províncias do país. Mesmo ficando em primeiro lugar, o partido do presidente não terá o controle do Congresso. Mas passa a ter mais força para aprovar reformas-chave, como a trabalhista, fiscal e política. Segundo Macri, essas medidas permitirá ao país ganhar mais previsibilidade em relação aos investidores estrangeiros para um crescimento econômico.
No maior distrito, a província de Buenos Aires, que concentra quase 40% dos eleitores, o candidato do Cambiemos ao Senado, Esteban Bullrich, obtinha 41,38% dos votos, contra 37,25% da ex-presidente e principal opositora Cristina Kirchner, do partido Unidad Ciudadana.
Apesar de não ser a mais votada na província, Cristina conquistou uma vaga no Senado, já que pela província de Buenos Aires havia três assentos em jogo. Com a eleição a senadora, Cristina obtém assim imunidade parlamentar, em um momento em que é acusada de corrupção.
As listas macristas ganhavam das do kirchnerismo (peronismo de centro-esquerda) em 15 das 23 províncias, entre elas Buenos Aires, Córdoba, Mendoza, Santa Fe e o distrito federal da capital.
Um total de 78% dos 33,1 milhões de eleitores votaram para renovar a metade dos 254 assentos da Câmara de Deputados e um terço dos 72 assentos do Senado.
Reações
O presidente Macri fez um discurso durante a noite, onde destacou a vitória:
"A etapa mais difícil já passou e estamos crescendo com transparência, equidade e trabalho em equipe. Hoje confirmamos nosso compromisso de mudar", afirmou Macri.
Macri destacou ainda que "não ganhou um grupo de candidatos ou um partido político, mas a certeza de que podemos mudar a história para sempre".
Já Cristina Kirchner reconheceu a derrota ao dizer que seu desempenho não foi suficiente para superar seus adversários, mas disse que seu partido foi a força que "mais cresceu nas eleições".
"Unidad Ciudadana veio para ficar. É a base da construção para a alternativa a esse governo", reiterou Cristina.
Eleições legislativas
Não foram registrados incidentes de relevância durante a votação deste domingo, que começou às 9h (horário de Brasília) e terminou às 19h. No total, foram abertas 90.084 mesas eleitorais em 14.500 postos de votação.
A agência EFE informou que aproximadamente 106 mil membros de polícia, da prefeitura de Buenos Aires e das forças armadas foram desdobrados para garantir a segurança.
Ao longo do período de votação, dois colégios da capital e a Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Buenos Aires tiveram de ser esvaziados por ameaças de bombas, mas as votações foram retomadas após a inspeção. Nos últimos dias, foram registradas quase 3 mil chamadas não identificadas alertando sobre explosivos em diversas escolas.
No poder desde dezembro de 2015, a coalizão de centro-direita de Macri, Cambiemos, não conta com maioria relativa (87 de 257 deputados, 15 de 72 no Senado), mas conseguiu governar mediante alianças pontuais. Nestas eleições, estavam em jogo 40 de seus assentos na Câmara e 15 no Senado.
Caso Maldonado
O presidente Macri demonstrou otimismo ao votar neste domingo."Estamos contentes com o que vem acontecendo no país. Acreditamos que temos um grande futuro pela frente", afirmou, segundo a EFE.
Ele também falou sobre a descoberta do corpo do ativista Santiano Maldonado, cujo desaparecimento provocou um grande debate público na Argentina, com possível influência no resultado das eleições.
Uma das principais suspeitas, sobretudo por parte da família e de organizações de direitos humanos, é de que policiais foram responsáveis por seu desaparecimento. Nesta sexta-feira (20), o irmão de Maldonado afirmou que reconheceu o corpo do ativista.
De acordo com a EFE, o presidente disse estar "preocupado" com o que aconteceu, mas pediu "prudência" e que as pessoas deixem a Justiça agir depois de que a autópsia revelou que o corpo não tinha lesões.
Já Cristina Kirchner não votou neste domingo porque tem seu domicílio eleitoral em Río Gallegos, capital da província de Santa Cruz. A cidade fica a 2,5 mil quilômetros de Buenos Aires, por onde ela sai candidata. De acordo com ela, os horários de voos disponíveis não permitiriam uma viagem de ida e volta no mesmo dia.
Outro ex-presidente eleito
Outro ex-presidente peronista, mas identificado com a direita do partido, Carlos Menem (1989-99), de 87 anos, conseguiu a reeleição como senador pela pequena província de La Rioja (noroeste).
Menem recebeu 44,1% dos votos, sendo superado pelo candidato macrista Julio Martínez, que registrou 44,7% dos votos. Ambos garantiram suas cadeiras no Senado.
Com a reeleição, o ex-presidente mantém a imunidade parlamentar e o foro privilegiado, o que evita seu envio para a prisão.
Menem foi condenado a sete anos de prisão pela venda de armas e munições a Croácia e Equador, apesar da adesão da Argentina a um embargo internacional porque estes países estavam em guerra contra a Sérvia e o Peru, respectivamente. Também foi condenado a 14 anos de perda dos direitos políticos.
Menem apelou contra sua inabilitação para exercer cargos públicos e foi autorizado a voltar a disputar eleições.
G1
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