MPF temia fuga de Bendine, que tinha passagem para Portugal
Brasil - Ações Policiais - Lava a Jato
O ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras foi preso acusado de receber 3 milhões de reais em propinas da Odebrecht.
Foto: Coletiva de imprensa da 42ª fase da Operação Lava-Jato (Vagner Rosário/VEJA.com)
O ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine, que teve a prisão temporária executada nesta quinta-feira, tinha uma passagem para Portugal comprada para a manhã de sexta, o que, pelo fato de ele ter nacionalidade italiana, provocou no Ministério Público Federal (MPF) o temor de uma possível fuga. Além dele, o operador André Gustavo Vieira, também preso, viajaria para o país europeu ainda na tarde de quinta, tendo sido impedido pela deflagração da Operação Cobra, a 42ª fase da Lava Jato.
Diante do pedido dos procuradores, o juiz federal Sergio Moro decretou a prisão temporária, ou seja, pelo prazo máximo de cinco dias. O procurador Athayde Ribeiro Costa, membro da força-tarefa da Lava Jato, afirmou que o MPF solicitou inicialmente que o regime de prisão fosse o preventivo, que não tem prazo máximo, e que o órgão avalia reiterar a Moro o pedido para que o ex-presidente da Petrobras fique detido por mais tempo.
Os procuradores afirmaram não saber, com certeza, se existe ou não uma passagem de volta, mas que a viagem com a cidadania europeia seria suficiente para justificar a ação. “Some-se ainda o fato de Bendine possuir nacionalidade italiana e os operadores, por sua vez, possuem negócios consolidados em Portugal. É concreto o risco à ordem pública […] Bendine tinha passagem para Portugal e as informações dão conta de que André Gustavo também tinha viagem para Lisboa na data de hoje”, argumentou Costa, em coletiva concedida na sede da PF em Curitiba.
As investigações partiram das delações premiadas de Marcelo Odebrecht e Fernando Ayres, ex-executivos do grupo Odebrecht, e se basearam em trocas de mensagem e em ao menos duas reuniões. Na primeira, ainda à frente do Banco do Brasil, Bendine teria solicitado 17 milhões de reais aos executivos, em troca de benefícios em um empréstimo da Operação Agroindustrial, mas acabou não sendo atendido.
Já em 2015, às vésperas de assumir o comando da Petrobras e já no segundo ano de atividade da Lava Jato, Bendine teria reiterado o pedido, reduzindo para três milhões de reais. A promessa, segundo os executivos, era a de beneficiar a Odebrecht dentro da petroleira em um momento que as investigações se aproximavam da empresa. O valor foi pago em três parcelas de um milhão, no apartamento de um outro operador, Antonio Carlos Vieira da Silva Júnior.
A propina entregue a Bendine e aos dois operadores, que são irmãos e foram presos em Recife, só parou quando Marcelo Odebrecht foi preso pela Polícia Federal na ERga Omnes, 14ª fase da Lava Jato, que atingiu a própria empreiteira e a Andrade Gutierrez. Essa é a primeira operação da PF em Curitiba após o fim da força-tarefa exclusiva para a Lava Jato e também a primeira cujas investigações foram originadas pela colaboração da Odebrecht.
‘Desnecessária’
Em nota divulgada mais cedo, o advogado Pierpaolo Bottini afirmou que a prisão do ex-presidente da Petrobras era “desnecessária”. “Desde o início das investigações, Bendine se colocou à disposição para esclarecer os fatos e juntou seus dados fiscais e bancários ao inquérito, demonstrando a licitude de suas atividades. A cautelar é desnecessária por se tratar de alguém que manifestou sua disposição de depor e colaborar com a Justiça”, afirmou Bottini.
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