Segunda-Feira 17/06/2024 03:10

“Bala na agulha” cai US$ 7,56 bilhões

Brasil - Economia - Valor do Dólar

O tamanho da “bala na agulha” do Banco Central foi reduzido em US$ 7,56 bilhões nos últimos dois meses.

Mesmo sem o BC ter vendido um só dólar para bloquear o movimento ascendente descrito pela moeda americana desde meados de maio, as reservas internacionais do país caíram US$ 3,31 bilhões no mês passado.Fecharam junho em US$ 371,11 bilhões, ante US$ 374,42 bilhões no fim de maio.

Também em maio houve um tombo expressivo, de US$ 4,25 bilhões, já que em abril as reservas eram de US$ 378,67 bilhões.

A baixa do nível das reservas coincide com o momento em que as taxas dos títulos do Tesouro americano, principais destinos dos recursos estocados no BC, começaram a disparar no mercado internacional.

Os yields dos T-Notes de 10 anos subiram de 1,6% no início de maio para o atual patamar de 2,50%. A alta da taxa reduz o preço dos papéis e impõe perdas às carteiras de treasuries.

É para cobrir prejuízos dessa natureza que os grandes investidores globais liquidam posições em países emergentes e mandam os dólares para os EUA. A perda de reservas internacionais não têm nada a ver com as intervenções feitas pelo BC em junho para moderar a escala do dólar.

No mês passado, ele vendeu o equivalente a US$ 24,2 bilhões em swaps cambiais tradicionais. Mas são contratos futuros, liquidados em reais, que pagam a variação cambial.

Não impactam nem nas reservas nem na dívida pública. O BC também fez um leilão de dólares com compromisso de recompra no dia 20 no valor de US$ 1,71 bilhão. Nesse caso, a moeda sai das reservas, mas depois volta.

Com os nervos dos mercados à flor da pele, tudo e qualquer coisa interferem no preço do dólar: manifestações do Federal Reserve , indicadores americanos, desconfiança na condução criativa da política econômica doméstica, ameaças de rebaixamento do rating soberano, pesquisas eleitorais, distúrbios de rua, imagem externa brasileira arranhada pelos problemas no "planeta X", queda das commodities, desaceleração chinesa e crises variadas na Europa. Para subir, o dólar pegou carona ontem nas crises políticas em Portugal e no Egito.

A moeda fechou em alta de 0,84%, a R$ 2,2690, maior cotação desde 1º de abril de 2009. O dólar sobe por causa das "expectativas negativas", sobe hoje por medo de que subirá muito mais ainda no futuro.

Não há falta de moeda na praça. Há o temor de que faltará no futuro. O balanço de junho na área cambial divulgado ontem pelo Banco Central mostra que a valorização de 4,15% registrada pelo dólar no acumulado do mês teve pouco a ver com o movimento de entrada e saída de moeda do país.

O déficit de US$ 2,64 bilhões, coberto integralmente pelos bancos privados, sem ajuda do BC, não justifica o nervosismo e o sobe-e-desce da taxa de câmbio. Marcado por reivindicações populares e incertezas externas relacionadas ao grau de aquecimento da economia americana, junho não exibiu números capazes de profetizar o fim dos tempos.

O comportamento dos investidores estrangeiros foi exemplar. O saldo líquido da conta financeira foi negativo em US$ 771 milhões, quando em maio a saída havia sido de US$ 3,34 bilhões. Ou seja, apesar dos tumultos nas ruas e dos incêndios nas mesas de operações, a "fuga" de capital diminuiu em 76,92%.

O fluxo cambial do mês passado foi mais afetado pela negatividade da conta comercial do que pelo déficit da financeira. O saldo entre exportações e importações ficou no vermelho em US$ 1,87 bilhão, após um fantástico superávit de US$ 14,09 bilhões em maio.

O grande problema cambial está localizado no péssimo desempenho das exportações e não numa "fuga" de investidores externos. A contratação de câmbio para a exportação tombou de US$ 31,76 bilhões em maio para US$ 16,45 bilhões em junho, o que é uma contradição, já que o dólar 4,15% mais elevado deveria justamente estimular as vendas externas, e também porque não há escassez de linhas de crédito à exportação, como os ACCs.

Embora os dados referentes a maio tenham sido inflados pela comercialização externa da safra agrícola, em junho os exportadores se retraíram no aguardo da definição de um teto de mercado para o dólar. E a moeda mais cara não inibiu os importadores, cuja contratação de câmbio subiu de US$ 17,67 bilhões para US$ 18,32 bilhões.

No primeiro semestre do ano, o dólar apreciou-se 9,25%. Está certo que, no período, o superávit da balança cambial caiu de US$ 22,94 bilhões em igual semestre de 2012 para US$ 9,54 bilhões.

Mas, note-se bem: houve um excedente de dólares na praça de quase US$ 10 bilhões. Como, nesse período, o BC não fez nenhuma compra para incorporação às reservas essa montanha de moeda persiste no mercado.

É claro que, diante da agitação geral nas ruas e nas mesas de operações, quem tem dólar só concorda em vendê-lo a um preço compensadoramente mais alto. Quem tem dólares em caixa? O BC, os bancos comerciais brasileiros (cujas posições compradas à vista caíram de US$ 5,41 bilhões no final de maio para US$ 3,06 bilhões no dia 28 de junho) e os exportadores que mantêm aplicações fora do país.

Os juros futuros de curto prazo desistiram de acompanhar a escalada do dólar. Com a atividade econômica tão debilitada, como mostraram os dados sobre a produção industrial, não há inflação que resista mesmo puxada pela variação cambial.

As taxas para janeiro de 2014 e 2015 oscilaram movidas por ajustes técnicos. A primeira subiu de 8,84% para 8,85%. E a segunda recuou de 9,67% para 9,65%. Os juros longos refletiram altas no mercado secundário de treasuries, onde as taxas variaram de 2,42% a 2,51%.

Fecharam neste nível mais alto, ante 2,47% na véspera. O motivo do avanço foi a empresa ADP ter relatado a criação de 188 mil empregos nos EUA em junho, superando as expectativas de 160 mil.

Esse acompanhamento privado não discrepa muito do relatório oficial do governo americano, cuja versão relativa ao mês passado será conhecido na sexta-feira. A volta do feriado de hoje nos EUA promete ser quente.

 

Luiz Calil/Brasil Econômico/JE

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