Onde estão os otimistas brasileiros?
Brasil - Economia - Situação Brasileira
“O otimista é tão somente um pessimista desinformado”, dizia um professor que tive na faculdade. Sob essa ótica, como grande parte dos seres humanos é essencialmente otimista, poderia-se concluir que muitos andam mal informados.
Faz tempo que a situação da economia brasileira não é das melhores, mas a maioria da população talvez desconhesse esse contexto.
Não que necessitasse de CTI, mas inspirava cuidados. Vamos listar, para o prezado leitor, os principais motivos de preocupação:
1) Crescimento pífio do PIB - o tal pibinho; 2) Maquiagem fiscal, com nítida deterioração do superávit primário; 3) Contas externas deficitárias, sendo o rombo em transações correntes maior que 3% do PIB; 4) Inflação teimosamente no teto - ou acima - da meta e 5) Real se desvalorizando fortemente.
Alguns analistas vinham alertando que esse "mix" era perigoso, sobretudo pela condução, por parte do governo, de uma política anti-inflacionária despropositada, com represamento de preços públicos - inclusive de tarifas de transporte -, combustíveis etc...
Trocou o tripé macroeconômico por medidas "macroprudenciais", enquanto o banco central reduzia a taxa Selic para níveis perigosamente baixos. O Copom defendia a tese de que a crise global era desinflacionária e que a tsunami cambial ajudaria com os "tradables" - uma espécie de âncora cambial repaginada.
Mas as coisas não evoluíram como o esperado e a piora nas expectativas desancorou a inflação. Ademais, o Banco Central recebeu, informalmente, múltiplas metas, o que equivale a não ter nenhuma.
Durante o primeiro ano do mandato da presidente Dilma a situação foi relativamente tranquila, pois o crescimento do consumo, estimulado pelo crédito fácil, ainda anestesiava a classe média.
Agora, contudo, que a inflação mostra uma enorme resistência, e afeta o poder de compra das classes mais baixas, o caldo entornou. Tenho convicção de que boa parte dos protestos atuais, que abrangem temas diversos, não encontraria eco tão profundo na sociedade, se a situação econômica estivesse como outrora.
É certo que, recentemente, o Banco Central retomou a alta da Selic, para resgatar a credibilidade abalada. É positivo. Contudo, diante do quadro complexo que se apresenta, a elevação poderá ser muito intensa, o que afetará o crescimento.
Para piorar, o FED sinalizou com uma reversão de sua política monetária frouxa, trazendo turbulência no mercado de câmbio, com possíveis efeitos deletérios sobre a inflação. Nossa sorte é que ainda temos uma das maiores reservas internacionais do mundo.
Para finalizar, muitos alunos têm me indagado sobre as consequências econômicas das manifestações.
Tracei dois cenários possíveis: 1) Retorno breve à normalidade e 2) Permanência do povo nas ruas, ao longo do segundo semestre. No primeiro cenário, penso que o impacto negativo sobre o PIB seria desprezível. Todavia, no caso do segundo, poderíamos verificar uma redução entre 0,3% e 0,5%, o que traria o resultado de 2013 para baixo de 2%.
Tenho a esperança de que poderemos sair melhor do que entramos de todo esse imbróglio. As consequências dos novos ventos sobre a economia aparecerão com mais rigor fiscal e, quem sabe, com a implementação de uma proposta essencial: o fim do déficit nominal. Sejamos otimistas!
Alexandre Espírito Santo/Brasil Econômico/JE
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