O Grupo Petrobras, maior companhia estatal do país, investiu R$ 27 bilhões de janeiro a abril deste ano, o equivalente a 30,2% da dotação autorizada para os desembolsos de 2013 – R$ 89,3 bilhões. Em valores constantes (atualizados pelo IGP-DI, da FGV), o montante é 4% maior do que o investido no mesmo período do ano passado, quando R$ 25,8 bilhões haviam sido realizados. As 23 empresas do Grupo Petrobras atuam de forma integrada nas atividades de exploração e produção, refino, comercialização, transporte e petroquímica, distribuição de derivados, gás natural, biocombustíveis e energia elétrica.

A ação com a maior dotação orçamentária para 2013 é a de “Exploração de Petróleo e Gás Natural em Bacias Sedimentares Marítimas”, pertencente a iniciativa “Realização de levantamentos sísmicos e perfuração de poços - Exploração de Bacias Sedimentares Marítimas”. Dos R$ 8,9 bilhões autorizados, 39% do valor, o equivalente a R$ 3,4 bilhões já foram investidos.

Outra grande obra da empresa este ano é a de “Implantação da Refinaria Abreu e Lima, em Recife (PE)”. A ação está orçada em R$ 7,8 bilhões para este ano. Com R$ 2,8 bilhões desembolsados, na obra já foram aplicados 35% dos recursos. A Abreu e Lima será a primeira refinaria de petróleo inteiramente construída com tecnologia nacional.

De acordo com a Petrobras, essa refinaria será a mais moderna já construída no país, pois processará 100% de petróleo pesado com o mínimo de impactos ambientais e produzirá combustíveis com teor de enxofre menor do que o exigido pelos padrões internacionais mais rígidos, de 10 ppm de enxofre.

A ação de “Implantação de Refinaria no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, com Capacidade Nominal de 150 mil bpd (RJ)”, por sua vez, está 34% executada. Foram destinados R$ 6,6 bilhões para investimentos na obra, dos quais R$ 2,2 bilhões foram desembolsados.

Por outro lado, a iniciativa de desenvolvimento da produção do Pré-Sal não obteve boa execução de investimentos nos quatro primeiros meses do ano. Dos R$ 5,6 bilhões autorizados para a ação “Desenvolvimento da Produção de Petróleo e Gás Natural - Pré-Sal”, apenas 17%, ou R$ 931 milhões já foram pagos. Em março, a Petrobras divulgou o Plano de Negócios e Gestão 2013-2017 com investimentos previstos de US$ 236,7 bilhões para o pré-sal brasileiro.

Segundo a Petrobras, os investimentos da Companhia estão sendo realizados exatamente como previsto no Plano de Negócios e Gestão apresentado. A empresa afirmou ainda que a dotação que consta no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) está em consonância com a da Lei Orçamentária Anual 2012, que utilizou como base o Plano de Negócios 2011-2015. Segundo ela, com a Revisão Orçamentária de Junho/2013, a Petrobras terá a oportunidade de atualizar as dotações junto ao MPOG, indicando o novo valor para esta ação.

Outras ações

Outra ação que andou bem no início do ano foi a de “Desenvolvimento da Produção de Petróleo e Gás Natural nas Bacias de Campos e do Espírito Santo“. Do total de R$ 5 bilhões autorizados para investimentos, 40% já foi executado, ou R$ 2 bilhões.

Já na iniciativa de “Aquisição de Bens Destinados às Atividades de Pesquisa e Lavra de Jazidas de Petróleo e Gás Natural“ pouco foi no primeiro trimestre. A ação tem dotação autorizada de R$ 4,8 bilhões, mas até agora apenas 14% do montante foi investido, o equivalente a R$ 697 milhões.

A Petrobras deu a mesma explicação que a da iniciativa acima para a baixa execução da ação. De acordo com a empresa “a realização de R$ 697,4 milhões representa 26% do orçamento de 2013 nesta rubrica”, estando desatualizada a dotação que consta MPOG.

As obras de “Adequação da Infraestrutura de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural, no Exterior” também apresentam boa execução. Cerca de 40% dos R$ 3,2 milhões disponibilizados para a iniciativa já foram pagos, o que corresponde a R$ 1,3 bilhão investido.

Mais da metade dos recursos destinados para investimentos na “Manutenção da Produção de Petróleo e Gás Natural nas Bacias de Campos e do Espírito Santo” já foram pagos. Já foram desembolsados R$ 1,8 bilhão, dos R$ 3,2 bilhões autorizados.

Para o “Desenvolvimento da Produção de Petróleo e Gás Natural, na Bacia de Santos”, R$ 1,2 bilhão já foi investido. O valor representa 39% dos R$ 3 bilhões disponibilizados. Em igual percentagem encontram-se os investimentos na ação de “Manutenção e Recuperação dos Sistemas de Produção de Óleo e Gás Natural na Região Nordeste”. Dos R$ 2,5 bilhões autorizados, R$ 976 milhões já foram aplicados.

Obras do Comperj não avançam no primeiro trimestre

Entre as empresas que compões o Grupo Petrobras a única que esteve estagnada no período analisado foi o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). O empreendimento caracteriza-se como um complexo industrial, onde serão produzidos, numa mesma área industrial, derivados de petróleo e produtos petroquímicos de primeira e segunda geração.

A implantação do Comperj faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal. As obras do empreendimento foram iniciadas em maio de 2008, com a etapa de terraplanagem da área (nivelamento do terreno) para posterior construção e montagem das instalações industriais. Concluída em janeiro de 2011, a terraplanagem movimentou cerca de 81 milhões de metros cúbicos de terra.

De acordo com a Petrobras, a maioria dos contratos de serviços para as unidades de processo e de aquisição dos equipamentos críticos previstos para a primeira fase da refinaria já foram assinados e a construção e montagem das principais unidades da primeira fase da refinaria estão em andamento. No entanto, segundo a Portaria divulgada pelo Ministério do Planejamento, nenhum centavo foi executado até abril dos R$ 444 milhões autorizados. Apesar dos números, a Petrobras garantiu que as obras do Comperj não estão estagnadas.