Odebrecht teria repassado R$ 128 mi a Palocci, preso hoje
Brasil - Ações Policiais - Operação Omertá
Foto: O ex-ministro Antonio Palocci em cerimônia em 2011. Ele foi preso temporariamente nesta segunda (26/09) na 35ª fase da Lava Jato(Reuters/Ueslei Marcelino).
O ex-ministro Antonio Palocci é o principal alvo da 35ª fase da Operação Lava Jato. Ele foi preso temporariamente na manhã de hoje em São Paulo (SP) sob a suspeita de ter atuado para obter vantagens econômicas para a Odebrecht, maior empreiteira do país e cujo presidente, Marcelo Odebrecht, está preso desde junho de 2015.
De acordo com as investigações, entre 2008 e 25 de novembro de 2013, a Odebrecht teria destinado mais de 128 milhões de reais ao ex-ministro e ao PT em pagamentos de propina.
Os valores foram documentados em planilha com referência a "italiano", codinome supostamente usado dentro da empreiteira para registrar repasses a Palocci, que foi ministro da Fazenda durante o governo Lula e chefe da Casa Civil no primeiro mandato de Dilma.
“Essa planilha era uma conta corrente que o Antonio Palocci tinha com a empresa Odebrecht”, afirma o delegado Filipe Hille Pace. Segundo os investigadores, há ainda um saldo de 70 milhões de reais, cujo destino ainda precisa ser investigado.
O juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, decretou o bloqueio de até 128 milhões de reais das contas bancárias de Antonio Palocci, dos assessores do petista Juscelino Dourado e Branislav Kontic e de duas empresas investigadas na operação de hoje.
Vantagens indevidas
Segundo os investigadores, Palocci teria negociado com a empreiteira um projeto de lei de benefícios fiscais, além do aumento da linha de crédito do BNDES para Angola com o qual a empresa tinha relação comercial. O ex-ministro também teria interferido no processo de licitação da Petrobras para a aquisição de 21 navios sonda para exploração de petróleo no pré-sal em favor da empreiteira.
A investigação de hoje também mira a doação de um terreno pela Odebrecht ao Instituto Lula. Segundo o Ministério Público Federal, Palocci teria participado “efetivamente” do processo de compra dessa área. Isso é comprovado em registro de 12 milhões de reais na planilha que supostamente documentava pagamentos ao ex-ministro.
Omertá
Batizada de Omertá, em referência ao pacto de silêncio dos mafiosos, a operação de hoje é um desdobramento da 14ª fase da Lava Jato, que conduziu Marcelo Odebrecht à prisão, e está baseada em depoimento de Maria Lúcia Guimarães Tavares, ex-funcionária da empreiteira.
Nesta manhã, foram expedidos 45 mandados judiciais em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal.
Cerco ao PT
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou durante um evento de campanha eleitoral que haveria uma nova etapa da operação Lava Jato nesta semana.
"Teve a semana passada e esta semana vai ter mais, podem ficar tranquilos. Quando vocês virem esta semana, vão se lembrar de mim", disse.
O Ministério afirmou que a declaração tinha sido uma "força de expressão". Segundo comunicado, a frase "não foi dita porque o ministro tem algum tipo de informação privilegiada ou saiba de alguma operação com antecedência, e sim no sentido de que todas as semanas estão ocorrendo operações".
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