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O Velódromo foi a construção mais conturbada entre as arenas do Parque Olímpico da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro. No entanto, não deve ser o último equipamento concluído entre os que receberão competições das Olimpíadas deste ano. Com um avanço nas obras, o palco do ciclismo de pista chegou a 99,8% de intervenções terminadas e passou o título de retardatário ao vôlei de praia. A menos de duas semanas do início da Rio-2016, a estrutura temporária montada na praia de Copacabana, zona sul da cidade, ainda tem obras em andamento, carece de prazo para a finalização e preocupa o COI (Comitê Olímpico Internacional).

"Vai ser a última. As coisas estão andando bem, as obras estão em ritmo forte, mas ainda falta acertar algumas coisas", disse Agberto Guimarães, 58, diretor-executivo de esportes do comitê organizador Rio-2016.

A construção da arena do vôlei de praia faz parte das estruturas temporárias dos Jogos, que são responsabilidade do próprio comitê. A obra começou em abril deste ano, mas foi embargada pela prefeitura em junho por falta de licenças da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Além disso, sofreu para lidar com características do ambiente – barreiras construídas para conter a ressaca do mar foram derrubadas, e a segurança precisou impedir que pessoas se aproximassem do local para minimizar riscos de movimentação das peças de metal.

A arena do vôlei de praia tem 62 metros quadrados e 21 metros de altura no ponto mais alto. O aparato ocupa quase cem metros de praia, na soma de quadra central e quadras auxiliares. A extensão da areia naquela área é algo em torno de 130 metros. Como está incluída no pacote de estruturas temporárias, não existe um orçamento específico para o equipamento, cuja quadra principal terá capacidade para 12 mil espectadores.

“Temos de olhar detalhes ali, mas acreditamos que haverá atletas treinando na semana que vem. Estamos confiantes”, disse Christophe Dubi, diretor-executivo do COI. Questionado sobre as últimas preocupações da entidade na reta final de preparação do Brasil para os Jogos, ele citou o vôlei de praia.

Dubi também falou do Velódromo: “Temos 99,85%. Foi uma obra com grande número de problemas, mas no fim teremos um campo de jogo à disposição dos atletas às 6h55 da próxima segunda-feira [25]”.

COI faz vistoria final no Velódromo

Até este sábado, COI e Comitê Organizador farão uma última vistoria no Velódromo. A obra de R$ 137,7 milhões foi custeada por cofres de prefeitura e governo federal e deveria ter ficado pronta em dezembro de 2015. Contudo, o prazo não foi cumprido. Em maio, o município rescindiu unilateralmente o contrato que havia sido assinado com a Tecnosolo, vencedora da licitação para execução da obra. Além disso, firmou um vínculo emergencial com a RioUrbe (Empresa Municipal de Urbanização) por mais de R$ 55 milhões para a conclusão do aparato.

Depois da troca da construtora, a prefeitura disse no início de junho que no velódromo seria concluído ainda naquele mês. Entretanto, havia apenas 97% de conclusão no dia 26, quando o Parque Olímpico foi inaugurado.

O jornal “O Globo” chegou a dizer que o COI trabalhava com a certeza de que o Velódromo não ficaria pronto. Na última quinta-feira (21), contudo, o comitê organizador fez uma vistoria no espaço antes da varredura de segurança do Parque Olímpico e deu como encerradas as intervenções no local. “Já está pronto. Temos tudo concluído no Velódromo e falta apenas uma última visão da federação internacional. Os atletas acharam muito bom”, avaliou Agberto.

A vistoria do comitê organizador incluiu limpeza e “fechou” o espaço. Como a segurança foi reforçada depois da varredura, não será possível entrar no Parque Olímpico com maquinário ou funcionários para mais obras. Ainda faltam lounges e salas de controle de doping para a conclusão do Velódromo, mas a previsão é que isso seja concluído ainda no fim de semana.