Foto: Arquivo /Folha Integração

Por Auci Fernandes (*)

Quando o presidente Lula assumiu o seu primeiro mandato em 2002, já havia uma licitação feita pelo Governo de FHC e aprovada para o início das obras do anel viário de Aparecida do Taboado. Na época, cheguei a fazer uma reportagem com o início da marcação do trajeto da obra, até porque uma empresa do Paraná havia deslocado maquinários para o local. Orçada naquele tempo em algo em torno de R$ 14 milhões, a licitação foi cancelada – a suspeita era que havia indícios de superfaturamento da obra. A empresa foi embora, levando os maquinários.

O anel viário de Aparecida do Taboado foi projetado com 14.392 metros de extensão. Ele faz a ligação da ponte Rodoferroviária sobre o Rio Paraná com a BR-158 e consequentemente com a MS-444 e a MS 316, sendo que ambas dão acesso a Inocência e depois, para a capital do Estado Campo Grande. 

A construção desse anel viário tornou-se ao longo do tempo plataforma de campanha eleitoral de vários políticos, principalmente, do ex-senador Delcídio do Amaral (PT), pego pela Operação Lava Jato.  Em uma visita que fez ao município no dia 20 de agosto de 2009, em entrevista ao Jornal Folha Integração, Delcídio afirmou que o término do Anel Viário “era fatura liquidada” ainda naquele ano, que o ministro dos Transportes da época, Alfredo Nascimento teria liberado R$ 5 mi para o término e que mais R$ 9 mi seria liberados gradativamente. 

Isso faz tempo e os políticos comemoraram com grande alarde, na imprensa um afirmou “é uma grande vitória para a população de Aparecida do Taboado e da região da divisa entre Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo. O anel viário vai desviar o tráfego pesado do centro da cidade e, com isso, dará mais segurança ao trânsito local, reduzindo transtornos como o barulho, a poluição e, principalmente, os riscos de acidente”.

Hoje o DNIT chama o ANEL VIÁRIO, de “Contorno Rodoviário de Aparecida do Taboado” e o mesmo seria inaugurado pelo Governo Federal na última sexta-feira, 17/6/16, no entanto, o evento não ocorreu isso deve ser por providência divina, tendo em vista, que esta é uma obra que tem “mil pais”, mas que na verdade é do Governo Federal, hoje denominada de BR-436. Sempre disse, que esta obra dispensa inauguração, até porque, começou no Governo FHC, passou pelos Governos de Lula e Dilma e foi concluído no Governo de Michel Temer, e colocar todo mundo que teve participação em sua solicitação e cobrança seria impossível.

O importante é que a novela chegou ao fim, restando a atual administração, prolongar a Avenida Orlando Mascarenhas Pereira e a Presidente Vargas até o Anel Viário; pavimentar a estrada que dá acesso ao Anel Viário pela Vila São Lázaro, e de lá ao Loteamento Lago Azul e ao Balneário Municipal, e se quiser, ainda tem mais três entradas que poderão ser pavimentadas: As avenidas Porto Taboado, Campo Grande e a Avenida do Linhão, podendo ainda ser prolongada a Avenida Geraldo Rodrigues de Almeida até a BR-158, quando isso ocorrer Aparecida do Taboado será uma das cidades que terá mais entradas do Brasil.

(*) Auci Correa Fernandes é jornalista, editor responsavel e articulista do MShoje.com