Davos vê economia sem locomotiva, munição ou liquidez
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Foto: Andy Mettler / World Economic Forum
Começou nesta semana em Davos, na Suíça, a reunião anual do Fórum Econômico Mundial com a nata da elite mundial.
O tema oficial do ano é "a quarta revolução industrial", mas tudo acaba entrando na pauta: da desigualdade de renda à regulação financeira, passando pela ameaça terrorista e a crise dos refugiados.
Nos últimos dias, alguns nomes importantes destacaram o que veem como traços preocupantes do momento atual da economia global. Veja três deles:
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Ray Dalio, fundador do Bridgewater Associates, maior fundo de hedge do mundo: não temos mais uma locomotiva
"Tradicionalmente, os Estados Unidos eram a locomotiva mundial. Em outras palavras: quando começava a crescer, isso ajudava a criar exportações em outros países. Desde 2008, a China representou um terço do crescimento mundial, não só internamente mas através de importações - outros países se beneficiavam desde crescimento e é isso que eu chamo de locomotiva. E agora o mundo não tem uma locomotiva, não tem um país que está conduzindo o crescimento econômico global", disse Dalio em entrevista para o Business Insider.
A ascensão da China nas últimas décadas foi uma experiência histórica inédita que transformou o país no maior ator comercial, maior consumidor de commodities e segundo maior PIB do mundo.
Mas eventualmente o modelo chinês começou a dar sinais de esgotamento, e os números de 2015 divulgados nesta semana mostram uma clara desaceleração sem sinais claros de que novos motores de crescimento sejam sustentáveis.
O medo de que a China faça um chamado "pouso forçado" e que suas autoridades errem a mão na reação são um dos principais fatores por trás do aumento da volatilidade dos mercados neste início do ano.
William White, presidente do Comitê de Avaliação da OCDE e ex-economista chefe do BIS (Banco de Compensações Internacionais): acabou a munição
"A situação é pior do que em 2007. Nossa munição macroeconômica para lutar contra baixas está essencialmente esgotada (...) Continuamos empilhando dívidas nos últimos 8 anos e elas chegaram em tais níveis em toda parte do mundo que se tornaram uma causa potente de perversidades. Ficará óbvio na próxima recessão que muitas dessas dívidas nunca serão mantidas ou pagas, e isso será desconfortável para muita gente que pensa que seus ativos valem alguma coisa",disse para o Telegraph.
Quando White fala, o mundo ouve: ele foi um dos poucos que alertaram a partir de 2005 que o mundo desenvolvido poderia estar caminhando para uma crise de grandes proporções.
Sua preocupação com a dívida também está ancorada em números. Desde 2007, a dívida pública e privada subiu 35 pontos percentuais em relação ao PIB tanto nos países emergentes (onde está hoje em 185%) quando nas economias da OCDE (onde chega a 265%).
Os bancos centrais já não tem como estender ainda mais estas garantias para estimular a economia, e além do mais, estes títulos estão espalhados de forma perigosa:
"É preciso desendividar o sistema financeiro. Atualmente ainda há entre US$ 40 e 80 trilhões em derivativos, similares aos que levaram o mundo à beira da quebra em 2008", alertou em um dos debates o investidor americano Paul Singer, da Elliott Management.
Zhu Min, diretor adjunto do FMI (Fundo Monetário Internacional): a liquidez pode evaporar
O Federal Reserve começou no ano passado a aumentar seus juros pela primeira vez desde 2006 - na prática, enxugando dinheiro do mercado e revertendo a política monetária extremamente generosa do pós crise.
O problema é que os investidores estavam concentrados em certas posições de mercado e quando o clima muda, todo mundo quer vender ao mesmo tempo. É uma receita para crises.
"A questão chave é que a liquidez pode cair dramaticamente e isso assusta todo mundo. Todos estão se movendo juntos então não há nenhuma liquidez. Precisamos estar preparados para agir muito rapidamente", disse Min em um dos painéis.
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