Indígenas de MS anunciam boicote aos Jogos Mundiais
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Liderança guarani kaiowá teria sido assassinada durante conflito em agosto
(Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom)
Índios guarani e kaiowá de Mato Grosso do Sul anunciaram boicote aos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (JMPI), evento que junta entre os dias 23 e 1 de novembro, 23 tribos nacionais e ainda grupos indígenas vindos de 22 países, em Palmas, capital do estado de Tocantins.
“Anunciamos que não participaremos deste palco forjado e mentiroso e afirmamos que enquanto esta for a postura do Brasil o único jogo que jogaremos será o de recuperar os nossos territórios e partir para nossas retomadas mesmo que isto custe todas as nossas vidas, já que o país parece assistir calado, da arquibancada, o extermínio dos Guarani e Kaiowá”, diz a moção de repúdio aos jogos e artigo assinado por Egon Heck, do secretariado nacional do Conselho Indigenista Missionário, o CIMI, organismo ligado à Igreja Católica.
Segue o artigo de Heck: “enquanto nós, Guarani e Kaiowá, enfrentamos um verdadeiro genocídio, marcado por ataques paramilitares, assassinatos, espancamentos, estupros e perseguição de nossas lideranças, o governo brasileiro debocha de tudo isso buscando criar folclore para distorcer a realidade e camuflar a real situação dos povos originários”.
No fim de agosto, num suposto conflito com fazendeiros da cidade de Antônio João, região de fronteira com o Paraguai, um índio morreu com um tiro no rosto. Até agora, a Polícia Federal não apurou por completo o inquérito e ainda não se sabe quem matou Simeão Vilhalva, de 24 anos de idade.
A morte ocorreu na fazenda Fronteira, área que tinha sido ocupada semanas antes por um grupo de índios. Vilhalva foi achado morto logo depois que fazendeiros entraram na área com o intuito de promover, à força, a reintegração de posse. Hoje, efetivos policiais, da Força Nacional, entre as quais, cuidam da segurança dentro e aos arredores da fazenda.
A Justiça Federal determinou que a área fosse desocupada perto de um mês atrás, mas a medida ainda não foi cumprida. Fontes policiais disseram que a ordem judicial será cumprida nesta semana.
Dados da Famasul, entidade que cuida dos interesses dos fazendeiros, afirmam que em Mato Grosso do Sul pelo menos 90 áreas estão sob o domínio de tribos indígenas.
Lá em Antônio João, os guarani e kaiowá querem 9,3 mil hectares, território tido como indígenas por determinação do ex-presidente Lula, em 2005. Os ruralistas contestaram a medida, indo a Justiça, onde o caso está emperrado até agora.
Fazendeiros e grupos ligados aos índios aprovam a ideia de se chegar a um acordo caso a União indenize os ruralistas.
A Assembleia Legislativa criou duas CPIs para investigar as motivações dos conflitos: a do Cimi, por suspeitar que o conselho estaria por trás das invasões de terras e a CPI do Genocídio, com a intenção de apontar quem mata os índios.
Correio do Estado
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