Uma das grandes características do mundo conectado e social e que transcenderá para o dia a dia das próximas gerações, principalmente em questões relacionadas às finanças e meios de pagamentos, é que as pessoas vão querer, cada vez mais, realizar suas tarefas por meio de uma mesma interface, num mesmo ambiente.

Por isso, as empresas e instituições financeiras que começam a entender tais necessidades já estão um passo a frente de compreender as novas formas de consumo e as expectativas da clientela das próximas gerações.

Interoperabilidade, conectividade e mobilidade são as palavras de ordem. E para quem trabalha no setor de meios de pagamentos, como eu, e que tem vivenciado essas transformações de perto, sabe que o mercado deve estar pronto para lidar com pessoas cada vez mais criativas, inovadoras, eficientes, multitarefas, com sede de informações e, muitas vezes, com experiência no manuseio das tecnologias.

Em paralelo, pesquisas apontam que somente até o fim deste ano serão vendidos cerca de 35 milhões de smartphones e processadas mais de 28 bilhões de transações eletrônicas e em dinheiro, em todo o globo.

Operações até então impensadas, como fazer um depósito em cheque pelo smartphone, realizar pagamentos por boleto via Facebook, visualizar o saldo e extrato de contas correntes pelas redes sociais e comprar produtos com pagamento em forma de posts no twitter, também tornam-se serviços disponíveis para a população.

Imagine, ainda, que em projetos pilotos de agências bancárias do futuro, os correntistas são recebidos por robôs, todos os comprovantes gerados pelas transações nos ATMs são enviados por e-mail, existem soluções baseadas na interação com Kinect e, inclusive, ambientes protegidos para atendimento, que é realizado por um consultor, onde também é permitido fazer videoconferências com especialistas da área de investimentos.

A maioria dos exemplos citados acima são brasileiros, o que mostra que o País e as instituições financeiras estão atentas a essas movimentações e reunindo esforços para tornar a experiência dos seus clientes cada vez mais interoperacional e conectada.

Ainda assim, os players não podem esquecer que para terem sucesso, precisam analisar e caminhar de acordo com a realidade do País, que possui uma grande parcela da população recentemente bancarizada e que ainda está aprendendo a administrar os cartões de crédito e débito, utilizar o Internet Banking e a biometria, por exemplo.

Essas questões e a avalanche de informações às quais estamos expostos diariamente, ainda geram algumas dúvidas entre os CEOs, CIOs, CFOs e etc., na hora de tomarem decisões sobre as inovações financeiras.

Será que focar na conectividade realmente é o caminho correto? Como fica a segurança da informação e prevenção às fraudes? As grandes empresas e os bancos estão preparados para suportar essa explosão de dados e garantir segurança aos seus clientes?

Uma pesquisa realizada pela ACI Worldwide, em parceria com o Aite Group, este ano, revela que quase todos os entrevistados que foram inseridos no grupo dos ‘Smartphonatics’ (consumidores que mudaram seu comportamento em relação às compras, finanças e pagamentos por conta da adoção dos smartphones, de acordo com o levantamento), esperam fazer pagamentos móveis ou transações bancárias com um dispositivo móvel nos próximos seis meses.

Entre os demais consumidores, aproximadamente metade espera fazer pagamentos móveis e usar seus celulares para atividades bancárias em um futuro próximo.

A ideia de um mundo onde tudo é sensível ao toque e envolto em algum tipo de tecnologia já é uma realidade e parece muito confortável.

Mas para aumentar a segurança do negócio e de seus clientes, todas as transações realizadas devem ser monitoradas e verificadas em relação aos comportamentos normais e fraudulentos, independente do canal, produto ou instrumento transacional utilizado.

As transações de pagamentos móveis também devem ser contempladas neste processo, por mais segura que seja a tecnologia adotada, pois os avanços tecnológicos não deixam de estar, cada vez mais, ao alcance dos contraventores e fraudadores.