S&P: BC deveria parar de intervir no câmbio e deixar o dólar ir a R$ 5
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Economista da agência que rebaixou a nota de crédito brasileiro afirmou que o país atingiria equilíbrio com o salto da moeda americana
(Foto: Stand Honda)
A agência de classificação de risco Standard & Poor's, que tirou o selo de bom pagador do país em setembro, é contrária às intervenções do Banco Central para conter a alta do dólar e considera que o país chegaria a um equilíbrio com a moeda americana cotada a 5 reais - ontem, a divisa encerrou o pregão a 3,81 reais.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, em Nova York, publicada nesta quinta-feira, o economista-chefe para a América Latina da agência, Joaquim Cottani, disse que as intervenções do BC não são sustentáveis. A atuação da instituição nos últimos meses tem se baseado no programa de swap cambial, que consiste em firmar um contrato com o investidor para compensá-lo pela variação do dólar num período determinado. Em contrapartida, ele paga juros ao banco sobre o valor acertado. Na prática, o BC lucra quando o dólar cai e perde quando ele sobe. Até o dia 2 de outubro, o uso da ferramenta já havia gerado um prejuízo de 108 bilhões de reais.
"Essa venda de swaps não é sustentável. Traz perda de dinheiro e a perda não se reflete no déficit primário, mas no déficit total, porque o custo dos juros no pagamento da dívida mais o custo da intervenção atingiram 8% do Produto Interno Bruto (PIB). É muito alto", disse Cottani. O economista ainda afirmou que a política monetária do país chegaria a um equilíbrio com a moeda a 5 reais. "Durante a expansão econômica, o Brasil foi muito complacente e deixou o real se valorizar mais do que deveria", completou.
Cottani também disse que a "melhor coisa" que o governo poderia fazer neste momento era "intervir menos e deixar a inflação cair". Para ele, isso acontecerá "inevitavelmente, não pelos juros altos ou pela contração do crédito, mas pelo desemprego". "Achamos que a mensagem [do governo] deveria ser que, uma vez que a inflação tiver baixado, começaremos a fazer o que deveríamos ter feito nos bons tempos, baixar a taxa de juros", acrescentou.
Em relação ao cenário externo, o economista-chefe da S&P para a Ásia, Paul Gruenwald, afirmou que o país é a "terceira ou quarta" economia que mais sofrerá com os efeitos da desacelação chinesa. "Dados empíricos mostram que o Brasil é mais vulnerável que o Peru, a Colômbia e o Chile".
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