Rafael Martinelli teve que ser contido por 12 agentes penais antes do procedimento

(Foto: Reprodução/ Facebook)

O lutador de jiu-jitsu Rafael Martinelli Queiroz, 27 anos, foi transferido ontem (30) depois de um surto no Centro de Triagem Anísio Lima, em Campo Grande. Ele é acusado de espancar até a morte, em abril, o engenheiro eletricista Paulo César de Oliveira, 49 anos, no Hotel Vale Verde.

Ao menos 12 agentes foram utilizados para conter o rapaz antes da transferência para o Instituto Penal, onde famílias tiveram o início da visita aos internos atrasada. Agentes chegaram a relatar que ele teria feito levantamento de peso com o colega de cela. 

Conforme o advogado de defesa do lutador, Darguim Julião Villalva Júnior, ele foi transferido para o Instituto Penal por apresentar alterações de humor que exigiram seu isolamento e uso de algemas. O cliente estaria se debatendo muito, além de ter a fala desconexa.

“A defesa está em busca de uma equipe médica para fazer o atendimento. Ele não agrediu ninguém, mas está sendo isolado. Segundo os agentes, desde sexta-feira (29), estava apresentando alterações. A gente e o médico psiquiatra dele acreditamos que pode ser alguma notícia que teve essa semana ou a audiência que ele presenciou que causou algum tipo de alteração mental”, relatou o advogado ao Portal Correio do Estado.

Em 17 de agosto, Rafael participou da primeira audiência sobre a morte do engenheiro eletricista Paulo César. Três testemunhas de acusação prestaram depoimento à Justiça, sendo que outras quatro de defesa o farão por carta precatória.

Na ocasião, foram relembrados os crimes de homicídio qualificado por motivo torpe e meio cruel, resistência a prisão, além de lesão corporal dolosa desferida pelo lutador contra a própria namorada. 

Um dos pontos levantados pela defesa consiste em se declarar insanidade mental do lutador, porém até o momento haveriam apenas laudos preliminares de psiquiatra particular atestando surtos psicóticos.

CASO

O crime ocorreu em 18 de abril, depois do lutador ser desclassificado ao não comparecer em um das disputas no Círculo Militar. Ele retornou ao Hotel Vale Verde, por volta das 20h, transtornado em busca da namorada Carla Maiara de Medeiros Dias, de 24 anos.

No boletim de ocorrência da época, foi apontado como motivo de discórdia a revelação de uma gravidez de outro relacionamento. A discussão entre Rafael e Carla evoluiu para agressões e a jovem fugiu para a recepção do hotel.

Em busca da namorada, pelo segundo andar, Rafael quebrou câmeras, sensores de presença, danificando ainda portas dos apartamentos e o teto de gesso.

A movimentação fez com que Paulo César abrisse a porta do apartamento, sendo espancado até a morte com cadeiradas pelo lutador de 140 quilos. O engenheiro, que pesava cerca de 70 quilos, havia se hospedado no hotel duas horas antes.

Rafael responde criminalmente por homicídio qualificado por motivo fútil e dificultar a defesa da vítima, lesão corporal dolosa no âmbito de violência doméstica, dano qualificado pela destruição do hotel e resistência a prisão.