O novo alvo da Rússia: camisinhas
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A Rússia continua empenhada em aprofundar seu isolamento.
Nesta terça-feira, o Ministério de Indústria e Comércio sugeriu restringir a importação de vários produtos médicos de países estrangeiros.
Na lista estão ligaduras, próteses ortopédicas, incubadoras, máquinas de ultrasom e raio X, desfribiladores, máscaras, e contraceptivos como camisinhas, de acordo com agências de notícias locais.
Armênia, Bielorrússia e Casaquistão, membros da União Econômica da Eurásia junto com a Rússia, seriam exceções.
O porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, disse que o Kremlin "não pensou sobre o assunto", segundo informações da agência RIA Novosti.
De acordo com o jornal Pravda, o ex-oficial sanitário Gennady Onishchenko diz que a restrição pode disciplinar os russos na sua escolha de parceiros sexuais e ainda melhorar a situação demográfica do país.
A Rússia perdeu centenas de milhares de habitantes todos os anos entre 1995 e 2008. Desde então, a tendência se reverteu graças ao fluxo de imigração e taxas de nascimento mais altas - mas não se sabe até quando isso vai continuar diante da crise econômica.
Vadim Pokrovsky, chefe do centro de combate à AIDS no país, disse à agência Interfax que restringir a importação de camisinhas estrangeiras não faria grande diferença porque elas já são caras demais para a maioria da população. No entanto, as locais não são tão confiáveis.
E a Rússia não está tendo sucesso no combate à AIDS. O número de infectados no país subiu de 500 mil em 2010 para 930 mil agora; no espaço de 5 anos, pode chegar a 2 milhões.
A aliança do governo de Vladimir Putin com a Igreja Ortodoxa também não ajudou, diz Pokrovsky. Foram bloqueadas iniciativas comprovadamente eficazes no combate à doença em outros países, como educação sexual nas escolas, inclusão de minorias sexuais e programas de redução de danos do uso de drogas.
Contexto
Na semana passada, Putin assinou um decreto ordenando a destruição de alimentos que tenham entrado no país em violação das restrições estabelecidas há cerca de um ano.
Um mercado negro surgiu no país desde agosto de 2014, quando a Rússia proibiu por um ano a importação de alimentos de Estados Unidos, União Europeia, Austrália, Canadá e outros países.
A proibição foi uma resposta às sanções estabelecidas por estes países para pressionar e punir a Rússia por causa da anexação da Crimeia e o suporte aos grupos separatistas no leste da Ucrânia.
As sanções e a queda dos preços do petróleo causaram desvalorização forte do rublo e colocaram a Rússia em uma recessão ainda mais profunda do que a brasileira, com a pobreza atingindo níveis críticos e inflação acima de dois dígitos.
João Pedro Caleiro/EXAME/JE
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