Aumento de 7,7% vale para percursos de longa distância e internacionais

(Foto: Gerson Oliveira)

O período de férias escolares coincide com aumento das passagens de ônibus interestaduais e internacionais de longa distância, autorizado em 7,7% pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).  Passageiros sentem no bolso os efeitos criados com o fim de manter “equilíbrio econômico-financeiro” das empresas que prestam o serviço, ante aumento de insumos como o combustível. Os novos valores passaram a valer no dia 1º de julho.

“Antes com R$ 220 conseguia viajar de Assunção, no Paraguai, para Tangará da Serra, em Mato Grosso. Hoje tenho que reservar um pouco mais para não passar sufoco”, contou ao Portal Correio do Estado a estudante de medicina Karina Herbaly, 21 anos. Ela estava no Terminal Rodoviário de Campo Grande aguardando, por cinco horas, para seguir viagem ao estado vizinho.

Conforme a ANTT o cálculo da passagem, por passageiro, multiplica a distância percorrida pela linha por valor constante em tabela de coeficiente tarifário conforme o tipo de pavimento e serviço. Há ainda adição da tarifa de embarque do terminal, ICMS estadual e, quando existente, o rateio de pedágio, assim como influência de reajuste do óleo diesel, impostos, do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e do Índice de Preços ao Consumidor – Amplo (IPCA). No ano passado, o reajuste autorizado foi de 4,792%.

Na prática, o cálculo aumentou em R$ 13,80 o valor da passagem paga pela técnica de enfermagem Dayane Bueno, 26 anos, que tinha por destino Curitiba (PR). Ela ainda se queixou da divergência entre preços para compra pela internet, telefone e no guichê de uma das companhias. “O problema é a informação. Cada um dá um preço diferente”.

NO ESTADO
Para quem viaja dentro do Estado, em uma das 185 linhas intermunicipais, a alteração nos preços está válida desde março e representa aumento médio de 10,81%.

Um grupo de 13 estudantes de medicina na Bolívia percebeu, no entanto, aumento próximo de 20% somente no trecho Corumbá – Campo Grande. “Cada vez que passa fica mais caro e, dessa vez, ainda tivemos que alugar uma van para não perder o outro ônibus para Goiânia (GO)”, relataram Flávia Saraiva e Valber Santos, de 22 e 30 anos.

Segundo a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos (Agepan), nos serviços executivos e leito se admitiu incremento de até 20% no coeficiente tarifário. Já nos demais casos, ficou estabelecido reajuste de 13,66% para serviços regionais com características de transporte urbano,  9,97% nas linhas regionais, 9,37% nos serviços estruturais e 7,70% nos serviços locais.