Não adianta se esconder, o Facebook vai encontrar você
Brasil - Tecnologia - Reconhecedor Facial
Foto: EXAME
Nem todos gostam de ser marcados em fotos no Facebook. Alguns querem esconder que estavam em determinados eventos e outros, simplesmente, ficam bizarros demais nas imagens.
No entanto, se esconder dentro da rede social está cada vez mais difícil. O reconhecimento facial do Facebook está ainda mais sofisticado e já consegue identificar uma pessoa mesmo que ela não mostre seu rosto nas fotografias.
Segundo o site New Scientist, o laboratório de inteligência artificial do Facebook está trabalhando em um algoritmo que pode identificar indivíduos em fotos a partir de seus cabelos, roupas, corpos e outras características pessoais.
“Há uma série de pistas que usamos. As pessoas possuem caraterísticas únicas, mesmo quando você as vê de costas”, disse Yann LeCun, chefe de inteligência artificial do Facebook, em entrevista ao New Scientist. “Por exemplo, você pode reconhecer Mark Zuckerberg muito facilmente, porque ele sempre usa uma camiseta cinza”, acrescentou LeCun.
Apesar de a tecnologia ser interessante, alguns países estão preocupados com a invasão da privacidade de seus cidadãos. O app “Momentos” do Facebook, que usa o algoritmo para ajudar você a compartilhar fotos com amigos, não está disponível na Europa. A União Europeia decidiu barrar o aplicativo, pois seu código de conduta não protege a privacidade dos usuários.
Obcecados pela privacidade
Mesmo que esse algoritmo seja adicionado ao sistema do Facebook, as pessoas poderão regular suas definições de privacidade. Já é possível decidir se você quer que a rede social o reconheça em imagens. Além disso, o usuário também pode escolher se ele quer ou não ser marcado em uma fotografia.
No entanto, algumas pessoas acreditam que essas medidas ainda não são suficientemente seguras. Na edição deste ano do Mobile World Congress, a AVG apresentou um par de óculos bizarros, que foram desenhados para confundir sistemas de reconhecimento facial.
Os “óculos da invisibilidade” usam luz infravermelha para combater o algoritmo. Segundo a AVG, o produto ainda não está à venda.
A relação entre novas tecnologias e a proteção da privacidade ainda irá gerar muitas discussões. Quanto maior for a capacidade de reconhecimento desses algoritmos, mais desafios éticos serão enfrentados por empresas como o Facebook. E isso deve ser debatido.
Marina Demartini/EXAME/JE
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