Prisão de 'magnatas' tenta combater cultura de impunidade entre ricos
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Foto: BBC
A prisão de dois dos principais executivos do país, o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e o da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, ganhou destaque na imprensa internacional.
Publicações como os americanos The Wall Street Journal e The New York Times, o britânico Financial Times, o francês Le Monde, o espanhol El País e o argentino Clarín, entre outros, repercutiram as detenções, feitas na manhã de sexta-feira.
O jornal The Wall Street Journal chamou os executivos de "magnatas" brasileiros acusados de corrupção e lavagem de dinheiro.
O periódico, assim como o New York Times e britânico Financial Times, chamou atenção para o nome dado a esta fase da operação - Erga Omnes, "para todos" em latim -, que, de acordo com a polícia, indica um esforço para acabar com a cultura de impunidade entre as classes mais ricas do país.
O WSJ disse que, apesar dos efeitos negativos, o escândalo revelado pela operação Lava Jato fez com que "polícia e órgãos judiciais emergissem como instituições independentes em uma nação onde ricos e poderosos escaparam de punições por muito tempo."
"[O nome da operação] foi aparentemente uma mensagem de que o país está tentando acabar com sua autodenominada cultura de impunidade, em que ricos e poderosos quebram a lei sem medo de punição", escreve o New York Times.
Já o britânico Financial Times destacou a fala do policial federal Igor Romário de Paula, que disse que o nome da operação tem o objetivo de passar uma mensagem de que a lei se aplica a todos, independentemente de sua "posição social, poder de influência ou poder econômico".
O francês Le Monde deu destaque para o fato de que foram presos os presidentes de "duas das maiores empresas de construção do país que trabalham notoriamente nas obras de infraestrutura destinadas aos Jogos Olímpicos Rio 2016".
Já o argentino Clarín destacou os investimentos da Odebrecht na Argentina e outras ligações internacioais do suposto esquema - afirmando, por exemplo, que as investigações recolheram indícios na Suíça, Panamá e Mônaco.
Lula
O WSJ, o FT e o Clarín também mencionaram que as prisões desta sexta-feira aproximam o escândalo do ex-presidente Lula.
O Financial Times viu a abertura de investigações preliminares sobre um suposto tráfico de influência por parte de Lula para beneficiar a Odebrecht como um "sinal de que os promotores estão tentando ligar as atividades da Odebrecht a Lula".
"No mês passado, promotores abriram uma investigação preliminar sobre 'tráfico de influência', um crime no Brasil. Eles investigam suspeitas de que ele teria ajudado a Odebrecht a ganhar contratos em Cuba e Angola, entre outros, enquanto a
Odebrecht contribuía para uma fundação que ele gere", escreve o Wall Street Journal.
Para o Clarín, a prisão de Odebrecht "transcende a investigação das causas de corrupção na Petrobras" porque também toca na investigação sobre Lula.
Já o espanhol El País mencionou que "a suposta rede (de corrupção na Petrobras) operou desde 2002 e abarcou o mandato de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT".
Lava Jato
As prisões dos executivos fizeram parte da 14ª fase da Operação Lava Jato, que investiga um suposto esquema de corrupção na Petrobras.
A nova fase da operação incluiu 59 mandados judiciais a serem cumpridos em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Em comunicado, a Odebrecht diz acreditar que "a prisão é desnecessária pois a empresa tem colaborado com as investigações policiais."
A Andrade Gutierrez também negou envolvimento no escândalo.
BBC Mundo/JE
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