Eike, Madonna e Lady Gaga ofuscam show da T4F na bolsa
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Produtora de grandes espetáculos já acumula perdas de 55% desde o IPO
A vida não está fácil para a Time for Fun (SHOW3) na bolsa. A queda das ações chega a 37% no ano e a própria empresa admite as dificuldades. Em um comunicado enviado ao mercado ontem, a T4F (como também é conhecida), confirmou que os últimos espetáculos ao ar livre tiveram resultados “muito aquém do esperado e, em determinados casos, perda” e que os números do trimestre derradeiro - e que costumeiramente é o melhor - devem ser impactados de forma negativa.
Mas os desafios para a empresa liderada por Fernando Luiz Alterio, fundador da empresa e da mítica casa de shows Palace em São Paulo em 1982, começaram antes da decepção com a venda de ingressos para as apresentações de Madonna e Lady Gaga no Brasil, que eram vistas como as principais apostas de receitas para o período entre outubro e dezembro.
A Time for Fun estreou na bolsa em abril de 2011 com uma captação de 503 milhões de reais, sendo que 187 milhões de reais vieram na oferta primária e que de fato engordaram o caixa. Fernando Luiz Alterio, fundador da empresa, a Gávea Investimentos e a mexicana CIE Internacional, dividiram o restante do dinheiro.
Cada papel da companhia foi precificado a 16 reais, ficando no centro do estimado. A faixa indicativa de preço por ação no prospecto preliminar era de 14,50 a 18,50 reais. Após vender uma parte na ida à bolsa, o fundo Gávea, criado pelo ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, saiu definitivamente da empresa em novembro, quando vendeu os 4,3 milhões de papéis que ainda possuía. Desde a oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês), as ações acumulam uma desvalorização de 55%.
Solavancos
O primeiro forte solavanco veio com o acordo entre a IMX, joint-venture de Eike Batista com a IMG Worldwide, e o Cirque du Soleil (CdS), que criou a IMX Arts e levou a exclusividade da realização das turnês do grupo canadense na América Latina. “Através desta nova parceria a marca Cirque du Soleil aterrissa no Brasil com toda sua magnitude, potencial de negócios e novos produtos nunca vistos antes por aqui”, disse Alan Adler, CEO da IMX. Ele, inclusive, não descartou a possibilidade de um IPO do grupo.
Até então, a T4F já tinha realizado quatro turnês do Cirque du Soleil na América do Sul. A empresa ainda promove o espetáculo Varekai, com previsão de encerramento em fevereiro de 2013, em Lima no Peru. Além disso, comanda as datas do espetáculo Corteo, cujo início das apresentações está marcado para o início de março, ficando em turnê até janeiro de 2015. Contudo, as receitas a partir daí não devem mais entrar no caixa da T4F.

Além de levar o CdS, a IMX comprou 50% do festival Rock in Rio no início de 2012. “Não esperamos qualquer melhora material no cenário de concorrência em música ao vivo em 2013 (divisão que responde a aproximadamente 40% das vendas da T4F) com os concorrentes promovendo os festivais Lollapalooza (março) e Rock in Rio (setembro)”, lembram os analistas do BTG Pactual, Carlos Sequeira, Bernardo Miranda, Fabio Levy e Bruno Andreazza, em relatório.
Além da concorrência, e como ressalta a empresa no comunicado divulgado ontem, o setor tem tropeçado no esfriamento da economia brasileira. As projeções mais otimistas veem um crescimento um pouco acima de 1% em 2012. A valorização de aproximadamente 20% do dólar também tem encarecido os custos de artistas internacionais e de produção. Por fim, a T4F sofre com as operações na Argentina. O país vive um tumulto econômico, com risco de calote crescente e divergências sobre os dados da inflação.
Análises
As decepções nas operações foram acompanhadas de revisões para baixo do mercado financeiro, mas os cortes nas projeções se intensificaram mesmo após a investida de Eike. O BTG Pactual, por exemplo, cortou o preço-alvo de 23 reais para 20 reais em 26 de setembro após o anúncio. Desde lá, a projeção foi revisada mais duas vezes e a queda desde a estimativa inicial chega a 56%.
Os analistas revisaram nesta terça-feira o preço-alvo de 17 reais para 10 reais. A recomendação continua em compra. “Aconselhamos cautela no curto prazo porque a volatilidade de curto prazo da ação deve continuar elevada”, ressalta o banco.
A T4F admitiu todos os desafios em uma rara postura de transparência em empresas de capital aberto e disse que pretende ser mais conservadora e seletiva no curto prazo em relação à música ao vivo. Afinal, quem há alguns meses diria que os ingressos da Lady Gaga entrariam em um saldão de compre 1 e leve 2?
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