A realização do sonho da maternidade chega, para muitas mulheres, acompanhada de insegurança e muitas dúvidas. As mudanças de rotina, a responsabilidade e a interpretação das necessidades dos bebês estão entre as principais preocupações das mamães de primeira viagem.

As perguntas feitas pelas mães ao obstetra e, mais tarde, ao pediatra mudam ao longo dos nove meses de gestação. Quando a mulher descobre que está grávida, as dúvidas mais comuns são sobre o que ela pode e não pode fazer durante a gravidez. Com o passar dos meses, a gestante passa a se preocupar com a rotina após o nascimento do bebê, diz o ginecologista Aléssio Calil Mathias, obstetra especialista em reprodução humana e diretor da clínica Genesis.

 

Principais dúvidas das gestantes ao descobrir a gravidez

Alimentação

	A gestante deve manter uma alimentação balanceada, priorizando alimentos como saladas e ricos em proteína, e evitando alimentos gordurosos ou com excesso de carboidratos. Açúcares também devem ser evitados. A gestante não deve consumir carne crua.
Atividades físicas	A atividade física é permitida e recomendada, mas deve ser iniciada, preferencialmente, após a 16ª ou 18ª semanas. Exercícios sem impacto, como a hidroginástica, são os mais recomendados.
Tintura no cabelo	Uma das dúvidas mais frequentes é quanto ao uso de tinturas no cabelo. A orientação dos médicos é suspender tratamentos químicos com amônia e formol. A partir do quinto mês de gestação, a mulher pode fazer luzes e reflexo, desde que os fios que ficam próximos ao couro cabeludo sejam preservados. Tonalizantes sem amônia podem ser utilizados.
Relações sexuais	São permitidas durante toda a gestação, com cuidados específicos em casos de gravidez de risco. O médico deve ser consultado para analisar caso a caso. O ideal é que relações sexuais sejam praticadas apenas até a 37ª e 38ª semanas.

Mãe da pequena Laura, de apenas oito dias, Aline Coutinho Lafraia, de 31 anos, confirma a percepção do especialista. “Corri meia maratona sem saber que estava grávida e descobri na semana seguinte, então as primeiras dúvidas são sobre alimentação, remédios que podemos tomar e a prática de atividades físicas. Depois, queremos saber quando será possível identificar o sexo e quando a criança começará a mexer. Só mais tarde surge a preocupação com o sono da criança, a mamada e, principalmente, como identificar o motivo do choro do bebê”, conta Aline.

 

Para Caroline Shumiski Baptista Mantovani, 24 anos, o nascimento do Gustavo Henrique, hoje com pouco mais de 2 meses, foi uma surpresa positiva em meio a uma série de dúvidas e receios que haviam surgido durante a gravidez. “Quando você está grávida, tudo é dúvida. A gente quer saber como vai ser o parto, se vai conseguir amamentar, se vai entender o choro do bebê, e tive muito medo da hora de dormir, porque muita gente fala que é um momento muito complicado. O nascimento do Gu, no entanto, foi uma surpresa positiva. Ele dorme superbem, quase não dá trabalho, e muitas dúvidas que surgem no cotidiano são resolvidas por instinto, naturalmente”, conta.

Com o nascimento de Laurinha, algumas respostas às dúvidas de Aline também surgiram por instinto, mas parte das questões ainda depende do apoio de especialistas. Há horas em que a gente não sabe o que fazer, já fez massagem, já observou tudo, mas precisa do médico para ajudar. Ainda assim, com o passar dos dias, tanto o bebê quanto a mãe vão se adaptando à rotina um do outro. Estou amando cada dia, cada momento. Ser mãe é realmente a melhor coisa do mundo, afirma.

 

A pediatra Clery Bernardi Gallacci, do Hospital e Maternidade Santa Joana e professora da Santa Casa de São Paulo, acredita que o apoio médico é fundamental para reduzir a insegurança das mães nos primeiros dias de vida do bebê. A primeira dificuldade e o maior número de dúvidas das mães é sobre amamentação. Por mais que elas recebam orientações, elas se sentem inseguras ao chegar em casa. Perguntam como fazer do jeito adequado, como saber se o bebê está sendo bem nutrido, e tudo isso vai sendo respondido em um trabalho contínuo, com acompanhamento, afirma.

Uma mulher, quando engravida, sabe que haverá uma grande mudança em sua vida e tende a ficar um pouco perdida. Ela vem ao consultório para tentar entender como se comportar diante dessa nova realidade, sem prejudicar a gestação e para garantir o melhor desenvolvimento possível à gravidez, afirma Antonio Julio Barbosa, obstetra do Hospital Santa Catarina.

Aos 30 anos, Anamaria Leme está grávida de seu primeiro filho, ou filha, com pouco mais de 14 semanas de gestação. E é justamente o sexo do bebê a sua maior curiosidade. Quando descobri a gravidez me informei sobre todas as restrições em termos de alimentação, atividades físicas, quanto poderia engordar, e essa presença constante do médico me fez mais segura. Hoje minha maior dúvida é o sexo do bebê. Mas tudo tem seu tempo, diz a futura mamãe.