Desemprego é o maior em 2 anos - mas até onde ele vai?
Brasil - Trabalho - Fábrica de Desempregados
Foto: Paulo Whitaker
Horas após a Câmara dos Deputados aprovar as novas regras do seguro-desemprego, os números da PNAD Contínua divulgados pelo IBGE mostraram que o desemprego está aumentando.
A taxa pulou de 6,5% no 4º trimestre de 2014 para 7,9% nos três primeiros meses deste ano. É a maior taxa desde o 1º trimestre de 2013, quando estava em 8%.
A queda já aparecia em indicadores como a Pesquisa Mensal de Emprego do próprio IBGE, mas não deixa de ser uma má notícia para o govenro Dilma, que até pouco tempo tinha o emprego como um dos poucos indicadores positivos para mostrar.
E a queda até demorou a aparecer mais fortemente diante do crescimento zero em 2014 e a perspectiva para 2015 da maior recessão em mais de 20 anos (queda de 1,18%, de acordo com o último boletim Focus).
Como o mercado de trabalho brasileiro é bastante rígido e demitir é caro, as flutuações de atividade têm efeitos retardados sobre o emprego – para o bem e para o mal.
“Mercado de trabalho é a ultima coisa que a gente sente quando tem uma desaceleração. E esse não é o fim do processo: a taxa deve continuar subindo e chegar a cerca de 9% no meio do ano, quando é geralmente o pico”, prevê Sérgio Vale, economista da MB Associados.
O que era um movimento mais da indústria e da construção civil está chegando ao comércio e os serviços, e a tendência é das taxas ficarem mais elevadas por um bom tempo já que não há um horizonte de vigorosa via consumo ou investimento:
“É diferente daquele cenário a partir de 2003, com atividade mais forte. Estes números provavelmente vieram pra ficar”, diz Sérgio.
Força de trabalho e educação
Outra coisa que segurou o desemprego por um tempo foi a queda na participação da força de trabalho. um movimento que está se esgotando. A recessão faz com que mais pessoas busquem o mercado - e quando aumenta a força, aumenta também a desocupação.
A renda do Brasil ficou parada em R$ 1.840 entre o 1º trimestre de 2014 e o 1º trimestre de 2015, e isso em um cenário de inflação acima de 8%.
Isso significa que está ficando mais difícil para poucos membros sustentarem o orçamento de uma família:
“Nos últimos anos, a renda real do(a) chefe de família era suficiente e os mais jovens podiam optar só por estudar. Isso manteve o desemprego baixo, mas a desaceleração de renda real deve fazer com que a taxa de participação dê uma volta", diz Rodrigo Miyamoto, economista do Itaú Unibanco.
A maior taxa de desocupação é entre jovens do Sudeste entre 14 e 17 anos: 32,4%.
Idade |
1º tri 2014 |
1º tri 2015 |
14-17 anos |
22,0% |
26,3% |
18-24 anos |
15,7% |
17,6% |
25-39 anos |
6,6% |
7,5% |
40-59 anos |
3,6% |
4,0% |
60 ou mais |
2,1% |
2,1% |
"O número de estudantes também cresceu bastante nos últimos anos, e agora o aperto nos programas como o FIES tende fazer com que os mais jovens procurem mais o mercado de trabalho”, diz Rodrigo. Miyamoto, economista do Itaú Unibanco.
No geral, a taxa entre aqueles com ensino médio incompleto é quase três vezes maior do que entre aqueles sem instrução, mas grande parte dos com pouca instrução nem está na força:
Nível de instrução |
Desemprego |
Nenhum |
5,0% |
Fundamental incompleto |
6,7% |
Fundamental completo |
8,3% |
Ensino médio incompleto |
14,0% |
Ensino médio completo |
9,4% |
Superior incompleto |
9,1% |
Superior completo |
4,6% |
O Nordeste lidera em desemprego entre as regiões, mas o aumento anual na região foi menos expressivo do que no Sudeste e Centro-Oeste:
Região |
1º tri 2014 |
1º tri 2015 |
Norte |
7,7% |
8,7% |
Nordeste |
9,3% |
9,6% |
Sudeste |
7,0% |
8,0% |
Sul |
4,3% |
5,1% |
Centro-Oeste |
5,8% |
7,3% |
Brasil |
7,1% |
7,9% |
João Pedro Caleiro/EXAME/JE
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