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Livre da pedra no sapato que tanto lhe incomodava desde a campanha eleitoral do ano passado, as investigações da operação Lava Jato, da Polícia Federal, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) virou líder do Governo no Senado.

Com as investigações arquivadas logo após a disputa para o governo de Mato Grosso do Sul, a qual perdeu para o tucano Reinaldo Azambuja (PSDB), Delcídio volta a se destacar no cenário político nacional graças à decisão do ministro Teori Zavascki, do STF (Supremo Tribunal Federal), atendendo encaminhamento da Procuradoria Geral da República.

Além de Delcídio, o ministro decidiu não incluir em inquéritos a presidente Dilma Rousseff, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), e outros dois políticos citados em depoimentos por delação premiada na Lava Jato – os ex-deputados federais Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ex-presidente da Câmara, e Alexandre Santos (PMDB-RJ).

Quem não se tem bem foi o deputado federal Vander Loubet (PT-MS), já que Teori Zavascki autorizou a abertura de inquérito para investigar sua participação no esquema de corrupção da Petrobras revelado pela Operação Lava Jato.

Com relação a Delcídio, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que “ouviu dizer” que o parlamentar teria recebido valores supostamente ilícitos da empresa francesa Alstom quando exercia função de diretor de Gás e Energia na estatal, entre os anos de 2001 e 2002.

Em todos esses casos, o Ministério Público Federal entendeu que não havia indícios suficientes para a abertura de inquéritos para investigá-los.

“Quando Teori arquivou seu caso, no início de março, Delcídio comemorou na sua página nas redes sociais: “Acabaram-se as mentiras, as injustiças, as hipocrisias... O bem sempre vence o mal. Eu voltei!!!”

Escolha

Pesou na escolha do Palácio do Planalto o bom trânsito de Delcídio junto ao PMDB - partido que tem mantido uma relação difícil com o governo neste ano - e também entre oposicionistas.

O fato de ter se livrado de investigação no STF de possível envolvimento no esquema que gerou a operação Lava-Jato, decisão do relator Teori Zavascki, também foi considerado. O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), comemorou a indicação de Delcídio.

“Acho a indicação excelente. Estávamos precisando desesperadamente de um líder do governo no Senado, para negociar com os partidos da base e também da oposição. E, segundo, é muito importante que seja alguém do próprio PT. Primeiro, porque o PMDB já tem a presidência do Senado e o comando das comissões mais importantes. E o senador Delcídio reúne todas as condições de fazer um bom trabalho pelo diálogo que tem com variados partidos no Congresso. Foi uma escolha muito boa - disse Humberto Costa”, em entrevista ao jornal O Globo.