Ação da Renner bate inflação e tem alta de 125% em 5 anos
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Papéis da varejistas ganham com folga da renda fixa e brilham no longo prazo; saiba por quê
Quem acreditou no varejo brasileiro nos últimos anos não deve ter se arrependido. O Índice de Consumo, que reúne varejistas e outras empresas voltadas para o consumo interno, teve alta de 115% nos últimos cinco anos. Uma das ações de destaque, a das Lojas Renner (LREN3), teve alta ainda maior no período, de cerca de 125%, contra um CDI de 65%.
Com o mundo em crise, mas a renda do brasileiro em alta e os juros em queda, o mercado interno sustentou a economia e o crescimento das empresas voltadas para o consumo. Mas a Renner, particularmente, empreendeu uma estratégia de crescimento sustentada e agressiva, desenvolvendo também o seu lado financeiro. Para o investidor de longo prazo, a ação revelou-se um investimento vencedor.
Considerando o reinvestimento dos dividendos pagos, a Renner foi a ação que com mais folga superou a inflação pelo IGP-M nos últimos dez anos, de acordo com ranking da Economática. Apenas a valorização do papel foi de quase 1000% na década.
Para a analista de varejo do JP Morgan, Andrea Teixeira, o principal motivo do bom desempenho do papel nos últimos anos é o fato de a política da Renner ser completamente voltada para dar retorno aos acionistas. “A Renner foi a primeira empresa no Brasil a virar uma corporação, isto é, a não ter um acionista controlador. Isso é muito bom, pois o Conselho torna-se independente e tem uma disciplina muito grande para dar retorno aos acionistas. Os conselheiros sabem que, se não tiverem bom desempenho, podem ser substituídos”, diz Andrea.
Expansão com novas lojas
A estratégia de abrir novas lojas, explorar novas marcas e reformular lojas já existentes vem se revelando uma trajetória de crescimento vencedora para a Renner. Após uma queda no preço das ações em 2008, em função da crise econômica internacional, as ações da Renner viram uma recuperação em 2009 e 2010.
Em 2011, o papel “andou um pouco de lado”, pois foi um ano de investimentos e adaptações. “Foi o ano em que a Renner estava testando o formato das lojas compactas e comprou a Camicado [marca com lojas próprias voltada para utilidades domésticas e decoração]. Era um período de adaptação”, observa Andrea Teixeira.
No último trimestre os resultados da Renner surpreenderam, mostrando que os retornos da abertura de novas lojas, inclusive lojas compactas, e do investimento em novas marcas já começam a aparecer. No ano, a ação acumula alta de 60%. Em setembro, data do último resultado, a Renner contava com 176 lojas, sendo 35 da Camicado e três da marca Blue Steel, ainda em fase de testes.
“Neste ano, a Renner começou a ver os efeitos do plano de investimentos iniciado no fim de 2011. Quando uma empresa aumenta o número de lojas, os primeiros efeitos são negativos. É preciso haver a maturação do investimento, o que normalmente ocorre um ano depois”, explica a analista do JP Morgan.
Braço financeiro também contribui
Outro braço que tem contribuído para os resultados da Renner é o financeiro, com a concessão de empréstimos pessoais e a emissão de cartão de crédito próprio. “A companhia é bastante disciplinada na concessão de crédito e mantém a inadimplência baixa, pois é bastante conservadora na concessão de crédito”, diz Andrea Teixeira.
Segundo a analista, ao contrário de boa parte do mercado, a Renner ainda não cortou os juros do cartão de crédito, o que é esperado pelo JP Morgan, mas não traria um impacto muito negativo. “A empresa criou o ‘Meu Cartão’, produto interessante que pode ser usado como cartão de crédito comum fora das lojas da rede, inclusive internacionalmente. Está tendo uma boa aceitação, já há quase um milhão de unidades emitidas”, diz Andrea, que afirma que esta nova estratégia está compensando as perdas ocorridas em outros produtos financeiros.
Perspectivas
Para quem pensa em investir em Renner daqui para frente, os analistas continuam otimistas com a ação. O JP Morgan, por exemplo, tem o papel como top pick do setor de varejo, com preço-alvo de 87 reais ao final de 2013 (nesta segunda, a ação valia 74,70 reais às 15h50). Melhoras logísticas e os recentes resultados acima do esperado, principalmente na área de concessão de crédito, são alguns dos motivos de otimismo. Segundo relatório recente, a relação preço sobre lucro menor que a de outras empresas do setor mostra ainda que a ação está barata em relação a seus pares.
Para Cauê Pinheiro, analista do setor na corretora SLW, as perspectivas do papel também são positivas. “A Renner é uma empresa bem transparente e com bastante contato com o mercado. A situação da economia mundial ainda não é muito boa, mas o mercado interno ainda é uma boa alternativa”, diz o analista.
Após os bons resultados, os analistas do Santander também aumentaram o preço-alvo da ação de 80 para 83 reais ao fim de 2013. A recomendação, porém, não foi de compra, mas de manutenção para quem já tem as ações em mãos.
A Renner pretende continuar com sua estratégia de expansão no ano que vem. Estão previstos 400 milhões de reais em investimentos. A rede deve ganhar 50 novas lojas, sendo 30 da bandeira Renner, entre 10 e 15 da Camicado e outras dez a 15 da Blue Steel. A empresa espera que os ganhos com as lojas Blue Steel comecem a aparecer em 2015. A Renner espera montar uma rede da marca com 400 lojas.
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