A Fórmula 1 como conhecemos hoje, com 24 pilotos, 12 equipes e 20 corridas, acabou neste domingo. Na temporada 2013, a categoria máxima do automobilismo mundial retornará com mudanças significativas, dentro e fora das pistas. E a lista, que inclui a exclusão de corridas e a mudança de regulamentos, poderá ter a saída de alguns pilotos deste ano e até mesmo o fechamento de uma das equipes que disputaram as ditas 20 provas.

O Grande Prêmio do Brasil deste domingo, vencido por Jenson Button, marca uma importante despedida: Michael Schumacher se aposenta aos 43 anos. No entanto, a prova no Autódromo de Interlagos também pode encerrar a trajetória na Fórmula 1 de nomes como Heikki Kovalainen, Kamui Kobayashi, e até mesmo de Bruno Senna - embora o brasileiro corra menos risco que os outros dois. De quebra, até mesmo a HRT encara a possibilidade de deixar o grid de largada.

Entre mudanças maiores e menores, no grid de largada, no calendário, na aerodinâmica ou no regulamento, a principal categoria do automobilismo internacional terá cara nova na próxima temporada. Saiba o que deverá ser diferente para o torcedor a partir de 15 de março, quando os pilotos disputam os primeiros treinos livres para o Grande Prêmio da Austrália:

1. Fechamento da HRT?
A equipe espanhola jamais mostrou a que veio na Fórmula 1. Em três temporadas, o melhor resultado foi o 13º lugar de Vitantonio Liuzzi no Grande Prêmio do Canadá de 2011. Nos últimos dias, os proprietários da HRT anunciaram que a equipe estava à venda, e que tinham diversos interessados em assumi-la. O prazo final para a definição da situação da escuderia é a próxima sexta-feira, 30 de novembro. No entanto, eram fortes os boatos no paddock do Autódromo de Interlagos de que a antiga Hispania poderia encerrar suas atividades já nesta segunda-feira, aposentando o veterano Pedro de la Rosa.

2. Patrocínios
Os boatos de venda da Force India perderam força nas últimas semanas, mas ainda existem. É provável que, para 2013, a equipe de Vijay Mallya busque pilotos com fortes parceiros comerciais. Na McLaren, a chegada de Sergio Perez deve levar aos carros prateados alguns patrocinadores mexicanos. De quebra, a Lotus já anunciou um acordo com a The Coca-Cola Company para estampar uma marca de energéticos da empresa. Mas para quem gosta de carros com pinturas novas, tais negociações ainda são um mistério.

3. Quem deixa a categoria
O único nome certo a deixar a Fórmula 1 após 2012 é Michael Schumacher, aposentado aos 43 anos e substituído na Mercedes por Lewis Hamilton. No entanto, alguns outros nomes correm o risco de ficar de fora do grid em 2013: Heikki Kovalainen (Caterham), Kamui Kobayashi (Sauber), Romain Grosjean (Lotus) e Bruno Senna (Williams) estão entre eles, ainda na disputa por vagas. Pedro de la Rosa, caso se confirme o fechamento da HRT, é outro que deve dar adeus à F1.

4. Quem entra na categoria
Dentre os titulares, o único estreante assegurado até aqui é o mexicano Esteban Gutierrez, promovido a titular na Sauber para ocupar o posto de Kamui Kobayashi. O finlandês Valtteri Bottas, piloto de testes da Williams, surge como principal nome a uma vaga de titular caso Bruno Senna realmente deixa a equipe. Além disso, vagas para novatos podem aparecer na Marussia (apenas Timo Glock está confirmado) e na HRT - caso o time ibérico não feche as portas, Dani Clos disputa uma vaga com Narain Karthikeyan.

5. Dança das cadeiras
De acordo com a revista britânica Autosport, Bruno Senna deixará a Williams e tentará vaga na Caterham. O piloto brasileiro até recebeu uma oferta - séria ou não - de um site especializado em casos extraconjugais, que o ajudaria com patrocínio para ficar na Williams. Bruno ainda poderia fechar com Caterham ou Force India. Enquanto isso, mais à frente no grid de largada, a principal mudança acontece na McLaren, que perdeu Lewis Hamilton para a Mercedes e contratou Sérgio Perez, da Sauber. Hamilton assume o posto de Michael Schumacher, enquanto a vaga de Perez será de Nico Hulkenberg, ex-Force India. No fim do grid, Charles Pic troca a Marussia pela Caterham.

6. Calendário reduzido
Depois de disputar 20 corridas em 2012, a Fórmula 1 terá uma prova a menos em 2013: o Grande Prêmio da Europa, realizado no Circuito de Valência, está fora do próximo calendário. O substituto natural da prova seria o Grande Prêmio das Américas, em Nova Jersey (EUA), mas o contrato com os organizadores foi revisto e a prova só estreará em 2014. Na Alemanha, o GP local será realizado em Nurburgring, e não em Hockenheim, graças a um acordo de alternância dos realizadores. Corridas como GP da Argentina, GP da França, GP de Londres (uma segunda prova da Inglaterra) e GP de Roma (uma segunda prova na Itália) foram descartadas.

7. Novo regulamento
Dentre as novas regras da Fórmula 1 para 2012, duas chamam especial atenção. A primeira diz respeito a (mais) um corte de custos na categoria, segundo o qual os testes de meio de temporada entre as etapas da Hungria (28/7) e Bélgica (25/8) não ocorrerão. A segunda se refere à asa móvel traseira (DRS), que, por questões de segurança, terá restrições de uso nos treinos de sexta-feira e sábado - diferente do que aconteceu nesta temporada, quando os pilotos eram livres para usarem o sistema em treinos e apenas tinham restrições por zona nas corridas.

8. Mudanças aerodinâmicas
Se você não gostou dos "bicos de ornitorrinco" dos carros de 2012, como quase toda a Fórmula 1, comemore: eles não deverão dar as caras em 2013. A FIA aprovou uma cobertura na parte frontal dos carros para que o "degrau" resultante da mudança na altura dos chassis não aparecesse tanto. Além disso, a "dupla asa traseira móvel" que a Mercedes desenvolveu para aproveitar o vento canalizado em outras partes do carro (lembra-se do desespero de Michael Schumacher tentando esconder o carro nos treinos para o GP da Austrália?) foi banido.

9. Carteira de motorista
Eis uma mudança de regulamento que merece uma menção própria e que pode entrar em vigor. A partir de 2013, a FIA deverá introduzir um sistema de punição por pontos na Fórmula 1, semelhante aos 20 pontos que os motoristas devem evitar na CNH brasileira. Assim, diante de um determinado número de pontos (ainda a ser definido) acumulados pelos pilotos punidos, os "barbeiros" serão afastados por uma corrida. A medida, entretanto, ainda precisa de homologação.

10. Tricampeão
A confirmação do título de Sebastian Vettel em Interlagos colocará um tricampeão na próxima temporada da Fórmula 1, de forma que o piloto da Red Bull será o maior campeão em atividade na categoria. Sem Michael Schumacher, a F1 não terá na pista um piloto que dominou os campeonatos recentes, semelhante ao que acontecia na década de 90. Antes de Schumacher, por exemplo, a última vez que a categoria teve um piloto correndo com três títulos foi em 1994, com Ayrton Senna. Antes disso, com Alain Prost (que conquistou o tetra em 1993) e Nelson Piquet (1991).