Apesar de Mato Grosso apresentar crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos anos, o Estado teve o menor desempenho na variação do volume no indicador entre as unidades da federação do Brasil de 2009 para 2010, com 3,6% de expansão, um índice aprovado para gestão pública.

O professor e economista da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Adriano Figueiredo explica um dos fundamentos do cenário produtivo.

“O resultado positivo de 3.6% se deve principalmente aos setores de indústria e comercio, os quais tiveram variações acima da media do período, mas principalmente o comercio que variou o volume do valor adicionado a preços básicos em 14.9%”.

Ele informa que o indicador “inclui o valor adicionado e impostos, mas não considera a mesma base de preços, ou seja, está em volume”.

O PIB do Estado somou R$ 59,6 bilhões em 2010 a preços de mercado, com participação de 1,6% do país, contra R$ 20,941 bilhões em 2002. No intervalo de oito anos houve incremento nominal de 2,8% anual, de acordo com o IBGE.

O produto brasileiro somou 7,5% em igual período, o que faz o crescimento do PIB do Estado aproximar-se da metade da performance do índice nacional. O resultado vem no contexto onde o governo Silval Barbosa (PMDB) tem apresentado dificuldades financeiras.

Um dos motivos de baixa expansão comparada com outros anos, explica o professor, está na diminuição da atividade na agropecuária, motor econômico do Estado.

“Quando se consideram os valores adicionados a preços básicos, esta variação foi de 3.4% e quando se considera a agropecuária, houve decréscimo do valor da produção, o que em parte explica este numero. Espera-se um expressivo aumento para 2011!”

Adriano explica que o crescimento de fato está abaixo de séries de Mato Grosso de anos anteriores. “O crescimento foi pequeno em volume do PIB, bem abaixo da média simples das variações anuais do período 1995-2010 que foi de 6,2%”.

O PIB é a soma das riquezas produzidas pelo país e é calculado pelo IBGE, com apoio de instituição de estatística dos Estados , secretarias de governo e a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). O índice foi divulgado nesta sexta-feira.

Os líderes em crescimento foram justamente Estados próximos, com perfis agrícolas e de economia equivalente a Mato Grosso, como Tocantins (14,2%), Espírito Santo (13,8%), Rondônia (12,6%), Mato Grosso do Sul (11,0%) e Acre (10,9%).

Se comparado o período 2002-2012, Mato Grosso teve melhor desempenho. Com crescimento de 55,8% em volume e 5,7% nesses anos.

Mesmo assim, os melhores Estados no comparativo do período foram daqueles vizinhos a Mato Grosso também com melhor desempenho em 2010. Tocantins, com 74,2%; Rondônia (63,9%) e Acre 61,6%.

Mato Grosso

O Estado de Mato Grosso obteve participação no PIB nos principais setores econômicos (agropecuária, indústria e serviços). Em nível do Centro-Oeste, o Estado ainda teve ganho percentual de 0,2%, junto com Distrito Federal entre 2002-2010.

O Estado estava entre os Estados que ampliou a participação no PIB daquelas economias regionais intermediárias de expansão da riqueza nacional em 2010.

Neste grupo estão nove estados, com 16,9% do PIB nacional (Goiás, Pernambuco, Espírito Santo, Ceará, Pará, Amazonas, Mato Grosso, Maranhão e Mato Grosso do Sul), todos com participações entre 2,6% e 1,2%.

Na comparação dos últimos anos, 2002-2010, Pará e Espírito Santo foram os estados que mais avançaram na série 2002-2010, ganhando 0,3 p.p. e 0,4 p.p. de participação, respectivamente.

Em seguida, vieram Mato Grosso e Maranhão, com ganho de 0,2 p.p., e, por fim, Goiás, Pernambuco, Ceará, Amazonas e Mato Grosso do Sul, que avançaram 0,1 p.p. de participação.