Principal desafio é trazer inflação para a meta, diz presidente do BC
Brasil - Economia - Controle da Inflação
O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, reiterou nesta quinta-feira (5) que seu principal desafio de curto prazo é fazer a inflação convergir para a meta de 4,5% em 2012. Ele comentou que a redução do fluxo de dólares em abril é importante para a eficácia da política de controle dos preços.
Tombini participa de audiência conjunta na Comissão Mista de Orçamento (CMO) para cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e relatar seus primeiros quatro meses de gestão à frente da autoridade monetária. Ele disse que o regime de metas de inflação tem servido aos objetivos da política econômica brasileira e admitiu que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que será divulgado na sexta-feira pelo IBGE, mostrará ‘inflação alta’.
Ao falar sobre o trabalho com foco de curto prazo, o presidente do BC citou a queda do fluxo cambial para cerca de US$ 1,5 bilhão em abril, depois de acumular mais de US$ 35 bilhões somente no primeiro trimestre do ano.
‘Quero crer que é por força das medidas’ de contenção adotadas pelo governo, principalmente a taxação de financiamentos externos com IOF. ‘O fluxo está moderando, principalmente por redução de captações das empresas’, disse ele aos parlamentares.
Tombini lembrou que a enxurrada de dólares é um componente forte no atual cenário inflacionário, por expandir a liquidez interna e ‘impactar preços de ativos como imóveis, terras, e inclusive a taxa de câmbio, que é um ativo’, explicou ele. Por isso, ‘lidar com o intenso fluxo de moeda estrangeira’ ao país é o segundo desafio de curto prazo do BC, acrescentou.
O presidente do BC ressaltou na Câmara dos Deputados, assim como fez o ministro da Fazenda, Guido Mantega, essa semana no Senado, que o surto inflacionário não acontece só no Brasil. Disse que Chile, Turquia e Reino Unido, países com metas de inflação, assim como o Brasil, estão com os preços acima das metas. Outros países estão com expectativas elevadas para a inflação em 2011, como a Rússia (9,1%), China (4,6%); Índia (8%), Estados Unidos (2,7%), por exemplo.
Tombini reiterou que as causas do surto inflacionário são a elevada alta das commodities, cuja evolução em dólares foi de 78% entre julho de 2010 e abril de 2011, e a variação de custos com serviços, que ele atribuiu ao crescimento da demanda nos últimos anos com o aumento da classe média.
Consumo
Tombini afirmou que, em momentos de aperto de política monetária, é mais ‘propício’ para o consumidor poupar seu dinheiro e postergar o consumo. Ele enfatizou que a bancarização é fundamental para esse processo de acesso e ampliação da poupança. ‘Atualmente, 100% dos municípios brasileiros são atendidos com serviços bancários em alguma modalidade. Em 2002, eram 55,7 milhões e hoje são 90 milhões de contas’, comparou.
Reservas internacionais
Ele voltou a falar sobre a acumulação de reservas, que hoje estão em US$ 328 bilhões. ‘É uma acumulação grande desde 2004 e foi um colchão de liquidez muito útil no período da crise’, enfatizou. O presidente do BC disse ainda que o câmbio flutuante funciona como estabilizador automático da Dívida Líquida do Setor Público.
Tombini destacou que as reservas internacionais registraram rentabilidade de 1,88% ao longo de 2010. O custo de carregamento líquido desses recursos, de acordo com Tombini, foi de 5,66%, o que aplicado ao saldo médio convertido em reais chegou a R$ 26,6 bilhões.
Conta corrente
O presidente do BC também comemorou o fato de o déficit em conta corrente do País estar se aproximando mais para um patamar de 2% do que para o de 3% do Produto Interno Bruto (PIB). Ele salientou que o déficit na conta corrente do Brasil fechou o ano passado em 2,3% do PIB e, em março deste ano, o porcentual segue inalterado.
‘Havia expectativas de alargamento do déficit de conta corrente este ano, mas as revisões feitas têm sido de melhora da conta corrente’, disse, acrescentando que a projeção inicial era de uma taxa de 3% para o curto prazo, acima do que vem sendo verificado. ‘Estamos caminhando mais para 2% do que para 3%’, disse, referindo-se ao déficit em conta corrente em relação ao PIB. Já o Investimento Estrangeiro Direto (IED) até março chegou a 2,8% do PIB, de acordo com o presidente do BC, meio ponto porcentual acima do déficit em conta corrente no período.
G1/ V.H.
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