Sábado 11/10/2025 14:25

Estaleiro Atlântico quer romper contrato de US$ 6 bilhões

Brasil - Negócios - Respingos da "Lava a Jato"

São Paulo - O Estaleiro Atlântico Sul (EAS), que pertence às construtoras Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, quer romper o contrato para a construção de sete sondas do pré-sal.

O estaleiro enviou, na sexta-feira, 20, um comunicado à Sete Brasil, companhia criada pela Petrobras para gerenciar as compras de sondas para o pré-sal, informando sua intenção de cancelar o negócio em função da inadimplência da companhia, que desde novembro está sem pagar os cinco estaleiros responsáveis pela construção de 29 sondas.

O valor dos contratos somam US$ 25 bilhões. Somente o contrato da EAS é estimado, em valores atuais, em US$ 6 bilhões.

A situação financeira da Sete Brasil vem se deteriorando desde que o ex-executivo da companhia, Pedro Barusco, se tornou delator da Operação Lava Jato e a Petrobras ameaçou cancelar a compra das sete sondas, justamente às referentes ao contrato com o EAS, em dezembro passado.

Estas questões estavam superadas, até que mais recentemente veio à tona o conteúdo da delação de Barusco, que implica os estaleiros em suposto pagamento de propina, o que acabou por impedir que o BNDES liberasse recursos do financiamento de longo prazo para a Sete.

Desde novembro, a empresa já deixou de pagar em torno de R$ 2 bilhões aos cinco estaleiros contratados para construir as sondas.

Sem a entrada de recursos, alguns desses estaleiros estão reduzindo a produção, demitindo pessoas, ameaçando ir à Justiça e agora a EAS quer cancelar o contrato.

Em nota enviada ao jornal O Estado de S. Paulo, a Sete Brasil confirmou a intenção do EAS de cancelar o contrato, mas informou que a empresa não tem suporte legal para tomar essa decisão.

O departamento jurídico da Sete Brasil já está estudando as medidas que deverão ser adotadas contra essa decisão. Procurada, a EAS não respondeu aos pedidos de entrevista. A Queiroz Galvão e a Camargo Corrêa informaram que é a EAS que tem de se pronunciar sobre o assunto.

Os atuais executivos da Sete Brasil e seus acionistas estão em um esforço para tentar aprovar o financiamento com o BNDES e assinar o contrato com a Petrobras, que também está pendente.

Para isso, tentam desvincular os antigos executivos, que teriam recebido as propinas, da empresa. O mesmo fazem alguns estaleiros, tentando separar os negócios dos agentes acusados de corrupção.

Na nota enviada ao jornal O Estado de S. Paulo, a Sete reforça esta posição e diz que só está na atual situação em decorrência do que foi apontado na Operação Lava Jato.

"Esse é o nosso principal obstáculo. A liberação do primeiro desembolso do BNDES, de US$ 3,2 bilhões, estava para ser feita, mas o banco voltou atrás após o depoimento de delação premiada de Barusco (ex-gerente de engenharia da Petrobrás e ex-diretor da Sete Brasil)", disse uma fonte ligada à empresa.

Essa mesma fonte reforça a tese de que a companhia é "vítima" dessa situação e que os próprios estaleiros que prestam contrato, a partir do depoimento do Barusco, prejudicaram a companhia.

"Também estamos estudando medidas legais que podem ser tomadas com essas declarações", disse a fonte, referindo-se ao fato de os estaleiros terem pago propinas, conforme depoimento de Barusco. "Nós, da Sete Brasil, não estamos envolvidos na Operação Lava Jato", disse.

Estaleiro Atlântico Sul: a situação financeira da Sete Brasil vem se deteriorando desde que o ex-executivo da companhia es tornou delator da Lava Jato

Estaleiros

Além da EAS, outros quatro estaleiros prestam serviços para a Sete Brasil - o Enseada, que pertence às construtoras Odebrecht, OAS e UTC e o grupo japonês Kawasaki; o Rio Grande, da construtora Engevix; o estaleiro BrasFels, do grupo Keppel, de Cingapura, e o Jurong, também de Cingapura.

Criada em 2011, a Sete Brasil tem entre seus principais sócios os bancos BTG, Bradesco e Santander, os fundos de pensão Previ (dos funcionários do Banco do Brasil), Petros (da Petrobrás), Funcef (da Caixa Econômica Federal) e Valia (da Vale), o FI- FGTS e a própria Petrobrás.

No início de fevereiro, vieram à tona os termos da delação premiada do ex-diretor da Sete, Pedro Barusco, e todos os estaleiros foram envolvidos na Operação Lava Jato.

Eles teriam pago propinas à empresa para fechar os contratos. Essas declarações barraram o a liberação do financiamento do BNDES. O dinheiro serviria para garantir a construção do primeiro bloco de sondas.

O BNDES deixou para a próxima diretoria a decisão sobre a operação de socorro à Sete Brasil, uma das principais fornecedoras da Petrobrás.

Também caberá a atual diretoria da Petrobrás fazer o negócio ir adiante, isso porque a empresa ainda precisa dar o seu aval para a compra das sondas.

Um dos motivos de o ex-presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, ter sido colocado no posto, inclusive, segundo entendem acionistas e fornecedores da Sete, foi justamente para tentar resolver a situação da Sete.

A empresa tem mais de US$ 4 bilhões em financiamentos de curto prazo com os bancos, entre eles o próprio Banco do Brasil. A quebra da empresa poderia acarretar em prejuízos de R$ 28 bilhões. Só os acionistas colocaram R$ 8,3 bilhões.

Demissões

No último dia 13, o estaleiro Enseada, no Recôncavo Baiano, enviou uma carta aos funcionários dizendo que a indústria naval vive uma crise sem precedentes e que os atrasos de pagamento da Sete Brasil tornaram sua situação insustentável. A empresa demitiu naquele dia 350 trabalhadores, acentuando a crise no setor.

No ano passado, os atrasos da Sete já fizeram a Enseada tomar a decisão de parar a construção do estaleiro e quase 4 mil funcionários que trabalhavam na obra foram demitidos.

A empresa está desde novembro sem pagar o Enseada e a dívida já chega a R$ 500 milhões. Com a inadimplência de seu único cliente, está impossível obter crédito.

Segundo o Sindicato da Indústria Naval, só em janeiro deste ano, foram cortados três mil postos diretamente ligados ao setor.

Também sem receber, o estaleiro Rio Grande, da Engevix, reduziu o ritmo da produção e a empresa só não demitiu porque tem outros contratos em andamento e conseguiu transferir seus funcionários para trabalhar em outras embarcações.

Os atrasos da Sete com o Rio Grande chegam a R$ 180 milhões, e a estimativa é de que atinjam R$ 250 milhões.

Fontes afirmam que o mesmo valor é devido ao estaleiro Jurong, do grupo SembCorp, de Cingapura, e outros R$ 900 milhões estão em atraso com os outros dois estaleiros, o Atlântico Sul, e o estaleiro BrasFels.

E as demissões também já começam a ocorrer no Atlântico Sul. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Portal Exame

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