Lições do Brics abrem II Simpósio Global em Pesquisa dos Sistemas de Saúde
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Sob o tema “Lições dos Brics” começou nesta quarta-feira em Pequim a primeira sessão plenária do II Simpósio Global em Pesquisa dos Sistemas de Saúde, na qual representantes do Brasil, da Rússia, da Índia, da China e da África do Sul descreveram a situação de seus países desde que adotaram um sistema de acesso universal à saúde.
“Acho que o simpósio nos dá a oportunidade de elucidar como os países podem melhorar seu sistema de saúde e garantir a todos um bom acesso a uma saúde de qualidade”, disse à Agência Efe a moderadora do painel de hoje e professora da Escola de Higiene e de Medicina Tropical de Londres, Anne Mills.
Durante a primeira sessão do simpósio, que acontece até 3 de novembro, o diretor de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Jailson Correa, disse que o Brasil é o único no mundo onde 100 milhões de pessoas têm acesso gratuito a um programa de saúde.
Segundo números do representante, aqui a esperança de vida aumentou de 67 anos, em 1990, a 73,4 anos em 2012, e a mortalidade materna caiu surpreendentes 21% de 2010 a 2011.
No entanto, o país ainda não consegue cobrir sua escassez de médicos. Para cada 1 mil pessoas, o Brasil conta com 1,83 médicos, enquanto a Argentina tem 3,16 médicos para a mesma quantidade de pacientes.
“Um assunto importante é a igualdade em termos de acesso e a sustentabilidade a longo prazo (quanto maior a quantidade de pessoas, maiores as despesas)... para resolver a situação é preciso ver a saúde como forma de desenvolvimento, como parte de um sistema econômico complexo em que as despesas tecnológicas e de recursos são integradas”, acrescentou.
Já o professor Wang Longde, da Universidade de Zhejiang, relatou que a China registrou um aumento significativo de doenças crônicas.
Longde acrescentou que, como em seu país os hospitais tratam os males crônicos em vez de prevení-los, atualmente 15 ministérios trabalham em um Plano de Prevenção para que os maiores de 40 anos sejam protegidos dessas infecções.
Matsoso Precious, diretora geral de saúde da África do Sul, mencionou por sua vez que, embora a expectativa de vida em seu país tenha aumentado de 56,5 anos em 2009 para 60 anos em 2011, e a despesa em saúde represente 8,3% do PIB do país, o índice de mortalidade maternal aumentou de 310 em 2009 até 333 o ano passado.
Matsoso disse à Efe que seu país tem uma alta taxa de doentes com HIV e aids, dos quais 1,7 milhão estão em tratamento. “Desde que começamos a tratá-los (2009) começaram a viver mais tempo e a transmissão de aids de mãe para filho se reduziu de 8% para 2,7%, portanto há uma grande melhora no tratamento, mas como estas pessoas aumentaram precisamos de mais recursos para mantê-los vivos”, explicou.
“Queremos criar uma Fundação Nacional de Seguro de Saúde para que as pessoas tenham acesso a uma boa saúde onde quer que estejam”, acrescentou.
Por sua vez, o presidente da Fundação de Saúde Pública de Índia, Reddy Srinath, contou que seu país criou recentemente um sistema de acesso universal à saúde, uma reforma e necessidade “urgentes”, disse.
Na Índia, 18% de cidadãos em áreas rurais e 10% nas zonas urbanas não recebem nenhum tipo de atendimento médico, enquanto 60 milhões de pessoas se encontram em situação de pobreza após ter assumido despesas de saúde.
Danishevskiy Kirill, do Instituto de Altos Estudos de Economia da Rússia, lamentou as mudanças do sistema de saúde russo depois da União Soviética: a Rússia foi o primeiro país a oferecer um sistema de saúde gratuito de 1918 até 1965 e atualmente mais de 30% dos Planos de Saúde são pagos.
Danishevskiy destacou a necessidade de um compromisso do governo russo para melhorar a situação do setor saúde.
Agência EFE/JE
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