3 nós climáticos que a COP20 precisa desatar
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Negociadores de mais de 190 países membros da Convenção da ONU sobre o clima se reúnem em Lima, no Peru, durante duas semanas, para discutir o futuro do planeta frente às mudanças climáticas e a alta do termômetro.
O encontro é crucial para traçar as bases de um novo acordo mundial que reduza as emissões de gases efeito estufa em nível suficiente para limitar o aumento da temperatura da Terra a 2 graus Celsius, em comparação com a era pré-industrial.
É um limiar que, segundo os cientistas, não deve ser cruzado, se quisermos evitar os piores impactos das mudanças climáticas. No começo do ano, o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), o principal documento a respeito do tema, alertou para o aumento, em quantidade e intensidade, de fenômenos extremos, como tempestades e secas severas.
Para completar, os dez primeiros meses de 2014 foram os mais quentes do planeta desde que começaram os registros de temperatura, em 1880, segundou informou, na última quinta-feira, a Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA).
Os sinais são claros e os desafios estão dados. Falta só vontade política para mudar o jogo.
Clima de otimismo
Em geral, o clima de otimismo parece predominar em Lima. "Eu nunca me senti tão otimista como agora", disse, ao The Guardian, Tony de Brum, o ministro das Relações Exteriores das Ilhas Marshall, que estão afundando com o aumento do nível do mar no Pacífico.
"Há um sentimento de que há uma oportunidade aqui que não podemos perder", acrescentou.
Para Christiana Figueres, secretária-executiva da ONU para o tema, nunca antes os riscos das mudanças climáticas estiveram tão óbvios e seus impactos tão visíveis. Mas ao mesmo tempo, “nunca se viu tamanho desejo em todos os níveis da sociedade de investir em ações climáticas”.
Em grande medida, a confiança de que a reunião será produtiva tem origem no acordo firmado pelos Estados Unidos e a China no dia 12 deste mês, segundo o qual os dois maiores emissores de gases efeito estufa do mundo prometeram reduzir sua pegada de carbono.
Por marcar uma ruptura no longo impasse entre os dois países sobre o tema, muitos analistas acreditam que a investida poderá ajudar a pressionar a reunião climática de Lima rumo a um acordo global de redução de emissões, a ser definido em dezembro de 2015, na COP21 em Paris, para substituir o Protocolo de Quioto.
Segundo especialistas consultados por EXAME.com, por si só, o acordo bipartite não resolve o problema. Tampouco é suficientemente ambicioso. Faltam ações mais enérgicas por parte dos países industrializados e um maior comprometimento das nações emergentes, como Índia e Brasil.
É a vontade conjunta em frear a alta no termômetro e evitar interferências perigosas no clima que deveria mover a reunião que ocorre em Lima até o dia 12 de dezembro. Afinal, é o futuro do planeta (e o nosso) que está em jogo.
Veja a seguir, os 3 pontos centrais que estão em pauta na COP 20.
1. LANÇAR AS BASES DE UM NOVO ACORDO GLOBAL
O principal ponto da reunião de Lima é lançar as bases para uma novo acordo global, a entrar em vigor em 2020, que vai substituir o Protocolo de Kyoto, de 1997. O objetivo final de ambos os tratados é estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera num nível que impeça a interferência humana perigosa no sistema climático.
A ideia é que países altamente industrializados e países em processo de transição para uma economia de mercado adotem compromissos juridicamente vinculantes para limitar e reduzir as emissões.
Concretizar esse objetivo com a participação das duas maiores potências "econômicas e poluidoras" é a parte difícil.
Os Estados Unidos estão pressionando por um acordo que evitaria a fixação de metas de redução de emissões que sejam juridicamente vinculativas nos termos do direito internacional, porque isso poderia criar um confronto com o Congresso, que é majoritariamente republicano.
Por sua vez, a China, responsável pela maior emissão de gases efeito estufa do mundo, sinalizou que os países desenvolvidos devem “desempenhar um papel motriz nas negociações sobre o clima”, negando-se a assumir esta responsabilidade.
A reunião de Lima também é uma oportunidade para os países adotarem ações mais ambiciosas para reduzir emissões no curto prazo.
2. AUMENTAR A RESILIÊNCIA ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Como os impactos das mudanças climáticas afetam, principalmente, os pobres e mais vulneráveis, os governos precisam urgentemente investir na adaptação às alterações climáticas. Em essência, resiliência, aqui, significa a capacidade de adaptar com facilidade às intempéries do clima.
Exemplos incluem o aumento da resistência do setor agrícola à seca e redução dos riscos de inundação através da melhoria dos sistemas de armazenamento e da infraestrutura de drenagem urbana.
Na Conferência, serão abordados os chamados Planos Nacionais de Adaptação (PNAs), que reúnem as propostas de adaptação dos países em desenvolvimento em áreas diversas, do transporte à logística, passando pela energia e segurança alimentar, até a proteção de zonas costeiras, indústrias, saúde, entre outras.
3. QUEM VAI PAGAR A CONTA?
A adaptação às mudanças climáticas tem um preço. Por isso, outro objetivo da COP20 será o de identificar formas de acelerar o financiamento para a implementação desses projetos. Os governos vão trabalhar para expandir e coordenar o financiamento do clima e os vários fundos existentes.
Dentre eles, o mais importante é o Fundo Verde para o Clima. A proposta, que surgiu em 2010, durante a COP16 no México, pretende gerar um caixa de US$ 100 bilhões por ano até 2020, a partir de doações de entes públicos e privados dos países desenvolvidos. Mas está bem longe da meta original. Até agora, o fundo só arrecadou US$ 9.7 bilhões (R$ 6,2 bilhões) de 22 países.
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