FMI: EUA reduzirem dívida é urgente
Brasil - Economia - Dívida pública
O Fundo Monetário Internacional (FMI) advertiu nesta terça-feira que existe "cada vez maior urgência" para que os Estados Unidos adotem "uma estratégia para estabilizar a dívida pública e depois reduzi-la".
Seu último relatório de perspectivas econômicas para América apresentado nesta terça-feira na Cidade do México, o FMI assinalou que "as finanças públicas dos EUA estão em trajetória insustentável".
Lembrou que, de acordo com as projeções orçamentárias das autoridades americanas, a dívida federal em poder do público aumentará de 62% do PIB em 2010 para ao redor de 90% em 2030.
Cálculos mais conservadores do próprio organismo indicam que a dívida federal desse país poderia se aproximar de 95% do PIB no final desta década, e se aproximará "de níveis não vistos desde o período posterior à Segunda Guerra Mundial".
Esta situação que continuará piorando pelo envelhecimento populacional e o rápido crescimento dos custos de saúde exercerá "uma forte pressão de alta sobre as taxas de juros nos Estados Unidos e no mundo", manifestou a instituição financeira.
Pelas estimativas do pessoal técnico do FMI, os EUA devem adotar medidas de economia ao redor de 2,5% do PIB ao ano para alcançar a meta de uma dívida federal equivalente de 77% do produto em 2021.
A isso deverão se somar os planos existentes, que incluem aumentos de impostos para os contribuintes com receitas mais elevadas a partir de 2013, e menores concessões tributárias para certas indústrias.
Reforma na previdência para elevar a idade de aposentadoria, reduzir os benefícios para os aposentados de maiores receitas, eliminar vazios e despesas tributárias regressivas no sistema tributário e, ainda, adotar IVA nacional, entre outras medidas, "contribuiria para reduzir os desequilíbrios fiscais de longo prazo sem comprometer a recuperação em curso", destaca o documento.
"Em vista deste desalentador panorama fiscal é essencial chegar em breve a um acordo sobre uma estratégia ampla de consolidação", que fixe uma meta clara de dívida de médio prazo e aborde o principal fator do déficit de longo prazo: a despesa obrigatória em previdência e serviço da saúde.
Por outro lado, o fundo assinalou que se a escalada dos preços do petróleo continuar, "a recuperação poderia desacelerar significativamente" nos Estados Unidos.
Além disso, considera que "a situação laboral e o mercado imobiliário seguem atuando como obstáculos à recuperação".
O atual ritmo de criação de empregos nos Estados Unidos precisa "acelerar significativamente", já que "sem mais empregos", o aumento do consumo que se observou no quarto trimestre de 2010 nos EUA "tem poucas probabilidades de perdurar, dado que as famílias e os bancos continuam saneando seus balanços e que o crescimento dos salários continua sendo frágil", argumentou.
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