Quarta-Feira 05/11/2025 00:38

Situação do rock brasileiro é melhor do que já foi, diz Marcelo Camelo

Brasil - Entretenimento - Mundo da Música

Foto: G1

"Partiu muito mais da vontade de  estar junto do que de qualquer outra coisa. Ao mesmo tempo, queremos fazer um negócio do qual tenhamos orgulho", diz Marcelo Camelo sobre a Banda do Mar, com disco recém-lançado e turnê brasileira agendada para outubro e novembro. Marcelo tem a companhia do baterista e amigo Fred (Orelha Negra, Buraka Som Sistema) e da cantora e esposa Mallu Magalhães.

O disco reflete o período que o casal viveu em Lisboa. Já completaram um ano na capital portuguesa: a composição e gravação das músicas se deu no mesmo tempo em que "montavam o apartamento" por lá.

Em entrevista ao G1, Camelo fala da nova banda, do repertório dos shows, de rock brasileiro, Los Hermanos e de três de suas paixões (surf, documentários de história natural e Mallu). Somam-se a elas um apreço pela nova vida em Portugal: gastronomia, paisagens, povo, ditados locais. "São frases meio lapidares", diz o cantor. Seus ditados portugueses preferidos são "A vida é como se apresenta" e "Se vamos vamos, se não vamos então ficamos”

G1 - Não há parcerias, músicas de você e Mallu juntos. Por que isso? E na hora de escolher a ordem das músicas no disco, foi pensado esse revezamento Camelo, Mallu, Camelo, Mallu, Camelo, Mallu...?

Marcelo Camelo - É... O setlist foi pensado assim para ter alternância. Não ter parceria vem de uma coisa minha e da Mallu. Temos certo respeito, que vem do reconhecimento do lugar de onde sai as composições, de ser um reduto de individualidades. Temos reconhecimento do indivíduo. A gente se apoia, faz músicas um para o outro. Temos dois interlocutores, é um trio. São para um encontro entre três.

G1 - Desde 'Janta' e com você participando do disco dela e ela do seu, como você vê sua ligação com ela como artistas, essa evolução em seis anos tocando juntos?

Marcelo Camelo - A gente se modifica como ser humano. É muito profundo. Estar com alguém promove um diálogo interno profundo. A pessoa tira informações com você, você se questiona. A gente vem construindo uma relação humana. É um ponto da trajetória que se Deus quiser vai ser muito longa. Eu sou muito fã dela. Sou grande admirador dela como musicista, como compositora, como esteta. O método e escolhas dela me atraem muito. É muito diferente de como fazia. E acho que eu trago informações e referências para ela.

G1 - O disco tem um pouco de surf music. É algo que anda ouvindo?

Marcelo Camelo - Essa coisa de influência, depois de certa idade, fica cada vez mais difuso. Dificilmente, a gente fala que vai fazer algo “mais Beatles”. É "mais claro", "mais bonito"... No Los Hermanos, já era assim, referências abstratas. A gente descobre uma emoção nova a qual se remeter. Falamos mais sobre isso do que das bandas que causaram elas.

G1 - No show, vão tocar músicas sem ser da Banda do Mar. O que tocarão?

Marcelo Camelo - A gente vem ensaiando há dez dias e ficamos muito à vontade tanto eu, quando a Mallu, de botar coisas da nossa carreira, seja Los Hermanos, carreira solo. Com a condição que este tem que ser o show da nossa banda. O show vai girar em torno das 12 composições do disco, mas a gente fica a vontade para construir em torno deste repertório. Até músicas de outras pessoas, da nossa geração, músicas que a gente curte.

G1 - O que você ouviu ou viu nos últimos meses que mais gostou?

Marcelo Camelo - A BBC tem um jornalista de história natural chamado David Attenborough. É uma lenda da BBC. Ele faz matérias de vida animal, história da vida. E tem uma série sobre o Mediterrâneo que se chama “The First Eden”, o primeiro Eden. É dividida em quatro capítulos e o número três é uma das coisas mais emocionantes que já ouvi. A mistura da música e da voz do cara, com as composições feitas para o programa e os sons da natureza gravados por um cara da BBC que faz isso magistralmente e o editor de áudio que junta as coisas. Para mim, foi o disco do ano. E nem é do ano. E nem é disco.

G1 - Por falar com tanta fascinação deste programa, pensa em trabalhar em algo do tipo? É que às vezes a gente fica empolgado com algo, e quer fazer também...

Marcelo Camelo - É, nem sempre. Como você disse, gosto de surf music. E eu adoro surf como ideia, é uma forma de arte. É uma metáfora da vida. Cada surfista faz de um jeito e tem a ver com o jeito que o cara encara as coisas do mundo. Eu me interesso como me interesso por pintura e dança. Mas não tenho capacidade, nem talento. Só de me imaginar em uma prancha já caio no chão.

G1 - Tem alguma novidade de Los Hermanos? Mudaria algo na trajetória da banda?

Marcelo Camelo - Vemos a banda como um lugar que podemos revisitar. Mas pressões e circunstâncias me levaram a ter certo medo. A gente está vivendo outra época e é mais normal que grupos se deem desse jeito. O importante é conseguir ter a liberdade de se encontrar e fazer o que quiser. Não adiantava ter um êxito e ter memórias ruins, como um amigo que você tem constrangimento de encontrar por ter dito alguma coisa. Fomos buscando quitar nossas dívidas pessoais um com o outro, resolver nossos problemas com esforço, trabalho, compreensão e conversa.

G1 - Como você vê o rock brasileiro hoje?

Marcelo Camelo - A cena underground que eu acompanhava na base da fita demo e show para 50 pessoas está vindo a tona. Temos canais de comunicação mais eficientes e por isso atinge mais pessoas. Mais pessoas se sentem representadas. A diversidade é positiva. Acho bonitão ter Criolo, Boogarins, Jeneci, Cícero, Silva, Wado e as coisas que não são tão parecidas com o que eu faço. A pluralidade da cena é uma virtude em relação ao que eu vivi de perto, que era um funilzão que passava só um tipo de coisa e ficavam só explorando aquilo. Eu sou otimista e na prática a situação está muito melhor do que foi.

Braulio Lorentz/G1/JE

Marcelo Camelo, Banda do Mar, disco recém-lançado, turnê brasileira

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