Imagem:Divulgação
O sonho de voltar a conquistar uma medalha no Mundial masculino de basquete pela seleção brasileira, algo que não acontece desde o bronze de 1978, foi adiado mais uma vez, depois que a equipe do técnico Rubén Magnano foi atropelada pela Sérvia nesta quarta-feira em Madri, perdendo por 84 a 56, em sua maior derrota na história da competição.

As duas seleções já haviam se enfrentado na fase de grupos, quando o Brasil venceu por 81 a 73. Em comum com o jogo de sete dias atrás, em Granada, só houve o apagão sofrido pela equipe sul-americana no terceiro quatro. Há uma semana, houve recuperação, o que se tornou inviável desta vez devido aos muitos erros, principalmente na defesa, e principalmente ao abatimento psicológico.

Maior campeã da história do torneio, com cinco títulos, já que herdou os resultados da Iugoslávia, a Sérvia segue firme na luta pelo hexa e terá pela frente nas semifinais o vencedor do duelo entre a anfitriã Espanha e a França, que acontece ainda hoje. A representante da Europa não é campeã desde 2002, depois de ter caído nas oitavas em 2006 e ter ficado com o quarto lugar em 2010.

Convidada pela Fiba, já que não conseguiu a classificação através da Copa América, a seleção brasileira ficará com a quinta ou a sexta posição do torneio, a melhor desde 1990, quando ficou em quinto na Argentina, embora a diferença de 28 pontos tenha sido a maior em um revés da seleção em Mundiais.

O grande nome da partida foi o armador Milos Teodosic, como sempre aconteceu na equipe do técnico Sasha Djordjevic com 23 pontos e quatro assistências. No Brasil, quem se "salvou" foi o pivô Anderson Varejão, com 12 pontos e nove rebotes.

Desde o começo do primeiro quarto, a Sérvia esteve à frente no placar, embora não conseguisse abrir uma vantagem grande. O mais longe que a equipe europeia foi foram cinco pontos, em 14 a 9, em bela bandeja de Teodosic. No fim, o placar era de 21 a 17.

Duas bolas de três de Alex permitiram que o Brasil virasse logo no começo do primeiro quarto, mas Teodosic devolveu na mesma moeda. Em duas saídas rápidas, uma com Nenê e outra com Marquinhos, a equipe de Magnano viraram, o que fez com que Djordjevic pedir tempo.

A medida deu certo, já que Teodosic empatou em mais uma bola de três e virou para 35 a 32 convertendo três lances livres, depois de ter sofrido falta de Alex. Krstic ainda acertou uma bandeja, levandou uma diferença de cinco pontos.

Desatenta nos primeiros instantes, a seleção viu a Sérvia abrir sua maior vantagem, de nove pontos. A situação piorou quando Anderson Varejão derrubou Raduljica e Marquinhos e Splitter cometeram faltas técnicas. Foram quatro lances livres e a posse de bola para os pentacampeões, que levaram o placar a 50 a 34.

A situação foi desandando. O Brasil não acertava os arremessos, e Teodosic, para variar, marcou três pontos, fazendo 58 a 38. A distância foi mantida praticamente mantida até o fim do período, em que a Sérvia vencia por 66 a 44.

Arrasada psicologicamente, a seleção brasileira não esboçou a mínima reação nos dez minutos finais. Se fosse uma luta de boxe, a equipe já estaria nocauteada, mas como se tratou de basquete, os jogadores ainda foram obrigados a se manter em quadra sofrendo até o final. Acertando quase tudo e com incrível aproveitamento dos arremessos de três, os sérvios ainda levaram a vantagem a 28 pontos.

Ficha técnica:.

Sérvia: Teodosic (23), Kalinic (5), Markovic (9), Bjelica (8) e Raduljica (10). Entraram: Jovic (0), Krstic (10), Bircevic (3), Bogdanovic (12) e Stimac (4). Técnico: Sasha Djordjevic.

Brasil: Marcelinho Huertas (4), Leandrinho (5), Marquinhos (12), Anderson Varejão (12) e Tiago Splitter (3). Entraram: Nenê (4), Raulzinho (6), Alex (8), Larry Taylor (0), Giovannoni (0), Marcelinho Machado (0) e Rafael Hettsheimeir (2).

Árbitros: Steven Anderson (EUA), Borys Ryzhyk (UCR) e José Reyes (MEX).

Local: Palácio de Deportes, em Madri.