A disparada de Joaquim Barbosa, o Batman brasileiro
Brasil - Política - Mensalão
Joaquim Barbosa conquista o Brasil ao condenar sem dó quase todo mundo no mensalão. Já tem quem o chame de Batman ou peça que seja presidente
Depois de alegar em seu relatório que todo o Supremo Tribunal Federal (STF) deve condenar José Dirceu por corrupção ativa, a popularidade de Joaquim Barbosa deve chegar a níveis ainda mais inusitados para o judiciário nacional. A enorme fama conquistada pelo Ministro, com direito a ter o rosto imitado em máscaras de carnaval no Rio de Janeiro, tem nome e origem bem definidos: mensalão. A citação a Barbosa nas redes sociais cresce exponencialmente à medida que seus votos terminam com a palavra “condeno” no tribunal, como foi o caso desta quarta-feira.
E isso ele tem feito sem dó, para a ira dos advogados de defesa, que o acusam de aceitar quase integralmente a denúncia da Procuradoria Geral da República.
Dos 27 réus julgados até agora, Barbosa votou pela condenação de 25 deles em ao menos um crime dos quais são acusados. Os dois poupados já haviam tido o pedido de absolvição feito pela própria acusação, o que só aumenta a fama de homem intransigente com a corrupção.
A sede dos brasileiros por justiça – o fantasma das pizzas ainda ronda o imaginário do país - acabou lhe dando um apelido nas redes sociais: Batman. Na verdade, Barbosa aparece como alguém superior até mesmo ao Batman, como pode ser visto na segunda imagem acima, retirada da internet.
O Ministro aparece de costas, com a toga esvoaçante como a capa de um super-herói.
Presidente?
Tamanha é a animação com Joaquim Barbosa que ele já tem uma página no Facebook cujo conteúdo antecipa as próximas eleições presidenciais. O nome deixa pouca margem para dúvidas: “Joaquim Barbosa – Presidente 2014”. O juiz aparece em uma montagem com a faixa presidencial brasileira.
Mas antes de sequer pensar nisso, ele precisa se preparar para ser presidente do Supremo. É esperado que Barbosa assuma o cargo em novembro, com a aposentadoria do atual chefe, o Ministro Carlos Ayres Britto. Antes disso, porém, será preciso apaziguar os próprios ânimos e dos colegas.
O Ministro Marco Aurélio Mello já explicitou preocupação com o estilo mais instável de Barbosa, principalmente quando for ele a coordenar os trabalhos na mais alta corte do país.
É inegável: das brigas públicas que surgiram nos últimos três anos no Supremo, seu nome está (diretamente) envolvido em todas.
Em 2009, discutiu com Gilmar Mendes, então presidente da Corte. “Vossa Excelência, quando se dirige a mim, não está falando com seus capangas do Mato Grosso”, afirmou na ocasião, irritado.
No início deste ano, desentendeu-se com o então também presidente, Cezar Peluso. Mas são os vários embates com Ricardo Lewandowski – que, ao contrário de Barbosa, sofre uma campanha negativa nas redes sociais – que têm marcado o julgamento do mensalão. Em um momento, Barbosa chegou a afirmar que o revisor do processo se comportava com “deslealdade”.
Em todas as ocasiões, os demais Ministros atuaram para baixar os ânimos de Barbosa. “Ministro Joaquim, os fatos comportam leituras (diferentes)”, defendeu, com a calmaria habitual, o presidente Ayres Britto, depois de mais uma briga entre Barbosa e Lewandowski.
Outra crítica que abalou a imagem do relator do mensalão foram as licenças que o mantiveram longe do tribunal na maior parte do ano de 2010, o que causou um sobrecarregamento de processos na Corte. Não teria sido nada de mais, não fosse Barbosa flagrado bebendo em um bar em Brasília e indo a uma festa na mesma semana.
Ele estava afastado devido a um grave problema de coluna, que o atormenta até hoje e o mantém de pé em boa parte do julgamento do mensalão.
Raça
Independentemente de críticas, Joaquim Barbosa já entra para a história como o primeiro Ministro negro do STF. Ele não é alheio às questões raciais. Um de seus livros, "Ação Afirmativa & Princípio Constitucional da Igualdade. O Direito como Instrumento de Transformação Social. A Experiência dos EUA", trata do tema.
É sabido que a cor – junto, claro, à reputação ilibada e notável saber jurídico - foi um dos elementos que convenceram Lula que Barbosa era o nome ideal para ser nomeado no primeiro ano de mandato do petista, em 2003.
Nunca se saberá se Lula manteria a mesma opinião soubesse ele o papel de Joaquim Barbosa ao condenar aliados e petistas históricos quase 10 anos depois de ser conduzido ao cargo.
A origem humilde também serve na identificação do público com um membro do judiciário brasileiro. Nascido na cidade mineira de Paracatu, em 1954, o pai era pedreiro e Barbosa sempre frequentou escolas públicas.
Graduou-se na Universidade de Brasília. Em sua longa carreira, passou por vários órgãos do Executivo, Legislativo até chegar ao Ministério Público, tendo vivido muitos anos no Rio de Janeiro, onde foi procurador da República entre 1993 e 2003.
É a história que vai, enfim, determinar como Barbosa será lembrado. O fato é que, por enquanto, a expectativa mais imediata é saber se sua máscara vai pegar no próximo carnaval carioca. Terá a folia cara de mensalão?
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