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Com uma presença ainda tímida no Brasil, o mercado de e-books ganhou ontem um novo impulso para atrair o interesse dos leitores no país. Durante evento em São Paulo, a Livraria Saraiva lançou seu leitor digital, batizado de Lev. O dispositivo marca mais um passo da estratégia digital da empresa, esforço que começou a ser construído em 2010, com o aplicativo Saraiva Reader.

“Estamos reforçando o posicionamento do grupo de produzir e distribuir conteúdo, serviços e tecnologia, disponíveis em qualquer dispositivo e formato, e acessíveis a qualquer hora, em qualquer lugar”, afirmou Michel Levy, executivo-chefe da Saraiva. 

O lançamento segue as iniciativas recentes de dois rivais. Nos últimos dois anos, os capítulos mais importantes desse segmento foram a chegada das ofertas locais do Kindle, e-reader da Amazon, e do Kobo, da empresa homônima japonesa, por meio de uma parceria com a Livraria Cultura. 

Com mais de 30 mil títulos em português e 450 mil obras em outros idiomas, o Lev será vendido em dois modelos: o de entrada, por R$ 299, e outro com iluminação interna, por R$ 399, preço válido até 31 de agosto. Após essa data, o dispositivo será vendido por R$ 479. 

Como base de comparação, o Kindle conta com mais de 2 milhões de e-books, sendo 30 mil títulos em português, segundo dados da Amazon. Com três modelos na faixa de R$ 299 a R$ 699, o dispositivo está à venda pelo site local da empresa e cerca de 30 canais físicos e digitais, por meio de parcerias com redes como Extra, Magazine Luiza e Casa e Vídeo. Procurada, a Livraria Cultura não informou dados a respeito do Kobo.

Para se diferenciar, uma das grandes apostas da Saraiva reside em seus canais de distribuição. Além de 114 lojas físicas e de sua loja virtual, a livraria fechou uma parceria para a venda do aparelho na Walmart.com. “Hoje, mais de 60 milhões de pessoas passam pelas lojas da Saraiva anualmente. O leitor já está conosco”, disse Deric Guilhen, diretor de produtos digitais da Saraiva. A busca por parcerias com universidades privadas é outra ponta da estratégia. 

Os executivos não revelaram expectativas de venda do dispositivo e também não comentaram sobre possíveis planos da Saraiva lançar um serviço digital de assinatura de livros, semelhante à oferta anunciada recentemente pela Amazon.

Em 2013, as vendas de e-books no Brasil cresceram 225,13%, segundo estudo da Câmara Brasileira do Livro. A participação da categoria no mercado editorial local, no entanto, ainda é incipiente. Dos 479,9 milhões de exemplares vendidos no período, apenas 873,9 mil foram livros digitais.